Logo após o movimento de 1964, comecei a ter
minha atenção despertada para a quantidade de militares que aos poucos ocuparam
cargos de chefia em todos os níveis hierárquicos da máquina pública e em todo tipo
de situação. Eu tinha apenas quatorze anos e não via nenhum problema nisso,
apenas achava curioso o fato novo.
Hoje, com a posse do novo presidente, vira e
mexe a mídia divulga mais um indicado para o segundo ou terceiro escalões do
governo federal. Mesmo que não veja nenhum problema nisso, acho curioso o fato
de muitos desses indicados serem militares. Imagino que foram escolhidos por sua
honestidade, “notório saber” e competência - que são, para mim, os únicos
critérios que devem ser observados.
Mas essas escolhas, em minha opinião, dizem
mais do presidente que dos indicados. É como se ele desconhecesse o mundo fora
da caserna (ou dele desconfiasse). Pensando nisso, lembrei-me de duas frases
clichê para definir as preferências do novo presidente:
“O
hábito do cachimbo faz a boca torta”. Ou, talvez mais adequada a essa
situação observada, a frase do psicólogo americano Abraham Maslow: "Para quem só sabe usar martelo, todo
problema é um prego”.
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