Estava dando uma limpa no meu velho e bom
computador e encontrei este texto, escrito em abril de 2020. Obviamente foi
escrito para ser publicado no bom e velho Blogson. Tentei encontrá-lo nos posts
publicados em datas próximas, mas não tive muita paciência para ficar
cavoucando o que é da minha lavra, pois uma coisa que o Blogson nunca foi é
lavra de pedras preciosas (esta brincadeirinha ficou mais ou menos – mais ou
menos idiota, mais ou menos imbecil).
E é um texto sobre esse fóssil conhecido como
Facebook, tão sem graça atualmente que me atrevo a dizer que baile da terceira idade
é mais atraente (deixo claro que nunca fui a uma merda dessas!) e que quando o
acesso, logo dou às de Vila Diogo
(esta é uma das expressões mais estranhas e idiotas que conheço e só utilizei
para passar a imagem de erúdito). Mas, voltemos ao texto que já apaguei do meu
velho e bom computador (hoje está difícil!). Só resolvi publicá-lo por entender
que as observações talvez se apliquem também a outras redes sociais (que
desconheço). E porque hoje é domingo!
Há tempos
venho observando as postagens de meus “amigos de facebook”. Isso, naturalmente,
dos que postam alguma coisa, pois a maioria só “curte” ou fica mais muda que a
corujinha da piada (“falar, não fala nada, mas presta uma atenção!!!”). E o que
vejo ou leio deixa-me surpreso, comovido ou decepcionado, alegre ou triste,
consternado ou irritado, pois o Facebook é uma espécie de holofote ou
amplificador das crenças, dos valores, da ingenuidade, das preferências, da
repulsa, do radicalismo e até mesmo da má fé de cada um que posta ou
compartilha alguma coisa na rede.
Assim, procuro
tirar alguma reflexão sobre o que vejo ou leio enquanto tento traçar
mentalmente o verdadeiro perfil de cada amigo (ou o que imagino que seja seu
verdadeiro perfil, pois não tenho nenhuma formação em psicologia). Matutando
sobre isso da forma mais isenta e menos ideológica possível, cheguei às
seguintes constatações ou conclusões (algumas bastante óbvias):
- é
mais difícil influenciar alguém que ser influenciado pelas postagens recebidas.
Imagino que isso aconteça pelo fato de o facebook lembrar um rio caudaloso, uma
correnteza que nunca para de passar, tal a quantidade de postagens que circulam
nessa rede. Dependendo do assunto e da quantidade de amigos, é comum receber
três ou mais postagens iguais, repetição que parece reforçar ou dar mais
credibilidade ao tema postado;
- só se
lê e se compartilha o que está em sintonia com os valores, gostos e a maneira
de pensar de cada um. Se você gosta de mensagens bonitinhas, de imagens de
bichinhos fofinhos ou se é adepto do Lula ou do Bolsonaro você lerá ou verá com
prazer e atenção todos os posts com essas características;
- no
sentido inverso, se você receber mensagens e posts que contestem ou afrontem
seus valores ou desmintam suas crenças e certezas você os irá ignorar ou
reagirá com comentários discordando do que leu, mesmo que só tenha visto as
imagens, lido o titulo ou as primeiras linhas da matéria;
-
quando suas convicções são muito arraigadas pode acontecer de compartilhar
notícias falsas ou maliciosas apenas pelo fato de estarem de acordo com sua
visão de mundo, mesmo sabendo que se trata de fake news ou parcialmente
distorcidas;
-
quando um post está em sintonia com suas crenças ou preconceitos, poucas
pessoas se dão ao trabalho de verificar a veracidade do que está sendo afirmado
nesse post;
-
quando se tem uma visão radical sobre determinado assunto ou personagem, há uma
tendência a valorizar assuntos irrelevantes com comentários do tipo “isso a
mídia não mostra”. O mesmo raciocínio se aplica quando se pretende depreciar
esta ou aquela instituição ou personalidade pública;
-
quando se pretende atacar ou defender esta ou aquela personalidade pública ou
instituição, a melhor técnica é fazer afirmações genéricas que deem trabalho para
se averiguar, pois a maioria das pessoas está pouco disposta a ficar
pesquisando na internet se essa ou aquela notícia ou declaração é ou não
verdadeira;
-
notícias parcialmente verdadeiras ou editadas de forma maliciosa são uma ótima
técnica para defender ou atacar qualquer coisa, pelo simples fato de criar em
quem lê a sensação de estar diante de reportagem ou fato real e incontestável;
-
quanto mais engessadas forem suas convicções e certezas, mais chance terá de
compartilhar postagens infantis, risíveis ou condenáveis.
Depois de (re)ler esta gororoba, percebo que
minha autocrítica está mais desgovernada que carro sem motorista e fico
arrependido por não ter deletado o texto sem ler. Você acredita que eu pensei isso
mesmo? Hum, sei não, há controvérsias...
Eu penso que o Facebook é uma das redes sociais mais superficiais. Acredito que lá seja um bom terreno pra postar foto com a família, fotos de si mesmo e fazer o ego crescer (ou o contrário, dependendo da quantidade de curtidas/reações). Particularmente, só uso quando quero divulgar algo sobre meus trabalhos - lá o que mais tem é gente curiosa e faminta pela vida do outro, rs. Quando não, desativo, pq detesto rede social em "stand by".
ResponderExcluirPenso que (principalmente) posição política no Facebook é um crime, pois só fará passar nervoso e lidar com algumas opiniões um tanto extremistas, pessoas querendo atacar umas as outras por não defenderem a mesma ideia e nada dispostas a ouvirem o que o outro tem a dizer. Além do que, acho muito difícil possuir um discurso bom e curto o suficiente para que a pessoa não pare de ler na metade ou mude de opinião. Pra mim, que não tenho interesse nenhum em defender uma ideia com tanto afinco ou mudar a de outra pessoa, acho perda de tempo.
Espero não ter generalizado muito, rs.
É nóis, Jotabê.
Você tem razão.
ResponderExcluirQue resposta triste!
ExcluirEstou com o modo Jotabê desabilitado.
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