Recebi via zap este texto de um amigo e
achei que deveria aproveitá-lo no Blogson, pois é o sonho de um mundo melhor,
mais culto, menos violento. Mesmo que seja apenas um sonho. Como disse o John
Lennon, "Você pode dizer que eu sou um sonhador, mas eu não sou o único”. Olhaí.
Cuidado, é um perigo sair de casa e se deparar com alguém lendo
Guimarães Rosa!
De repente, ao sair com seu companheiro ou companheira, ser surpreendido
por alguém lendo Machado de Assis em um café ou lanchonete. E no piquenique,
seu filho brincando, ver subitamente alguém lendo Cecília Meireles.
E nas páginas policiais de um jornal, todos os dias, ler um escrito de
Jorge Amado, Vinícius de Moraes e Carlos Drummond de Andrade.
Quem entra numa biblioteca não tem apreço pela ignorância. Está
premeditando praticar um atentado contra o desconhecimento, uma emboscada à
desinformação.
Fico imaginando um mundo com as facções disputando em rodas de leitura
quem vai espalhar obras do Arcadismo, do Romantismo, do Realismo e do
Parnasianismo.
Fico pensando qual será minha reação se, andando despreocupadamente pela
rua, alguém armado com um livro, disser: -"Parado aí, isso é um
poema!" E me atingir com rimas de Cora Coralina.
E se no cruzamento, com o sinal fechado, alguém bater no vidro e, de
livro em punho, anunciar um trecho de João Cabral de Melo Neto.
Já pensaram se em vez de violência contra a mulher os homens passarem a
praticar a leitura com as mulheres? Ou num ato mais tresloucado ainda,
dedicar-lhes poesias?
Poesias são melhores do que rosas e flores, pois podem ter todos os
cheiros, todas as cores e podem ser despetaladas como flores: "Bem me
quer, mal me quer" e não murcham nunca.
Se todo cidadão tiver a autorização para portar um livro, inclusive fora
de casa, ele estará seguro contra a idiotice, a burrice e a incompetência.
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