sexta-feira, 29 de abril de 2016

COMENTANDO AS PENÚLTIMAS - 23

O PAÍS DO FISIOLOGISMO E DA FISIOLOGIA

Creio que tinha acabado de me formar quando ouvi um caso divertido relacionado ao engenheiro José Mendes Junior, fundador da Construtora Mendes Jr. (essa mesma que foi declarada inidônea para contratar com a União).
A história é a seguinte: a Mendes Jr. ganhou a licitação para fazer uma ferrovia na Mauritânia. Quando o Zé Mendes foi visitar a obra, ficou horrorizado com os costumes locais: ao sentir vontade de aliviar os intestinos (procedimento popularmente conhecido com “passar um fax”, “cortar o rabo do macaco”, “dar um barrão” ou, simplesmente, dar uma cagadinha), os nativos agachavam-se no chão da via pública e, protegidos por aquelas batas que vão até o pé, mandavam bala. Ao final do processo, jogavam uma areinha por cima, à maneira dos gatos e saiam tranquilamente .
E a história se completa com o desespero do brasileiro de, inadvertidamente, dar aquela amassada ao andar pelas ruas sem calçamento. Não me lembro mais o que ele fazia ou que passos de dança era obrigado a executar para evitar sujar os sapatos. Fim.


De uns anos para cá, comecei a ver pessoas de aparência mais humilde urinando na rua. No início, em lugares mais desertos, escondendo-se atrás de uma árvore ou “marcando” um poste, em clara concorrência aos cães. Passou um tempo e a coisa foi ficando banal e os mijões começaram a ficar mais desinibidos, ao ponto de, outro dia, por volta das dezenove horas, parado em um sinal (semáforo), ter visto um jovem aliviar-se em uma árvore plantada em pleno canteiro central de uma avenida super movimentada (!). Fim, de novo.


E a nova moda agora é cuspir. Começou com o deputado Jeep Willys e teve continuidade com o Zé de Abreu (quem é ele mesmo?). A propósito do Jean Wyllys, não há muito problema, pois foi o caso de um boçal cuspir em outro. Como fugiu rapidamente, mostrou que é um bundão. E é gay. Então ficamos assim: um sujeito bbb (boçal, bundão e biba). 
Quanto ao Zé, não acho nada estranho ele ter feito isso, pois, se você observar bem, ele parece ser daquelas pessoas que falam cuspindo. E, para mim, quem fala “fachista” ou “faxista” não merece crédito. Imagino que ele esteja se referindo àqueles que pintam essas faixas de tecido que os petistas adoram utilizar para afrontar quem não pensa como eles. Fim, de novo, outra vez.


Então, o que sobra disso tudo? Em um país onde boa parte dos políticos é adepta do fisiologismo, um país onde o PT e aliados literalmente só cagaram na economia e escarraram na boa fé do povo, uma cuspida na cara de alguém ou uma mijadinha em espaço público não assustam tanto. É só a fisiologia que está em alta. O único defeito é que ficamos mais próximos das cavernas e cada vez mais distantes do que se classifica como civilização.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

FELIZ DIA 25 DE ABRIL!

Hoje, dia 25 de abril de 2016, minha mulher e eu comemoramos 41 anos de um casamento cuja cerimônia religiosa começou às 19 horas, horário escolhido para divulgar esse desenho toscão que fiz para brincar com ela (um pouco de TOC nunca é demais). 

41 anos! É muito tempo... E, quer saber a verdade? Eu quero é mais!



sexta-feira, 22 de abril de 2016

NO DIA EM QUE "ELA" CHEGAR

No dia em que a Dirma chegar “no” céu, provavelmente será recebida por um São Pedro com cara de pouquíssimos amigos:

- Que é que você quer aqui?

- Quero entrar, ué! Aqui não é o céu?

- É, mas seu lugar é “lá em baixo”. Além disso, você nem acredita no Chefe.

- Eu não concordo em não poder ficar aqui! O senhor deve estar armando algum golpe para me tirar daqui.

- DEIXA DE SER RIDÍCULA E PÁRA DE FALAR ESSA BOBAGEM!!!

- Calma, assim vai acabar tendo um troço. Ficou mais vermelho que bandeira do PT...

- Que ideia fixa! Não existe golpe no céu! O único que tentaram fazer aconteceu no início dos tempos e o líder está hoje no lugar para onde você irá.

- Eu sou uma mulher honesta e mereço ficar!

- Sem chance! Você entrou em muitas roubadas.

- Essa é sua opinião!

- Ah, é? Vou só refrescar sua memória: roubada da casa do ex-governador Ademar de Barros, roubada do Banco Mercantil de São Paulo, roubada do...

- Mas eu tinha só 20 anos naquela época! E nem enxergava as coisas direito... Basta ver meu retrato daquele período: eu era tão míope que as lentes dos óculos pareciam feitas de fundo de garrafa.

- Pode até ser, mas não corrigiu a visão, pois “não viu nada” no Petrolão, na refinaria de Pasadena, cagou na política econômica, fodeu com o povo do seu país.

