sexta-feira, 11 de setembro de 2020

O FÓRUM E A FURADA

A mídia divulgou ontem que o ministro “Ricardo Salles nega queimadas na Amazônia compartilhando vídeo da Mata Atlântica”. Que mico, Ricardinho! Aliás, um mico “de grife”, pois o vídeo mostrava um mico leão dourado (que não existe na Amazônia, só na Mata Atlântica). Que furada, que vergonha!

Mas parece que nossos “ambientalistas” encontram respaldo para fazer e dizer essas idiotices, como prova uma notícia de que só ontem tomei conhecimento. Só ontem também (10/09) fiquei sabendo de um constrangedor encontro de "notáveis" ocorrido em 2019. Que posso dizer? De novo: que vergonha, meu Deus! Que vergonha!

Em janeiro de 2019, durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, o ambientalista, prêmio Nobel da Paz e ex-vice-presidente dos EUA Al Gore conversou com o presidente de um país ridículo, ou melhor, com o presidente ridículo de um país ridículo. A constrangedora conversa, gravada por documentaristas alemães, faz parte do documentário “O Fórum”. Como essa conversa obedece a lógica sem noção dos “Diálogos de Spamtar”, resolvi transcrevê-la no Blogson. Olhaí

- Hello! Eu sou um grande amigo do Alfredo Sirkis
- (Cara de cachorro que peidou na igreja) Lá atrás, fui inimigo do Sirkis na luta armada (*).
- Oh, eu não sabia disso! Então falei sobre a pessoa errada.
- Eu sou capitão do Exército... (riso amarelo) Não, não, não tem problema. A história recém-passada no Brasil dos militares foi muito mal contada(**). A verdade sempre aparece.
- Sabe, estamos todos profundamente preocupados com a Amazônia. Lamento trazer essa questão numa reunião informal, mas é algo que me toca profundamente.
- A Amazônia não pode ser esquecida. Temos muitas riquezas, gostaria muito de explorá-las junto com os Estados Unidos.
- Eu não entendi muito bem o que o senhor quis dizer.
- Eu gosto muito do povo americano. O Brasil elegeu um presidente que gosta dos Estados Unidos. E a Amazônia pode ser a solução para o mundo. Conheço o senhor, não somos inimigos. Precisamos conversar.
- Estou sempre disposto a conversar. Obrigado.
- De nada!
- Obrigado.

Imagino o que pode ter passado pela cabeça dos protagonistas logo depois desse encontro:
- Dumb-ass politician! Asshole...
- Babaca, comunista!
Mas, claro, ninguém pensou nada disso. Nem eu. Nem eu nem o mico leão dourado do Ricardo Salles.


(*) Quando o Alfredo Sirkis deixou o Brasil em 1971, o presidente tinha apenas 16 anos, e só entrou para o exército aos 18 anos. Então, só foi inimigo no campo ideológico, só na teoria.
(**) O jornalista Elio Gaspari escreveu cinco livros, verdadeiros calhamaços sobre todo o período dos generais presidentes. Fartamente documentado e com relatos obtidos dos atores principais daquela época,. Um deles, Heitor Ferreira, secretário particular do presidente Geisel (e, antes dele, do general Golbery)


2 comentários:

  1. mais uma da republiqueta brasilis das bananas
    se tá tudo idiota, tá normal: se come e gaga já atendeu minha expectativa de um político brasileiro padrão; mais do que isso seria pedir demais

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    1. Disse quase tudo! (esqueceu que o ideal é fazer "cocô dia sim, dia não").

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