Esta história (mesmo que nem mereça ser contada)
ocorre em três momentos distintos. O primeiro aconteceu no paleozoico ano de 1970,
o segundo rolou em dezembro de 2018 e o terceiro há poucos dias. Vamos aos fatos.
No primeiro semestre de 1970, com o cabelo ainda muito curto depois de ter a cabeça raspada por passar no vestibular (ouviu o rugido de um dinossauro? Pois é), gastei alguns dias sentado em frente ao espelho do quarto da minha tia, tentando fazer meu autorretrato. Creio que nem estava ainda namorando minha mulher, pois o início do namoro aconteceu no final do mês de abril. Para encurtar (ou alongar) a conversa, transcreverei o que escrevi em dezembro de 2018 sobre isso (esse era um texto que eu moveria para os dias atuais, pois me diverti relendo o que escrevi). Na sequência, finalizo esta publicação contando da minha recente obsessão e o resultado de tudo isso. Bora lá.
Texto originalmente publicado em 03/12/2018:
Em um post antigo (A praxe dos imbecis) falei da forma carinhosa com que nosso pai tratava a mim e a meu irmão quando éramos crianças. Aliás, sempre nos tratou assim. Bem no início da minha infância, nosso pai sempre dizia que éramos os “meninos mais bonitos do mundo”. E, tal como o personagem “Alvarenga”, do Jô Soares, eu acrediteeei!
Pior é que nunca consegui me libertar completamente dessa crença, apesar de não pegar nem resfriado na fase da adolescência. Por isso, é absolutamente espantoso ter conseguido namorar e casar com uma menina lindíssima (real!), digna de fazer parte do cast de modelos das agências Ford ou Elite.
Como um sujeito esquelético e mal acabado como eu conseguiu fazer com que uma menina que todos os marmanjos queriam namorar se interessasse por ele? A resposta está nos comentários “educativos” que escutei em várias ocasiões. “Eu sempre gostei de caras feios”, dizia ela. Provavelmente, ao ouvir esse comentário eu exibia aquele sorriso amarelo hepatite. Mas, sabe como é, eu sempre fiquei tentado a crer que não era bem isso o que ela pensava ao me ver (presunção é foda!).
Hoje, fuçando uma caixa com cartas e cartões ainda do tempo de namoro, encontrei um desenho que fiz há muito, muito tempo. Apesar do tema e da perda do anonimato, resolvi escaneá-lo para guardar na “blogoteca”.
No primeiro semestre de 1970, com o cabelo ainda muito curto depois de ter a cabeça raspada por passar no vestibular (ouviu o rugido de um dinossauro? Pois é), gastei alguns dias sentado em frente ao espelho do quarto da minha tia, tentando fazer meu autorretrato. Creio que nem estava ainda namorando minha mulher, pois o início do namoro aconteceu no final do mês de abril. Para encurtar (ou alongar) a conversa, transcreverei o que escrevi em dezembro de 2018 sobre isso (esse era um texto que eu moveria para os dias atuais, pois me diverti relendo o que escrevi). Na sequência, finalizo esta publicação contando da minha recente obsessão e o resultado de tudo isso. Bora lá.
Texto originalmente publicado em 03/12/2018:
Em um post antigo (A praxe dos imbecis) falei da forma carinhosa com que nosso pai tratava a mim e a meu irmão quando éramos crianças. Aliás, sempre nos tratou assim. Bem no início da minha infância, nosso pai sempre dizia que éramos os “meninos mais bonitos do mundo”. E, tal como o personagem “Alvarenga”, do Jô Soares, eu acrediteeei!
Pior é que nunca consegui me libertar completamente dessa crença, apesar de não pegar nem resfriado na fase da adolescência. Por isso, é absolutamente espantoso ter conseguido namorar e casar com uma menina lindíssima (real!), digna de fazer parte do cast de modelos das agências Ford ou Elite.
Como um sujeito esquelético e mal acabado como eu conseguiu fazer com que uma menina que todos os marmanjos queriam namorar se interessasse por ele? A resposta está nos comentários “educativos” que escutei em várias ocasiões. “Eu sempre gostei de caras feios”, dizia ela. Provavelmente, ao ouvir esse comentário eu exibia aquele sorriso amarelo hepatite. Mas, sabe como é, eu sempre fiquei tentado a crer que não era bem isso o que ela pensava ao me ver (presunção é foda!).
Hoje, fuçando uma caixa com cartas e cartões ainda do tempo de namoro, encontrei um desenho que fiz há muito, muito tempo. Apesar do tema e da perda do anonimato, resolvi escaneá-lo para guardar na “blogoteca”.
(...) Quando dei
o desenho para minha então namorada, ela comentou que tinha ficado bacana, apesar
de apresentar músculos e alguns traços que eu não possuía (eu pesava 64 quilos,
media 1,84m e nunca tive queixo). Acredito que essa autobenevolência “narcísica”
poderia ser chamada de “licença quase poética”, pois, ao contrário da letra do Caetano,
o “Narciso” esquizofrênico aqui deve ter achado feio o que era espelho e
resolveu dar uma photoshopada na imagem. De qualquer forma, o resultado está aí,
apesar do olhar e da boca levemente aviadados (que eu nunca tive!). E o motivo de
uma postagem desse tipo é o de sempre: “É a memória, estúpido!”
