É engraçado pensar
que até outro dia eu era um avô sem netos. Por isso mesmo, dizia estar tão
carente que acabaria criando uma ONG tipo "Avós de empréstimo" ou "Avós de aluguel" (não sei como será em 2034, mas hoje, “ONG” significa Organização Não Governamental). Para piorar ainda mais a piada, eu
me superei ao imaginar a criação de uma ONG-blog, um "BLONG" chamado de "Internetos",
cuja vantagem seria não ter de dar papinha nem trocar a fralda do neto (ou,
principalmente, do avô). Nem
sei por que estou dizendo isto, pois imagino que duas meninas espertas e
inteligentes não terão paciência ou vontade de ler estas palavras escritas há
tanto tempo.
Mas, voltando ao início,
até outro dia, éramos avós sem netos. Aí, em algum momento de 2017 fomos
informados de que ganharíamos duas netinhas. Elas nasceram em março do ano
seguinte. Mas, para provar que 2018 foi mesmo um ano atípico,
recebemos a notícia de que seríamos avós novamente. E de gêmeos, ou melhor, de
gêmeas! Claro que estou falando de vocês!
Neste momento em que escrevo estas bobagens, vocês estão prestes a nascer, talvez ainda na primeira semana de fevereiro. Já sei o nome que receberão e quem nascerá primeiro, mas, o mais importante é saber como vocês foram ansiosamente aguardadas e como são super bem vindas. Não sei quando nem se lerão este texto, pois não é uma carta ou documento guardado em uma "cápsula do tempo" com data prevista para ser aberta.
Por isso, o que quer que eu diga será fútil e desimportante ou inútil. Seria legal que lessem quando tivessem uns quinze anos, pois já teriam melhor compreensão da vida (mas, talvez, não a paciência necessária para aturar palavras antigas escritas por um idoso que talvez já tenha morrido). Mesmo assim, quero dizer a vocês mais ou menos o mesmo que disse às suas primas:
Para começar, espero que tenham sempre
muita Felicidade, assim mesmo, com "F" maiúsculo e no singular.
Porque alegrias e tristezas podem ser muitas e por vários motivos, mas Felicidade é
um sentimento único que vem de dentro, não precisa de plural. Esta é minha
opinião, mas sou velho e talvez esteja errado, talvez tenha me enganado a vida
toda.
Sinceramente falando, seria bacana poder brincar muito com vocês e com suas primas enquanto ainda forem crianças, inventar histórias malucas e dizer idiotices só para ver vocês rindo. Não sei se conseguirei isso. Afinal, vocês terão cinco anos só em 2024. Até lá, espero não estar usando fraldas! Mas em 2034 estarão com quinze anos. Imagino que ao longo desse tempo sua mãe e seu pai fizeram todo o possível para dar o melhor de tudo para vocês, principalmente demonstrando o imenso amor que sentem (e que sempre sentirão) por vocês, pois isso é o melhor que os pais podem e devem fazer.
Eu conheço seus pais há muito tempo e sei que vocês não poderiam ter pais melhores. E isso não é força de expressão. Podem acreditar, vocês têm os melhores pais do mundo, pois eles foram e são os melhores filhos que um pai ou uma mãe poderia desejar ter. Então, não tem erro: filhos bons viram pais sensacionais.
Mas, falemos de vocês mais um pouco. Não
tenho dúvida que estudam em um super colégio e que já viajaram para vários
países (se não fizeram isso, podem cobrar dos dois, pois uma vez sua mãe disse
que gostaria de conhecer sessenta países. Por isso, podem cobrar!).
Espero que convivam bem com suas primas, pois
a diferença de idade é muito pequena. Naturalmente, deverão trocar segredinhos
sobre "aqueles" garotos boa pinta que conheceram (“boa pinta” é
sinônimo de "lindo", entenderam? Lembrando: sou velho, minha linguagem
é de velho, não sei como se fala hoje). Mas estou divagando muito. O que eu
queria dizer é que desejo a vocês todas as alegrias que a Vida pode reservar,
hoje e sempre. E espero que vocês cresçam em um mundo melhor ou, pelo menos,
igual ao atual (pior, nem pensar!).
Como vocês ainda nem nasceram, quando fizerem
quinze anos eu estarei com oitenta e quatro (mais velho ainda! Ou, talvez, quem
sabe, nem esteja mais vivo...). Mesmo assim, quero já deixar registrado
meu desejo e meu sonho de no dia em que comemorarem o aniversário de quinze
anos –, eu possa dar o abraço mais carinhoso que um avô poderia dar em suas
netas (sem babar nos vestidos!).
Beijão. Seu
avô.
Janeiro de 2019
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