- Que é isso, São Pedro? O senhor está falando que nem o Lula! Que linguajar mais...  inesperado!

- Tá lembrada que eu fui pescador? E nem adianta espernear como se estivesse pedalando, pois seu lugar mesmo é no inferno.

- Como eu posso ir pra lá se também não acredito na existência de Satanás?

- Lembra quando você disse –“eu vou fazer o diabo”? Pois é, agora você pode fazer à vontade.

- Como assim?

- Se quiser, pode até levar massinha de modelar – deve ajudar.

- Mas...

- DESCE!




OS FILHOS DE FRANCISCO (E JULIETA) - 05

O irmão mais novo de minha mãe, Mon (Almon), nasceu em 05/04/1940, o que significa que é apenas dez anos mais velho do que eu. Essa diferença de idade, semelhante à que existe entre nossos filhos mais velho e mais novo, fez com que ele ficasse meio híbrido para mim, metade tio, metade irmão. Não me lembro de muita coisa dele na infância, apenas que às vezes torcia meu braço, de sacanagem.

Na adolescência, foi o responsável involuntário por eu me recusar a chamar nosso segundo filho de “Binho”, como fazem seus irmãos. A história é simples, sem sacanagem: não sei se foram colegas de colégio ou se, por morarem perto, a um quarteirão de distância, o Mon ficou amigo do Weber, um sujeito muito educado e muito, muito delicado. Ninguém lá em casa o chamava de Weber, só de “Binho”. Era engenheiro (!) e, em determinado momento, teria sido expulso de casa pelo pai, sargento do exército, talvez depois de descobrir que o filho era gay. Esse sujeito gostava de conversar com minha mãe e falava de forma meio sibilante. Por conta dessas lembranças, só chamo nosso filho de “Bil”, jamais de “Binho”. Isola!!!

O Mon estudou na Escola Técnica, na av. Amazonas. Para chegar lá, comprou uma bicicleta do tipo que se conhecia como “camelo” ou “camelão”, sem marcha nenhuma, e descia desembestado a Rua Itambacuri, que tem até hoje calçamento poliédrico (ruim para andar de bicicleta) e uma ladeira “legal”. Depois, comprou uma “magrela” própria para corrida, com quatro marchas, selim estreito e guidon recurvado e paralelo ao eixo da bicicleta. Achei bacana pra caramba. Não me lembro o que aconteceu com essa bicicleta depois da queda, só sei que um dia derrapou e caiu em cima da linha férrea, se arregaçando todo.

Pouco tempo depois comprou seu primeiro automóvel, um Fiat da década de 30, estranhamente pequeno. O carro funcionava muito bem nas descidas. Subir já era outra história. Um dia, entrei no carro com Tia Aidê e mais alguém, talvez o Omir. Não sei aonde iríamos. A descida da rua Padre Eustáquio foi uma beleza. Ao tentar voltar, não houve meio do bosta do carro subir a rua. Aquilo me causou certo pânico (como vou voltar para casa?), que depois mudou para vergonha: amarraram um cabo de aço no Fiat, que subiu a rua rebocado. Nunca mais cheguei perto dele, mas não deu nem tempo. Logo depois o Mon comprou um Ford conversível 1936, branco e vermelho, muito legal. Esse andava.

Desde novo, o Mon parecia sentir coceira ao ficar com um carro por muito tempo. Para minha tristeza, vendeu o Ford bonitão e comprou um Chevrolet 1934, preto, muito feio, que foi logo trocado por roupas e malas(!)

A explicação é simples: depois que se formou na Escola Técnica, um de seus professores o convidou para ir trabalhar em Brasília, recém-inaugurada. Convite feito, convite aceito, para grande desespero da mãe e das irmãs. As roupas e malas serviram para isso.

Mesmo não tendo formação universitária, começou dando aula e acabou diretor do MOBRAL – Movimento Brasileiro de Alfabetização, criado na época dos governos militares. Não sei muita coisa sobre sua vida em Brasília, só sei que ficou bem de vida, fez um ou dois loteamentos em Taguatinga, onde morava. Atualmente (2013), mora em Sobradinho ou sei lá onde.

Para fazer a terraplenagem de um desses loteamentos e bem ao seu estilo aventureiro e entusiasmado, comprou um trator que ele mesmo operava. Ainda tem o tal trator e até faz uns bicos com ele (“porque a despesa é muito grande”). Figuraça.

Muito antes disso, quando ainda havia passado pouco tempo de sua mudança para Brasília, uma noite, a campainha da casa de minha avó tocou. Alguém foi ver quem era e foi aquele alvoroço: era o Mon e, com ele, um senhor de 40 anos, aproximadamente, de nome Otto. Era alemão e padrasto de sua namorada. Trabalhava como mecânico de aviões.

Perguntado como tinham vindo, a resposta surpreendeu a todos: de moto, na garupa do “sogro”. Agora, imagina, 700 km na garupa de uma moto. Para voltar, mais 700 km. Haja cu!

