Conheço uma pessoa que trabalhou como
assistente social durante algum tempo em um manicômio, de onde guardou as
lembranças e os casos
mais bizarros. Uma vez comentou que tinha ficado “especialista em pinto”, pois havia uma ala onde todos andavam nus. Por isso, já tinha visto "uns trezentos". De acordo com uma engraçadíssima expressão citada pelo cantor Tavito em um programa do Jô
Soares, eram literalmente os “homens-pêndulo”.
Segundo ela, havia “pêndulos” de todas as cores, calibres, tamanhos e formas. “Tinha até uns bicudos, que lembravam a ponta de
um lápis”. Outra coisa que chamou sua atenção foi a pele do saco de alguns,
pois, graças ao mais absoluto alheamento da realidade, sentavam-se em qualquer
lugar, inclusive no piso cimentado quente. Essa total alienação acabava
provocando uma aparência gretada, fosca e cascuda na bolsa escrotal, lembrando,
segundo ela, “pele de elefante”.
Mas o caso mais bizarro aconteceu quando
alguns loucos começaram a pedir a extração de todos os dentes, talvez usando a
desculpa de estarem doendo ou coisa parecida. Alertado pelo dentista (ou
enfermeiro), um dos psiquiatras resolveu esclarecer esse comportamento anormal em um
mundo já tomado pela total anormalidade. Chamou um por um e pediu explicações para aquela novidade.
E a solução do mistério foi essa: Cigarros.
Todos os que pediram a extração total dos dentes fumavam - mas não tinham
dinheiro para sustentar o vício. A solução era filar de quem tinha. E um senhor idoso que se enquadrava no perfil
de “abonado” nem era tão louco assim. Ou melhor, era louco mas não era bobo.
Por isso, trocava um cigarro por um boquete. Como diria meu amigo virtual
Marreta: “Pãããããããta que o pariu!!!”
Achou graça? Mas a história melhora ainda
mais, pois, como o sacana podia escolher (afinal, a oferta era maior que a
procura), selecionava só os banguelas, pois o “chupisco” era mais gostoso. Depois disso, imagino que o espertão
deve ter tomado um esporro do psiquiatra e que a extração total de dentes
passou a ser feita só com indicação expressa de um dentista.
É mole? Não, naquela época não era mole.
(Publicação original: 22/11/2017)
Rapaz, até parece uma piada do Costinha.
ResponderExcluirPãããããta que o pariu!!!
É mesmo verdade?
Literal. Quem me contou disse que ele tinha uns setenta anos. Ela ia com ele para ajudá-lo a receber a aposentadoria. Na volta, (reproduzindo o e-mail que me mandou) "Pra ganhar mais carne no bandejão ele já passava na farmácia com a lista de compras :leite de rosas, tintura Márcia, Henê Maru, desodorantes, sabonetes, talco e às vezes até calçolas". Era um velho que sabia conseguir o que queria. Disse minha amiga que ao saber dos boquetes, tomou ódio dele e nunca mais o auxiliou em nada.
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