domingo, 27 de agosto de 2023

DIZ AÍ, BERNARD SHAW! - PARTE 1

 

Eu devia ter uns quinze anos, lá pelos idos de 1965, quando assisti My Fair Lady, uma comédia musical muito divertida. Na verdade, eu sempre gostei de filmes musicais. Talvez os machões das antigas pensem (porque hoje não é bom dizer) que filme musical é coisa de viado. Eu não me importarei com esse julgamento, pois sempre tive uma alma meio aviadada. Então, gostar de My Fair Lady estava de acordo com meu gosto artístico.

Mesmo não sendo o tema deste post, preciso falar rapidamente sobre o filme, pois o que eu quero mesmo é falar do autor da peça teatral que o inspirou.

My Fair Lady conta a história do encontro de uma florista dos subúrbios de Londres com um professor obcecado pelos “milhares” de sotaques que podem ser ouvidos naquela cidade. A propósito, parece haver alguma obsessão dos britânicos com a multiplicidade de sotaques que existem no Reino Unido (existe até um “sotaque da Rainha”). E esse professor, rico e culto pra danar, aposta com um amigo que conseguirá transformar a florista maltrapilha em uma lady da alta sociedade, apenas mudando o seu sotaque.

A peça teatral “Pygmalion” que inspirou esse filme foi escrita por George Bernard Shaw. Segundo a Wikipédia, Bernard Shaw foi um dramaturgo, romancista, contista, ensaísta, crítico literário e jornalista irlandês. Foi também o autor de comédias satíricas de espírito irreverente e inconformista. A nota cômica é que ele e Bob Dylan são os únicos a terem obtido um Prêmio Nobel de Literatura (1925) e um Oscar.

Além de ter escrito um porrilhão de obras, ensaios e peça teatrais o cara era brilhante na construção de frases bem humoradas e cheias de sarcasmo. E estas frases são o tema deste e dos dois próximos posts. Segura aí:

 

O silêncio é a mais perfeita expressão do desprezo.

Liberdade significa responsabilidade. É por isso que tanta gente tem medo dela.

A vida é uma pedra de amolar: desgasta-nos ou afia-nos, conforme o metal de que somos feitos.

Alguns homens veem as coisas como são, e dizem 'Por quê?' Eu sonho com as coisas que nunca foram e digo 'Por que não?'

Os espelhos são usados para ver o rosto; a arte para ver a alma.

O progresso é impossível sem mudança; e aqueles que não conseguem mudar as suas mentes não conseguem mudar nada.

O segredo para ser infeliz é ter tempo livre para se preocupar se se é feliz ou não.

O especialista é um homem que sabe cada vez mais sobre cada vez menos, e por fim acaba sabendo tudo sobre nada.

Nunca resisto às tentações, porque eu descobri que coisas que são ruins para mim não me tentam.

Enquanto tiveres um desejo, terás uma razão para viver. A satisfação é a morte.

Cuidado com o homem que não devolve a bofetada. Ele não a perdoou, nem permitiu que você se perdoasse.

A minha maneira de brincar é dizer a verdade. É a brincadeira mais divertida do mundo.

A democracia muitas vezes significa o poder nas mãos de uma maioria incompetente.

A ansiedade e o medo envenenam o corpo e o espírito.

O ódio é a vingança do covarde.

Quando um homem quer matar um tigre, chama a isso desporto; quando é o tigre que quer matá-lo, chama a isso ferocidade. A distinção entre crime e justiça não é muito grande.

A dança é uma expressão perpendicular de um desejo horizontal.

Nenhuma pergunta é tão difícil de se responder quanto aquela cuja resposta é óbvia.

A razão escraviza todas as mentes que não são suficientemente fortes para a dominarem.

Presume-se que a mulher deve esperar, imóvel, até ser cortejada. Mais ou menos como a aranha espera a mosca.

Há duas tragédias na vida. Uma é a de não obter tudo o que seu coração deseja. A outra é a de obter.

Uma boa esposa é um grande consolo para o homem em todos os contratempos e dificuldades - que ele nunca haveria de ter se tivesse continuado solteiro.

A juventude é uma coisa maravilhosa. Que pena desperdiçá-la em jovens.

2 comentários:

  1. Essa é muito boa : A democracia muitas vezes significa o poder nas mãos de uma maioria incompetente.
    E a última, claro, é um clássico dele.

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    1. Só conhecia a das pessoas que se perguntam "por quê?"

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