Acabou se casando com essa namorada, uma baiana chamada Helena. Tiveram quatro filhos,Mônica, Valéria , Patrícia, e Almonzinho.

Quando meus avós ainda eram vivos, ele vinha pelo menos duas vezes por ano visitar a família. E, a cada vez que vinha, era utilizado um carro diferente. Quando minha mãe ainda estava viva, perguntei quantos carros já tivera. A resposta: “eu tinha tudo anotado em uma caderneta, que perdi. Até onde eu me lembro, já tive mais de duzentos”.

As características mais marcantes do Mon sempre foram um bom humor e uma disposição impressionantes. Parece que ele sempre teve fogo no rabo, como demonstrou no caso das “mudanças”.

Valéria, uma de suas filhas, casou-se com um oficial da Aeronáutica, piloto de jato e foi morar na base de Anápolis. Um dia, o genro foi transferido para o Rio Grande do Norte. A filha perguntou ao Mon se ele não queria levar sua mudança (na época, ele tinha um caminhão, mas não me perguntem por que). Meu tio nem pestanejou. Colocou a tralha no caminhão e se mandou para Natal, distante mais de 2.000 quilômetros de Brasília. Nem bem descarregou a mudança, virou a bunda para trás e voltou.

Passa mais um tempo e olha outra transferência do genro. Destino? Rio Grande do Sul , se não me engano. Outro pedido da filha e olha o louco de novo na estrada. Roteiro: Brasília – Natal, Natal – Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul – Brasília. Distância total percorrida: uns 9.000 km.

Por conta dessa disposição maluca e um permanente bom humor (mais o auxílio luxuoso de algum produto tipo “grecin 2000”, lógico), quem olha para ele não imagina que já tem 73 anos (estamos em 2013).

Minha mãe e seus irmãos sempre disseram que eu me parecia com ele, coisa que me deixava meio irritado, pois eu olhava, olhava e não via nenhuma semelhança. Depois de ficar mais velho, entretanto, comecei a achar que, sim, até que nos parecemos um pouco. O problema todo é que atualmente o filho da puta aparenta ser mais novo que eu!

terça-feira, 19 de abril de 2016

ESTOU À VENDA

Gostei da reação recente do senador  Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) ao sentir-se ofendido pelo colega Lindbergh Farias (PT-RJ). O tucano foi curto e grosso:
- “Fascista é a puta que pariu!”

Acredito que teria a mesma reação se alguém me acusasse de fascista ou de direita e reagiria da mesma forma se alguém me insultasse chamando-me de comunista e, até mesmo, de socialista. Não sou, nunca fui nem me identifico com essa gente. O PT pode até declarar-se apenas socialista, não estou nem aí. Mas a simples visão do Lula e do Rui Falcão causa-me ânsia de vômito.

Sinceramente, abomino os extremos ideológicos e acredito que os “cinquenta tons de cinza” existentes entre eles são muito mais sensatos, pertinentes e adequados a qualquer país, a qualquer pessoa. Minha opinião, lógico.

Mas percebo que grande parte da população brasileira está pouco se lixando para sutilezas ideológicas, pois o que todo mundo quer e precisa é de condições decentes de vida, não importando se é o partido X ou Y que está no poder. Imagino mesmo que esse comportamento pode ser mais frequente nas classes menos favorecidas, ou, para ser mais claro, entre os mais pobres.

Pensando nisso, cheguei à conclusão que eles é que estão certos. E como sou também um pobretão (principalmente de espírito), resolvi juntar-me à manada. A partir de agora, mesmo que seja adepto do capitalismo e eleitor do PSDB, estou vendendo meu apoio, meu voto e minha consciência a qualquer partido político que aceite pagar uma grana justa. Só exijo pagamento à vista, nada de promessas.

E a paga que exijo é essa: que meus chegados, meus manos, meus brothers (o povo brasileiro, entendeu?) recebam as seguintes "bolsas":

- Níveis de corrupção iguais ao da Dinamarca;
- Qualidade da educação igual às do Canadá e Singapura;
- Níveis de violência iguais aos da Islândia;
- Liberdade de expressão igual à existente na Finlândia;
- Renda per capita igual à de Luxemburgo;
- Índice de crescimento da economia igual ao da China;
- IDH igual ao da Noruega;
- Democracia igual à da Noruega (que merda, esse país de novo!);
- Qualidade da saúde pública igual à de Singapura (de novo?) e Japão.

Talvez alguém se surpreenda com essa minha lista de desejos, mas é como disse meu ídolo Jorge Lemann:
- "Pensar pequeno e pensar grande dá o mesmo trabalho".

Por isso, informo a todos os partidos que estou à venda. Mas já aviso que não adianta insistir: pagamento com ministério, nem pensar. Nem mesmo de igreja evangélica.


segunda-feira, 18 de abril de 2016

SONETO DA SEPARAÇÃO - VINÍCIUS DE MORAES

O encaminhamento ao Senado do processo de impeachment da Dilma foi aprovado ontem na Câmara. Acompanhei quase toda a votação e vibrei com o resultado da votação. Fiquei surpreso com a quantidade de oferecimento dos votos "à minha mãe, minha esposa, etc"., que já viraram piada na internet.