O tempo passa, o tempo voa...
Voltando aos dias atuais, acho que até ficou legal o texto, principalmente a releitura do verso do Caetano. Mas a coisa não acaba aí. O post original trazia o auto retrato laboriosamente executado. O problema surgiu quando eu, apenas por curiosidade, resolvi rebater horizontalmente o desenho, para ver a imagem tal como sou visto (lembrando que o desenho original mostrava minha imagem espelhada). O resultado me deixou muito puto, pois, ao desenhar (copiar), eu entortei minha cabeça para um dos lados, detalhe nunca percebido, justamente pela imagem espelhada. Aí o TOC se manifestou em toda sua exuberância: resolvi corrigir o desenho de 1970.
Como diria meu amigo Azarão, pããããããta que o pariu!!!! Que trabalho irritante, frustrante e infrutífero! Comecei usando papel vegetal para copiar o original e descobri que não conseguiria reproduzir o desenho de forma minimamente decente. Para corrigir a distorção e obter as proporções reais do meu rosto, ampliei retratos 3 x 4 da mesma época, imprimi, recortei e colei, tentando refazer o desenho a partir daí. Outra decepção. Irritado com o resultado, desisti dessa ideia de jerico desocupado durante uns quatro dias. Mas é bom lembrar que tenho fixação por retratos 3 x 4 (os meus, naturalmente) - e esse é o motivo real por trás deste texto.
Hoje, o TOC me cobrou uma resposta e não teve jeito. Sentei-me em frente ao computador e com o auxílio dos três retratos mencionados antes, coloquei “todo mundo” no mesmo tamanho e escala. Com o gabarito assim obtido e auxílio do Paintbrush, fui recortando e colando partes do desenho original para tentar corrigir a cabeça torta. Com meus parcos conhecimentos de edição de imagem fui nessa batida até resolver chamar o cabo corneteiro e mandar tocar o toque de foda-se, pois já estava de saco cheio.
E o resultado a que cheguei, bom ou mau, está ai embaixo. O queixo continuou maior que o real e a musculatura peitoral verdadeira provavelmente era menos exuberante que aquela insinuada no desenho. Mas, apesar da “licença quase poética” dá para dizer que naquela época eu tinha alguma coisa parecida com essa imagem (mal) editada. Com ou sem a expressão afrescalhada do desenho. Olhaí.
O tempo passa, o tempo voa...
Voltando aos dias atuais, acho que até ficou legal o texto, principalmente a releitura do verso do Caetano. Mas a coisa não acaba aí. O post original trazia o auto retrato laboriosamente executado. O problema surgiu quando eu, apenas por curiosidade, resolvi rebater horizontalmente o desenho, para ver a imagem tal como sou visto (lembrando que o desenho original mostrava minha imagem espelhada). O resultado me deixou muito puto, pois, ao desenhar (copiar), eu entortei minha cabeça para um dos lados, detalhe nunca percebido, justamente pela imagem espelhada. Aí o TOC se manifestou em toda sua exuberância: resolvi corrigir o desenho de 1970.
Como diria meu amigo Azarão, pããããããta que o pariu!!!! Que trabalho irritante, frustrante e infrutífero! Comecei usando papel vegetal para copiar o original e descobri que não conseguiria reproduzir o desenho de forma minimamente decente. Para corrigir a distorção e obter as proporções reais do meu rosto, ampliei retratos 3 x 4 da mesma época, imprimi, recortei e colei, tentando refazer o desenho a partir daí. Outra decepção. Irritado com o resultado, desisti dessa ideia de jerico desocupado durante uns quatro dias. Mas é bom lembrar que tenho fixação por retratos 3 x 4 (os meus, naturalmente) - e esse é o motivo real por trás deste texto.
Hoje, o TOC me cobrou uma resposta e não teve jeito. Sentei-me em frente ao computador e com o auxílio dos três retratos mencionados antes, coloquei “todo mundo” no mesmo tamanho e escala. Com o gabarito assim obtido e auxílio do Paintbrush, fui recortando e colando partes do desenho original para tentar corrigir a cabeça torta. Com meus parcos conhecimentos de edição de imagem fui nessa batida até resolver chamar o cabo corneteiro e mandar tocar o toque de foda-se, pois já estava de saco cheio.
E o resultado a que cheguei, bom ou mau, está ai embaixo. O queixo continuou maior que o real e a musculatura peitoral verdadeira provavelmente era menos exuberante que aquela insinuada no desenho. Mas, apesar da “licença quase poética” dá para dizer que naquela época eu tinha alguma coisa parecida com essa imagem (mal) editada. Com ou sem a expressão afrescalhada do desenho. Olhaí.
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