Depois de ler um divertido post do Marreta sobre o “Dry January”, resolvi comentar o assunto. Como ficou grande, virou
post do Blogson (a picaretagem é a alma do negócio). Mas o link é este:
Não sou a pessoa mais abalizada para falar
sobre isso, pois fiz a opção de parar de beber qualquer tipo de bebida
alcoólica no final de 2014. Poderia ser esse o motivo de ter criado o blog em
junho de 2014, mas parei depois disso. O motivo resumido é o seguinte: o álcool
nunca foi meu amigo, pois nunca alterou meu humor. Alegre antes de beber?
Continuava alegre. Triste, tímido ou deprimido? Lamento dizer que permanecia
assim. Na juventude, a única coisa que me divertia era passar do limite e começar a
cambalear. Detonava todos os sentidos, mas a consciência estava lá, firme,
vigilante, irritante. Por isso mesmo o álcool nunca foi para mim uma rede de
segurança, muleta ou antídoto contra a chatice de festas e comemorações. Happy hour para mim sempre foi a hora de
vazar do trabalho e ir feliz da vida para casa.
Na minha avaliação, a maioria das pessoas
fica um porre quando está de porre. Pessoas gentis, divertidas tornam-se ogros
insuportáveis à medida que vão enchendo o latão, que vão entornando mais e mais
a bebida predileta, inclusive na mesa, na toalha, na roupa do infeliz que
estiver mais próximo. Difícil de aguentar.
E o que mais entristece é ver o alcoolismo ir
aos poucos dominando e deformando pessoas outrora simpaticíssimas. Conheço um
sujeito que sempre gostou de beber cerveja. E reclamava de um amigo que
misturava cachaça com cerveja. Segundo ele, esse amigo ficava transtornado,
rosnando para a parede, olhar fixo, caçando briga com qualquer um, como se
estivesse possuído por uma entidade maligna. Hoje, esse meu amigo bebe
diariamente, ingere meia garrafa de destilado e umas nove cervejas, mas,
paradoxalmente, está cada vez mais antissocial. Curiosamente, durante a
quaresma, sempre conseguia ficar sem beber nada. Creio que hoje faz uma
trapaçazinha, pois bebe cerveja sem álcool.
E é por tudo isso que eu sempre digo que parei de beber,
porque mesmo que o primeiro copo descesse maravilhosamente, o segundo copo
tinha gosto de cerveja. E eu detestava gosto de cerveja! Até me aventurei a
compor uma marchinha carnavalesca sobre isso, que acabou virando parte do post
"Não me leve a mal"
“Cachaça
tem gosto de cachaça
Isso
não muda jamais.
Cerveja
tem gosto de cerveja
E o
gosto é ruim demais (pararará...)”
Realmente, a picaretagem é mesmo a alma do
negócio!
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