quinta-feira, 2 de junho de 2022

QUESTÃO SÓ DE PESO E MEDIDA

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Recentemente vi o médico Dráuzio Varella fazer comentários super divertidos e interessantes como convidado do programa “Papo de segunda” comandado pelo Fábio Porchat. Fiquei de queixo caído ao saber que é maratonista, desafio quase impossível de superar. Para correr uma maratona é preciso treinar bastante. E foi aí que seus comentários surpreenderam.
 
Antes de dormir ele já deixa ao lado da cama tudo o que é necessário para uma corrida – camiseta, calção, meias, tênis. No dia seguinte, poderá até decidir não correr, mas não poderá ficar na cama. Segundo o médico, no primeiro quilômetro ele se sente o homem mais infeliz do mundo e que é mentira que as pessoas sintam prazer em fazer ginástica ou correr, pois a seleção natural ao longo de milhões de anos fez com que tivéssemos tendência ao sedentarismo como forma de não gastar energia desnecessariamente. A mesma seleção explicaria o fato de comermos “três pratos de feijoada”, pois nossos ancestrais mais distantes, por não saber quando comeriam novamente, “comiam até arrebentar” quando havia alimento para isso.
 
Lembrei-me dessa entrevista ao ler um comentário de meu amigo virtual Scant. Para ele, “uma vida sem desafios tende a ser deprimente”. Claro que concordo integralmente com essa ponderação, mas o exemplo do Dr. Dráuzio demonstra que há vários níveis de desafios a enfrentar. O desafio dele é correr uma maratona (um puta desafio!). Hoje, para mim, apenas o ato de andar já está configurando um ótimo desafio. Como dizia um samba antigo, “questão só de peso e medida”.

Resumindo: à medida que envelhecemos e mesmo não nos dando conta disso, nossos desafios começam a ser redimensionados, mais ou menos na base do ditado popular que ensina a "medir a água com o fubá" (e não o contrário). O que era irrelevante passa a ter um significado absurdo. Poucos anos atrás eu tinha o costume de descer escadas saltando de dois em dois os degraus - e fazia isso até sem perceber. Hoje (infelizmente), descer escadas sem me apoiar no corrimão já é um desafio para mim. Por isso, uma vida deprimente pode ser provocada não pela ausência de desafios (que sempre existirão), mas por sua insignificância e pequenez.  Mas esta minha conversa fiada é só falta de assunto e totalmente descartável.

2 comentários:

  1. " é mentira que as pessoas sintam prazer em fazer ginástica ou correr" - fala isso pros viciados marombeiros que lotam academias no RJ.

    pessoalmente, basta tomar um "pré-treino" que me dá prazer em malhar

    abs!

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