domingo, 12 de junho de 2022

SUGESTÕES DE LEITURA


METAMORPHOSIS
Tenho um amigo e ex-concunhado que sempre teve pelo som dos Rolling Stones a mesma paixão que eu sentia pela música dos Beatles. Por isso, resolveu comprar novamente todos os discos que tinha perdido, emprestado ou danificado, o que não adiantou muito, pois logo estavam arranhados, danificados ou emprestados sem devolução. Não satisfeito em fazer isso com seus discos, o filho da puta fez a mesma coisa com três dos meus! Dois deles nunca mais eu vi e quando consegui resgatar o terceiro, a superfície do vinil parecia ter sido utilizada para dar polimento no piso da casa, de tantos arranhões. Pois bem, esse sujeito comprou em 1975 um disco meio estranho dos Stones (em minha opinião) lançado naquele ano, que continha gravações alternativas ou semi-descartadas pela banda.

Segundo uma crítica que encontrei, o disco Metamorphosis (esse é o título) “é ao mesmo tempo interessante e embaraçoso, uma curiosidade e um ultraje. Suas 14 faixas consistem em jams, outtakes, takes alternativos e versões primitivas de músicas que os Rolling Stones posteriormente revisaram em números mais polidos, todos gravados (aproximadamente) durante seus primeiros seis anos. Mas não se pode chamar de álbum dos Rolling Stones”.

Deve ser esse o motivo de ser tão desconhecido, pois como não me lembrava do nome do disco,custei a encontrar a imagem da capa. A curiosidade é que ela reune graficamente sos guitarristas Brian Jones (encontrado morto na piscina de sua casa) e seu substituto Mick Taylor. Olha ela aí.


 
Lembrei-me dessa história ao fazer uma garimpada de textos iniciados e depois abandonados, seja pela repetição dos temas ou pela minha preguiça em dar sequência ao assunto rançoso. Por ter o hábito de usar o Blogson como uma espécie de arquivo ou biblioteca, resolvi juntar três desses “textículos” e publicar aqui no blog. Afinal, leitores e leitoras com insônia crônica merecem a chance de dormir um pouco sem ter de usar remédios tarja preta, concordam?
 
 
 
CAMBAIO
"Fisicamente, eu te imaginava um senhor magrinho, de óculos, meio curvado. E você é, ou na foto pelo que percebi, alguém robusto, parece cheio de vida". Tomei este comentário como um elogio velado. Pois é...
 
“Quem vê cara não vê coração”, ensina o ditado popular. No meu caso, o correto seria dizer "quem vê cara não vê compleição". Porque, como muitos gostam de escrever nas redes sociais, "isso é bem euzinho". Eu sei (acalme-se, Marreta, cuidado com a pressão!) que isso ficou muito viado, mas foi só para destacar um fato impossível de ser contestado: no zoom padrão 3 x 4 eu até que fico bem na foto (ou na fita), eu até disfarço bem. O problema é quando a câmera vai se afastando e me pegando de corpo inteiro. Aí é quase filme de terror (ou comédia), pois a barriga (abdômen) está obscenamente grande. E as pernas, coitado de mim, transformaram-se em parênteses. Lembrando o vocabulário de minha mãe, hoje sou um sujeito cambeta. Ou cambaio.
 
 
 
BICICLO
Podem dizer que sou idiota, velho babão, bunda mole ou o que quiserem de mim, que eu não ligo. Afinal de contas, quem já foi chamado de sociopata por um colega não deve se preocupar com “elogios” mais leves. Porque, no duro, no duro (nem tanto assim, atualmente) o que sou mesmo é ciclotímico. E nem vou explicar o que isso significa. Se quiserem, podem me chamar de biciclotímico, pois sou geminiano e tenho dupla personalidade (piada!).
 
Isso explicaria a alternância de humor dos textos publicados aqui no blog (pronto, expliquei o significado!). Um texto sem noção antecede um depressivo que é seguido por outro idiota e assim, como uma bicicleta desgovernada, o velho Blogson vai descendo a ladeira. Hoje, apesar de ser sexta-feira (dia sem maior significado para um idoso recluso), estou com a cachorra, azedo, ácido, mais amargo que chá de boldo.
 
 
 
VIDA LOKA
Como já disse em outros posts, não tenho saudade de lugares ou acontecimentos da minha infância ou juventude, tenho saudade de mim. Não do que fui, mas do que poderia ter sido; não do que fiz, mas não deveria ter feito; não do que não fiz e deveria ter feito. Em outras palavras, tenho saudade de uma realidade alternativa que nunca ocorreu.

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