domingo, 6 de setembro de 2020

PORQUE HOJE É DOMINGO


Estava dando uma limpa no meu velho e bom computador e encontrei este texto, escrito em abril de 2020. Obviamente foi escrito para ser publicado no bom e velho Blogson. Tentei encontrá-lo nos posts publicados em datas próximas, mas não tive muita paciência para ficar cavoucando o que é da minha lavra, pois uma coisa que o Blogson nunca foi é lavra de pedras preciosas (esta brincadeirinha ficou mais ou menos – mais ou menos idiota, mais ou menos imbecil).

E é um texto sobre esse fóssil conhecido como Facebook, tão sem graça atualmente que me atrevo a dizer que baile da terceira idade é mais atraente (deixo claro que nunca fui a uma merda dessas!) e que quando o acesso, logo dou às de Vila Diogo (esta é uma das expressões mais estranhas e idiotas que conheço e só utilizei para passar a imagem de erúdito). Mas, voltemos ao texto que já apaguei do meu velho e bom computador (hoje está difícil!). Só resolvi publicá-lo por entender que as observações talvez se apliquem também a outras redes sociais (que desconheço). E porque hoje é domingo!

Há tempos venho observando as postagens de meus “amigos de facebook”. Isso, naturalmente, dos que postam alguma coisa, pois a maioria só “curte” ou fica mais muda que a corujinha da piada (“falar, não fala nada, mas presta uma atenção!!!”). E o que vejo ou leio deixa-me surpreso, comovido ou decepcionado, alegre ou triste, consternado ou irritado, pois o Facebook é uma espécie de holofote ou amplificador das crenças, dos valores, da ingenuidade, das preferências, da repulsa, do radicalismo e até mesmo da má fé de cada um que posta ou compartilha alguma coisa na rede.

Assim, procuro tirar alguma reflexão sobre o que vejo ou leio enquanto tento traçar mentalmente o verdadeiro perfil de cada amigo (ou o que imagino que seja seu verdadeiro perfil, pois não tenho nenhuma formação em psicologia). Matutando sobre isso da forma mais isenta e menos ideológica possível, cheguei às seguintes constatações ou conclusões (algumas bastante óbvias):

- é mais difícil influenciar alguém que ser influenciado pelas postagens recebidas. Imagino que isso aconteça pelo fato de o facebook lembrar um rio caudaloso, uma correnteza que nunca para de passar, tal a quantidade de postagens que circulam nessa rede. Dependendo do assunto e da quantidade de amigos, é comum receber três ou mais postagens iguais, repetição que parece reforçar ou dar mais credibilidade ao tema postado;
- só se lê e se compartilha o que está em sintonia com os valores, gostos e a maneira de pensar de cada um. Se você gosta de mensagens bonitinhas, de imagens de bichinhos fofinhos ou se é adepto do Lula ou do Bolsonaro você lerá ou verá com prazer e atenção todos os posts com essas características;
- no sentido inverso, se você receber mensagens e posts que contestem ou afrontem seus valores ou desmintam suas crenças e certezas você os irá ignorar ou reagirá com comentários discordando do que leu, mesmo que só tenha visto as imagens, lido o titulo ou as primeiras linhas da matéria;
- quando suas convicções são muito arraigadas pode acontecer de compartilhar notícias falsas ou maliciosas apenas pelo fato de estarem de acordo com sua visão de mundo, mesmo sabendo que se trata de fake news ou parcialmente distorcidas;
- quando um post está em sintonia com suas crenças ou preconceitos, poucas pessoas se dão ao trabalho de verificar a veracidade do que está sendo afirmado nesse post;
- quando se tem uma visão radical sobre determinado assunto ou personagem, há uma tendência a valorizar assuntos irrelevantes com comentários do tipo “isso a mídia não mostra”. O mesmo raciocínio se aplica quando se pretende depreciar esta ou aquela instituição ou personalidade pública;
- quando se pretende atacar ou defender esta ou aquela personalidade pública ou instituição, a melhor técnica é fazer afirmações genéricas que deem trabalho para se averiguar, pois a maioria das pessoas está pouco disposta a ficar pesquisando na internet se essa ou aquela notícia ou declaração é ou não verdadeira;
- notícias parcialmente verdadeiras ou editadas de forma maliciosa são uma ótima técnica para defender ou atacar qualquer coisa, pelo simples fato de criar em quem lê a sensação de estar diante de reportagem ou fato real e incontestável;
- quanto mais engessadas forem suas convicções e certezas, mais chance terá de compartilhar postagens infantis, risíveis ou condenáveis.

Depois de (re)ler esta gororoba, percebo que minha autocrítica está mais desgovernada que carro sem motorista e fico arrependido por não ter deletado o texto sem ler. Você acredita que eu pensei isso mesmo? Hum, sei não, há controvérsias...


4 comentários:

  1. Eu penso que o Facebook é uma das redes sociais mais superficiais. Acredito que lá seja um bom terreno pra postar foto com a família, fotos de si mesmo e fazer o ego crescer (ou o contrário, dependendo da quantidade de curtidas/reações). Particularmente, só uso quando quero divulgar algo sobre meus trabalhos - lá o que mais tem é gente curiosa e faminta pela vida do outro, rs. Quando não, desativo, pq detesto rede social em "stand by".
    Penso que (principalmente) posição política no Facebook é um crime, pois só fará passar nervoso e lidar com algumas opiniões um tanto extremistas, pessoas querendo atacar umas as outras por não defenderem a mesma ideia e nada dispostas a ouvirem o que o outro tem a dizer. Além do que, acho muito difícil possuir um discurso bom e curto o suficiente para que a pessoa não pare de ler na metade ou mude de opinião. Pra mim, que não tenho interesse nenhum em defender uma ideia com tanto afinco ou mudar a de outra pessoa, acho perda de tempo.
    Espero não ter generalizado muito, rs.

    É nóis, Jotabê.

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