Mas fiquei sinceramente comovido com a expressão de desalento flagrada no rosto dos que torciam pelo "não", mesmo que seja uma torcida equivocada, na minha forma de pensar. O mafioso Al Capone não foi preso pelos inúmeros crimes e assassinatos que patrocinou ou cometeu; foi preso por uma simples sonegação de impostos, parecida com aquelas que os brasileiros gostam tanto de fazer.

Pensando nisso, nesse descompasso que é o motivo da alegria de uns ser a tristeza de outros, me veio à mente um belíssimo poema do Vinícius de Moraes, que eu quero compartilhar com os 2,3 leitores do blog.


De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se espuma
E das mãos espalmadas o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se do triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

sábado, 16 de abril de 2016

SMÖRGÅSBORD!!!

São 14h03 do dia 16/04/2016 e já se passaram quase trinta horas desde o início da sessão de votação do pedido de impeachment da Dilma na Câmara! E ainda faltam quatro ou cinco partidos para deitar falação. 25 partidos com representação no Congresso! É muito partido...

Fico me perguntando para que servem tantos. São tantos que não há ideologia suficiente para todos eles. Talvez fosse necessário criar especializações para atrair eleitores. Alguma coisa tipo “partido dos colecionadores de cotonetes usados”.

Pensando nessas coisas acabei me lembrando do Ulisses Guimarães, parteiro de uma constituição com inacreditáveis mais de 250 artigos, quando disse que “no Congresso existe todo tipo de gente; você só não encontra bobo”. Pois é...

Mas, ouvindo de vez em quando esse povaréu falar, espumar, gritar, mentir, esconder, omitir, editar, “copicolar”, escamotear, truncar, alterar, ameaçar, e todo tipo de atitudes que me deixam sempre espantado, lembro-me também desta belíssima frase do Einstein: “Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta”. Frase de gênio, claro.

Mas há outras frases apropriadas ao cenário político brasileiro, mesmo que tenham sido ditas há muito, muito tempo, provando que são verdades atemporais ou que não mudamos nada desde quando foram enunciadas:

“Ou locupletamo-nos todos ou restaure-se a moralidade”.
Tia Zulmira (personagem de Stanislaw Ponte Preta)

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.
Rui Barbosa

“Eu proporia que se substituíssem todos os capítulos da Constituição por: 
Artigo Único - Todo brasileiro fica obrigado a ter vergonha na cara.”
Capistrano de Abreu


Enquanto escrevo este texto cheio de citações, leio a seguinte notícia:
“Suécia fecha quatro presídios por falta de detentos
Taxa de ocupação do sistema carcerário do país vem caindo desde 2004”.

Eu gostaria de fazer uma piada sobre isso, mas não consigo, pois estou meio que em estado de choque. Só mesmo exclamando Smörgåsbord!!!
Mesmo que não seja um palavrão.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

OS FILHOS DE FRANCISCO (E JULIETA) - 04

Este post saiu originalmente em 28/04/2015, com o título "Seu Nome era Omir", como homenagem póstuma ao tio materno de personalidade mais "literária" da família e falecido pouco tempo antes. Como estou contando casos dos irmãos de minha mãe, achei que seria injusto deixá-lo separado dos demais, (segregado tal como foi um pouco quando era vivo). Por isso, resolvi republicar o post com o título da série que está rolando agora. Bora lá.


A família de meus avós maternos era daquelas numerosas, à moda antiga. Tiveram onze filhos, mas um morreu ainda na primeira infância. Dos outros dez, Omir era o mais alternativo, o mais tosco e o mais folclórico. Ou, se preferirem, o mais outsider, mais hardcore. O mais livre, enfim. Antes dos hippies, antes da Tropicália, ele foi verdadeiramente livre. 

Nenhuma convenção o inibia, nada o aprisionava. Talvez por tudo isso, a maioria dos sobrinhos nunca o chamou de tio. Era quase um personagem felliniano. Desde pequeno revelou-se uma pessoa avessa a qualquer tipo de controle, um verdadeiro rebelde sem causa, ou melhor, um rebelde sem calça.  

Segundo minha mãe, levá-lo ao grupo escolar era uma luta que se repetia diariamente. Não sei se ele tirava toda a roupa antes de ser levado à escola ou depois de fugir de lá. O que sei é que bastava minha avó, minha mãe ou quem quer que o acompanhasse ir embora, para ele escapar da sala de aula e voltar igual uma bala para casa, chegando antes de todo mundo. Com isso, provavelmente não concluiu nem o ensino básico. Minha mãe tinha uma foto dele nessa época, em que aparece peladão. Prova material do delito recorrente.

Na época de servir exército foi ainda melhor. Quando era designado para ficar de guarda à noite, lá pelas tantas, largava o fuzil e ia dormir em casa. Na volta, claro, cadeia. Isso se repetiu algumas vezes, até o dia em que resolveu não voltar mais. Resultado: ficou sem o Certificado de Reservista, necessário para uma penca de coisas, tais como título de eleitor, carteira profissional e por aí. Muitos anos depois, recebeu uma carta do Exército convidando-o a regularizar sua situação. Simplesmente ignorou.

