Sabem para que servem os blogs autorais? Para a ostentação de seus titulares (e até leitores). Verdade! Mas não é a ostentação do tipo que os artistas muito bregas, com seus anéis e correntonas de ouro de 620 quilates gostam de exibir. Na verdade, a maioria dos blogueiros é pé duro e sem grana para comprar aqueles colares que fazem a alegria dos médicos ortopedistas especializados em coluna. A ostentação é de outro tipo. Se tiverem paciência, eu tentarei explicar.
Hoje eu resolvi divagar um pouco sobre a
blogosfera e seus blogs imprevisíveis e causadores de perplexidade. Para começo de
conversa, eu quero compartilhar com os 1,3 leitores este pensamento: os blogs
autorais são instrumentos ou ferramentas ideais para a ostentação de seus
titulares.
“Como assim, Jotabê?”, diriam os
leitores mais afoitos (claro, se eles existissem). E eu, vestido com minha beca de professor universo otário
explicaria calmamente com minha voz de barítono do Scala de Milão. Como não
existem leitores, não sou professor de porra nenhuma nem tenho voz de barítono, já vou mandar
logo a real:
Quem cria e alimenta um
blog autoral deseja ter um milhão de seguidores e cem mil visualizações diárias
(acho que me esqueci de desligar a escala logarítmica que às vezes utilizo). Pois,
claro, o que todo blogueiro deseja é aplauso e admiração pelos fabulosos
textos, lindos poemas, sábias reflexões e desenhos tchutchuquetes que é capaz de produzir
(acho que a escala ainda continua ativada). Se não, de que adiantaria um blog
sem leitores? Um blog sem leitores é como uma vendinha no meio do nada em
estrada de terra onde raramente passa alguém.
Só que há um efeito
colateral presente em todos os blogs autorais. Tenho frisado a palavra “autorais”
porque existem também blogs hospedeiros, blogs atacadistas que praticamente só
exibem e publicam ou só “vendem” a produção de terceiros, de parceiros. Mas não
tenho interesse nem conhecimento para falar desses blogs.
Voltando aos autorais,
o efeito colateral é que se eles exibem a produção “magnífica” de seus titulares,
ostentam também seu radicalismo ou sua moderação, sua cultura ou ignorância,
sua vaidade ou sua simplicidade, sua lucidez ou sinais de distúrbios
psicológicos, etc. Porque cada post publicado traz uma fração, um pedaço do DNA
psicológico de quem o produziu.
Tive este insight
recentemente, ao reler publicações do início do blog. Desde 2014, mesmo
tentando fazer piadas e escrever textos de humor eu fui deixando minha “impressão
digital” em cada post publicado. Portanto, blogueiro, fique esperto: se eu
fosse uma inteligência artificial você já teria seu perfil psicológico traçado
com bastante nitidez. Sua sorte é que eu tenho apenas uma burrice natural.
Outro assunto que eu
queria abordar é a ferramenta de moderação de comentários. Mesmo que o Blogson seja
um blog sem nada a esconder (e os motivos já foram explicados acima, pois já me despi e me mostrei tanto que só faltou mostrar a bunda – ou o pau), a moderação de
comentários é uma ferramenta extremamente útil, para não dizer espetacular mesmo.
Robôs do blogger e
ChatGPT, raciocinem comigo: desde sua criação em 2014 já foram publicados mais
de 2.600 posts no velho Blogson, um blog pobre mas sempre limpinho. Fazendo um
exercício de imaginação (e põe imaginação nisso!), se acaso alguém soubesse da
existência deste blog microscópico e quisesse comentar alguma coisa em posts
muito, muito antigos eu jamais teria a felicidade de lê-los, pois sem moderação
de comentários qualquer um pode publicar o que quiser e no post que desejar sem
que eu fique sabendo. Com o moderador de comentários ativado um maluco qualquer
pode fazer o comentário que quiser, mas sempre será colocado na “quarentena” do
Blogson, podendo ser aprovado ou simplesmente excluído. Fala sério, essa ferramenta é ou não é fundamental e super necessária?
Bom, feitas essas
divagações preciso parar agora, pois, apesar do adiantado da hora, ainda pretendo manter com o Chato do GPT
uma conversa de alto nível sobre as questões metafísicas que podem surgir se descobrirmos uma asa de barata (periplaneta americana) debaixo do nosso travesseiro. A noite promete!
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