Com esses ótimos “pré-requisitos”, acabou virando mecânico de automóveis. Pelas amizades nesse meio, o próximo passo foi o alcoolismo.

Não sei se era ou não um bom mecânico. Só sei que um dia ele e os amigos resolveram construir um carro. Não sei direito como fizeram, mas ficou muito legal. Pelo menos para mim, que era criança. Um dia chega o Omir e mais um ou dois amigos dentro de um carrinho sem capota, prateado, pois estava na lata, literalmente. Tinham construído uma carroceria de linhas curvas e esportivas com chapas de aço galvanizado, montada sobre o chassi de algum carro destruído. Depois, para minha decepção, pintaram o carro todo. Um dia perguntei que fim tinha levado o tal carro. Fiquei sabendo que uma manobra desastrada em uma curva tinha feito o carro cair em uma vala ou córrego. Uma parte da nascente indústria automobilística nacional foi pro saco nesse dia.

Meu pai contava que um dia chegou em casa e escutou o Omir "fazendo uns barulhos muito feios dentro do quarto e com a porta fechada". Ficou preocupado e perguntou:
- Omir, você está sentindo alguma coisa?

Abrindo a porta, meu tio respondeu que estava ensaiando, porque ia fazer um teste no conservatório, pois pretendia virar cantor de ópera. E papai acrescentava que nunca ouviu nada mais horrível. 

Ainda segundo minha irmã, nossa mãe contava - fazendo cara de contrariada - que seu irmão uma vez cismou que queria ser padre e todo mundo foi na onda dele.  Minha mãe chegou a ir a um seminário e conversou com os responsáveis de lá, mas, "felizmente ele desistiu". Certamente, ainda não havia sido enfeitiçado pela futura companheira de infortúnios.

Bom, eu sou católico, mas o Omir, com suas maluquices, até que ficaria bem em uma “sessão de descarrego” de alguma igreja evangélica. Certamente o “pedido” de casamento seria um bom motivo para isso. Esse caso também foi lembrado por minha irmã e é muito engraçado. Para não perder o sabor, transcrevo como recebi:
Ele jogou uma bomba dentro da casa da Tia Elba e papai dizia que foi assim que ele a despertou e conquistou. Como ele mesmo repetia, “eu sou eu e volto troco”!

Com um jogo de sedução e conquista tão sofisticado, um presente para sua futura e sofredora esposa não poderia ser qualquer um, desses que as pessoas normais compram em lojas. Tinha de ser diferente. Bem diferente.

Um dia eu o vi pegar um pedaço de tampa de privada (eram feitas de madeira, na época. E grossas, para ficar anatômicas) e começar a esculpir alguma coisa. Desse material de origem tão “nobre” fez um coqueirinho estilizado. O tronco foi perfurado (provavelmente com a pua de meu avô) até ficar todo oco. Depois de pronta a escultura, a peça foi devidamente lixada e um vidrinho com perfume foi alojado na parte oca.

Nessa época, alguns medicamentos ministrados através de injeção vinham dentro de vidrinhos cilíndricos tampados com uma tampinha de borracha, por sua vez lacrada com um anel de metal. Creio que o medicamento podia ser retirado introduzindo-se a agulha da seringa diretamente na borracha macia da tampa (quando me lembro desses detalhes, dá vontade de dizer: “gente, eu sou velho pra caramba!!!”). Isso não vem ao caso. O que conta é que o tal vidrinho de perfume, um presente para a namorada, foi anteriormente a embalagem de algum medicamento. Muito chique!

Depois de tanta “originalidade”, acabaram casando-se. Minha tia era uma mulata de cabelo “ruim”, de pele clara e olhar meio aéreo, que deve ter sofrido demais com a inconstância, irresponsabilidade e alcoolismo do marido. Tiveram cinco filhos. Além da filharada, criaram ainda o filho de uma irmã falecida.

Um dia, provavelmente alcoolizado, chegou à casa de minha avó dirigindo um carro que tinha pegado para consertar. Além do o primeiro filho, então com uns três anos de idade, alguns passageiros ilustres o acompanhavam: um amigo (provavelmente encachaçado como ele) e duas ou três putas (a oficina onde trabalhava ficava bem no meio da zona boêmia).  Ao ver o irmão em tão distinta companhia, minha tia Aidê deu-lhe um esporro fenomenal e ele se mandou, visivelmente contrariado.  


O que me deixa às vezes perplexo é pensar que os irmãos e cunhadas de minha mãe sempre demonstraram de forma explícita gostar muito de mim, mesmo que eu nunca tenha feito nada de significativo para que isso acontecesse. Sei lá, deviam ter alguma simpatia (ou pena) pelo meu jeito meio avacalhado e sem frescura de tratá-los. Com o Omir e esposa aconteceu exatamente assim.

Ela, talvez pela vida difícil que levava, talvez pelas muitas humilhações que sofreu de forma velada ou escancarada, não olhava muito nos olhos da pessoa com quem conversava. Talvez daí a expressão meio aérea que citei. Quando eu já estava adulto, me procurou meio sem graça, quase pedindo desculpa, e perguntou se eu aceitava ser o padrinho de batismo da quarta filha. A madrinha seria uma de minhas primas. Claro que aceitei. Mas, como nunca liguei muito para essa afilhada, posso dizer que sou um padrinho de merda, mesmo tendo sempre muita simpatia por seus pais.

A filha caçula tem idade próxima à de nosso filho mais velho. Até pela imensa diferença de idade, tive muito pouco contato com ela. As únicas coisas que sei é que teve uns dois ou três filhos, entregou-os para a sogra e se mandou pelo mundo. Parece que às vezes vai à casa da irmã mais velha, e depois some de novo. O fato é que, pela semelhança de comportamento, quase que o Omir poderia sentir orgulho dela. Vidão!


Minha tia morreu de câncer há uns vinte anos e meu tio e compadre, no final da vida, quase cego, morava com o filho mais velho no interior do estado. 

Omir, cujo nome sempre me fez pensar em personagens bíblicos ou do antigo Egito, morreu no mesmo dia em que eu e minha Amada comemoramos quarenta anos de casamento, mas só ficamos sabendo quando já tinha sido enterrado. Figuraça!



CARA, EU ADORO MATEMÁTICA!

Já ouvi dizer que a maioria das pessoas não sabe ou não gosta de matemática. Também ouvi dizer (ou li) que a maioria do povo (70%) aprova o impeachment da presidente.

Logo após a reeleição da Dilma descobri que ela teve 54,5 milhões de votos em relação a um total de 142,8 milhões de eleitores, significando que ela teve 38,1% dos votos possíveis.

A imprensa noticia as pesquisas que a popularidade de nossa estimanta presidente é de 8%, talvez a mais baixa da história brasileira. Para finalizar, há uma informação de que os eleitores do PT correspondem a aproximadamente 30% do eleitorado.

Juntando tudo isso em uma mesma sopa matemática, aquela que - apesar da   aparência estranha - tem um sabor legal, chegamos a estas conclusões:

- O percentual dos que não aprovam o impeachment é igual ao dos eleitores “de cabresto” do PT (mesmo que possam ser, não há aqui nenhuma insinuação intencional de que são uns jumentos mesmo);
- Se ela tem uma aprovação de apenas 8% e se 38% dos eleitores a reelegeu, hoje nossa querida presidente é rejeitada até por quem votou nela;
- E agora, a melhor de todas: Se ela tem 8% de popularidade e o eleitorado do PT representa 30%, até mesmo a maioria dos petistas é contra ela!

Diante desse quadro, se o impeachment da Dilma realmente acontecer, o único "golpe" que terá acontecido é o golpe do pé na bunda (cara, eu adoro matemática!).

REMADAS NA LAGOA

Depois de criar coragem para continuar a registrar as memórias da família de minha mãe (estou indo bem devagar), percebi que seria melhor apresentar algumas lembranças de forma independente, desvinculadas dos perfis que ainda faltam. Um desses casos é sobre um acidente aéreo que vi acontecer há mais de cinquenta anos (sou velho, meu!).


O único lugar para onde íamos durante o período de férias escolares era a casa de campo da sogra de minha tia Ci (Araci), construída no meio de um terreno imenso à beira da lagoa que deu nome ao município (Lagoa Santa). Era a época em que eu e meu irmão conseguíamos conviver e brincar mais com nossos primos ricos, os únicos que tínhamos por parte de mãe (depois, com os casamentos dos outros tios, nasceu uma porrada).

Jogávamos bentialtas (ou bente altas) no imenso gramado que existia logo depois do pomar ou ficávamos chupando o dedo enquanto eles saiam para andar de barco ou pescar com o pai e seu irmão mais novo. Como não sabíamos nadar, éramos proibidos de chegar sozinhos perto da lagoa. Como não sabíamos andar de bicicleta não podíamos acompanhar os primos e seu tio quando saiam para dar umas pedaladas.  Restava-nos ler alguma coisa ou explorar um pequeno bosque que existia no fundo do terreno.


Tio Tristano (marido de minha tia) e seu irmão Jorge (que depois casou-se com Tia Marisa, a irmã mais nova de minha mãe) gostavam de caçar e pescar. Além da traquitana utilizada pelos pescadores (varas, molinetes, anzóis, chumbadas, linhas de nylon e sei lá que mais), possuíam um barco (ou canoa) de madeira para o qual compraram um motor de popa de 2 HP, se não me engano.

Lembro-me de ter andado nesse barco um ou duas vezes no máximo, depois de meus tios terem insistido muito com minha mãe para que nos deixasse ir com eles. Apesar de ter cagado de medo de andar naquela coisa instável, foi uma experiência fascinante para um menino neurótico que não sabia nadar.

Pouco antes de anoitecer, meus tios preparavam os catueiros e saiam de barco para deixá-los em alguns lugares próximos à margem, escondidos no meio do junco abundante que crescia na parte mais rasa (não existe mais, comido que foi pelas tilápias que algum inteligente soltou na lagoa). No dia seguinte, bem cedinho, saiam de novo para recolher esses conjuntos.

Para quem não sabe, catueiro (ou catoeiro) é um pedaço de bambu mais grosso, com uns 40 cm de comprimento onde é amarrado um anzol com isca. Até onde me lembro, a linha tinha uns 50 cm e era bem resistente. Na quietude da noite, alguma traíra mais sem sorte mordia a isca com anzol e ficava pronta para virar almoço no dia seguinte.


Em Lagoa Santa está instalado um Parque de Material Aeronáutico, “responsável pela manutenção da frota da Força Aérea Brasileira”. Essa unidade da Aeronáutica, conhecida pelos moradores apenas como FAB ocupa uma área imensa, que se estende desde as margens da lagoa (onde existe um núcleo de ótimas casas para oficiais) até a estrada por onde se chega ao município (onde existe outro núcleo residencial). Essa área conta com oficinas, pista de pouso e sei lá mais o que.

Um belo dia, como dizia tio Tristano, estávamos brincando no gramado quando nossas mães nos chamaram para subir até a varanda, para ver dois aviões monomotores fazendo rasantes sobre a lagoa. Era 07 de setembro.

De onde estávamos dava para ver nitidamente o “fininho” que os aviões, roncando os motores, tiravam na superfície líquida. Estávamos empolgados com aquelas manobras quando um dos aviões encostou a ponta da asa na água e - tchiplof - deu um cavalo de pau e começou a afundar lentamente. Os adultos que estavam conosco vendo as manobras desesperaram-se, mas logo surgiram dois pontos negros boiando. Eram os tripulantes do avião, provavelmente piloto e co-piloto, que tinham conseguido sair da cabine.

Ao ver aquilo, tio Tristano e seu irmão saíram correndo para tentar salvar os militares. Apesar do barco de madeira ser deixado na lagoa durante as férias, o motor pesado era sempre retirado e levado “no muque” para dentro da casa. Então, não me lembro se levaram o motor ou se usaram apenas os remos. O que sei é que ficamos olhando meio hipnotizados para aquelas cabeças flutuantes, até que uma delas desapareceu, para desespero de minha mãe e tias. Mas logo o ponto negro reapareceu. O alívio durou pouco, pois logo sumiu de novo. Creio que repetiu essa agonia outras duas vezes até sumir definitivamente.

Meus tios conseguiram chegar até onde flutuava o sobrevivente, colocaram-no para dentro do barco e rumaram (ou remaram) para a área privativa da Aeronáutica, à margem da lagoa, onde ficam as casas dos oficiais e onde, provavelmente, já tinha gente esperando. Quando voltaram, contaram para os adultos o que tinha acontecido, etc. Não sei se o afogado não sabia nadar ou se fracassou na tentativa de desvencilhar-se de alguma coisa que o estava impedindo de flutuar.

Um ou dois dias depois um jornal trouxe a notícia do desastre e salvamento do militar, realizado pelo “oficial Fulano de Tal”. Nem uma linha ou menção aos verdadeiros responsáveis pela “operação resgate”.


Mesmo que não haja nenhuma correlação com o acidente, hoje, à beira da estrada, logo na entrada do parque da Aeronáutica, há um pedestal de concreto e, sobre ele, um avião igual ao que vi afundar-se na água, em um dia 07 de setembro.




terça-feira, 12 de abril de 2016

COMENTANDO AS RECENTES - 11

Não sei como é hoje na bolsa de valores, mas, há mais tempo, existiam as opções “operar vendido” e “e operar comprado”. Lembrei-me disso ao ouvir notícias sobre negociações que têm acontecido em certo quarto de hotel, em Brasília.

Nunca entendi muito bem a mecânica dessas operações em bolsa, mas acredito que dá para fazer uma analogia bacana: nos episódios do Mensalão e Petrolão autoridades e políticos ficaram na posição de vendidos; já na batalha para impedir o impeachment da Dilma o governo está operando comprado.

Os dividendos políticos e financeiros esperados são sempre elevados, mas os valores morais envolvidos nos dois casos certamente estão abaixo do zero grau – e na escala Kelvin!

segunda-feira, 11 de abril de 2016

COMENTANDO AS RECENTES - 10

“Norueguês estuprado por refugiado se sente 'culpado' por deportação de agressor” (Por BBC 10/04/2016 16:10)

– "Ele já tinha cumprido a pena na prisão. Por que ele deveria ser punido de novo?", questiona Hauken, violentado há 5 anos.


Eu sei que o assunto é sério e triste, mas ao ler a manchete acima em um site de notícias, não pude deixar de pensar em uma piada antiga, aquela em que o sujeito fala algo assim:

– “Pior é que ele nem me deu o número de seu telefone!” 

COMENTANDO AS RECENTES - 09

Minha sogra sempre ouviu os maiores palavrões (inclusive os cabeludos) ditos por seus filhos, o que sempre me causou surpresa e constrangimento. Cada tijolada! Minha mãe, ao contrário, nunca ouviu de nós, seus filhos, o menor dos palavrões (não me refiro à quantidade de letras), nem mesmo uma simples “merda”.

Meu pai sempre nos pediu para que nunca nos envolvêssemos com a política brasileira, coisa muito contaminada e poluída.

Em entrevista, o Millor Fernandes disse “Eu não tenho nada a ver com o Lula, eu não tenho nada a ver com o Alckmin. Nada. São um bando de filhos da p(*)! Todos! Todos, todos, todos! Ninguém que ambiciona o poder deixa de ser um filho da p(*)! Pode ser um pouco mais ou um pouco menos. Mas o homem de bem, no sentido genérico e universal da palavra ‘bem’, não ambiciona o poder”.

Minha sogra continua viva e lúcida, enquanto minha mãe e meu pai já morreram. Por isso, enquanto acompanho as evoluções e declarações sobre o processo de impeachment da Dirma, posso tranquilamente exclamar:

- PUTA QUE O PARIU!!! O Millor estava certíssimo! (e meu pai era um homem de bem).

sábado, 9 de abril de 2016

PER BACCO!

  
Como sabem os 1,3 leitores com saúde deste blog (o outro está com dengo, H2O2 e chulé), sou católico. Mesmo assim, gosto de ler e aprender alguma coisa sobre outras religiões. Dentro dessa linha, fiquei pensando o que aconteceria se o petismo fosse uma religião (às vezes eu acho que é...). Para dar uma avaliada nessa ideia, resolvi fazer uma comparação do petismo com minha religião. As equivalências encontradas foram então colocadas na lista a seguir. Saca só: 
                                                        
COMPARATIVO
CATOLICISMO
PETISMO
O Criador
Deus
O cara”, na avaliação desatenta do Obama
O Filho do Homem
Jesus
Lulinha
Seguidores mais fiéis
Doze Apóstolos
Militância, pois estão sempre a postos (issa!)
Tem gente que acha que...
Maria Madalena
Rosemary Noronha
Amigão!
Judas Iscariotes
Senador Delcídio, depois da delação premiada
Compra de consciência
Trinta dinheiros (dois mil anos depois, esse valor mal pagaria um flanelinha)
Hoje, os valores são expressos em milhões de propinodólares
“A traição”
O beijo de Judas
Delação premiada
“O” Juiz
Pôncio Pilatos
Sérgio Moro
Expressão limite
“Lavo minhas mãos”
“Lava Jato”
Livro sagrado (aquele que todo mundo diz que segue, mas ninguém leu)
Bíblia
"Capital e Interior", escrito pelos Irmãos Marx
Filme
Uma porrada deles (meu predileto é “A última tentação de Cristo”)
Como não vi e não gostei, só conheço o título, que é “Os filhos de Lula” (ou seria “Francisco, o filho do Brasil”?).
Papa
Francisco
Rui Falcão
Alto Clero
Colégio Cardinalício
Zé Dirceu, Zé Genoino, Delúbio, Vacari...
Baixo Clero
Presbíteros e Vigários
Vigaristas
Sacerdotes
Padres e Bispos
Ministros
O “Exército de Deus"
Opus Dei
MST
Dízimo
Espórtula (ou esmola)
Pixuleco
Mártir
“Comida de leão”, no Coliseu
Celso Daniel
Anátema
Pessoa que foi excomungada, que foi expulsa do convívio religioso 
Condenados do “Mensalão” e “Petrolão”
Apóstata
Pessoa que renuncia ou renega uma crença ou religião da qual fazia parte.
Helio Bicudo, ex-petista e um dos autores do impeachment
Blasfemo
Pessoa que ofende uma divindade, insulta uma religião ou tudo que pode ser considerado sagrado.
Todos os acusados da Lava Jato que fizeram delação premiada
Herege
Indivíduo que se opõe aos dogmas e preceitos estabelecidos pela Igreja.
80 a 90% do povo brasileiro
Quem é ela mesmo?
?????
Dilma

Talvez o petismo não possa ser considerado uma religião - ainda que o Lula seja um deus para um bando de malucos que o idolatra, adora e venera. Mesmo assim, tenho de admitir que o Triplex tem mesmo um comportamento parecido com um deus, pois age como se fosse uma espécie de “santíssima trindade”: o “pai” é aquele dos comícios mais recentes, em que ronca esbraveja, espuma e fala o diabo (ops, foi mal). O “filho” é da sua fase “Lulinha paz e amor”. E o “espírito”?, perguntarão os 0,3 mais afobados. Nesse caso, pode ser “espírito de vinho” ou “espírito de porco”.

Também é fato que o sacana já foi capaz de fazer alguns milagres. Por exemplo, ele é bom para transformar o país numa merda e já transformou “postes” e “toupeiras” em governantes. Mas creio que o único milagre que ele gostaria mesmo de realizar seria a transformação de água em vinho.

MARCADORES DE UMA ÉPOCA - 4