sexta-feira, 1 de abril de 2016

BONS SONHOS!

Outro dia fiquei pensando o que poderia melhorar a vida do povo brasileiro. Depois de riscar a expressão “política atual” da minha cabeça para não intoxicar logo de saída, comecei a fazer uma “lista de desejos”. Para começar, pensei na existência e manutenção da plena democracia, cuidando para não confundi-la com a democracia social tão ao gosto do pessoal de esquerda.

Claro está que de mãos dadas com uma democracia plena anda uma liberdade de expressão irrestrita. Mas só isso não bastava. Pensei então em educação de altíssimo nível, necessária para a existência de uma economia menos dependente da exportação de matéria prima e commodities. Uma economia sólida e vigorosa certamente levaria a uma renda per capita elevada e melhores salários para gente mais preparada.

Mas nada disso será suficiente se não houver menos violência e um sistema de saúde de ótima qualidade. Tudo isso, somado, certamente elevaria a qualidade de vida da população a níveis inéditos.

De posse dessa lista de desejos, busquei na internet os países que mais se destacam em cada um desses quesitos. Um antigo professor gostava de dizer de forma pomposa: “Junte-se aos bons que serás um deles”. Já o bilionário brasileiro Jorge Paulo Lemman (meu ídolo) tem a seguinte frase como uma de suas favoritas: “Sonhar grande dá o mesmo trabalho de sonhar pequeno”. Por isso, dediquei-me a identificar “os dez mais” de cada indicador.

Falando em indicadores, foram utilizados os resultados apurados pelas seguintes organizações:

FONTE
INDICADOR
Revista The Economist / Economist Intelligence Unit Democracy Index
Países mais democráticos
Repórteres Sem Fronteiras
Maior liberdade de expressão
Social Progressive Index,Spi / Pisa
Educação de melhor qualidade
International Monetary Fund
Países com maior renda per capita
Global Peace Index
Menores índices de violência
Dados extraídos de um blog especializado em listas de “dez mais” e “dez menos”;
Melhores sistemas de saúde
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD
Maior qualidade de vida / IDH

De posse desses dados e sem entrar no mérito da classificação individual, atribuí um ponto a cada quesito e fiz a soma de pontos por país (engenheiro adora esse tipo de coisa!). No caso da educação, por existirem duas listas, atribuí meio ponto por lista a cada país. O próximo passo foi classificar os países de acordo com a soma de pontos alcançada. Aqui cabem duas observações: trinta e um países aparecem nas oito listas consideradas; em nenhuma dessas listas o Brasil passa sequer perto dos melhor classificados. A seguir, a lista dos melhores em cada um dos indicadores selecionados: 



Classificação dos dez melhores países para se viver:


Observação: para desempate de somas iguais, escolhi o critério populacional: quanto mais habitantes, melhor a classificação


Se você suportou ler até aqui, a melhor parte vem agora. Além dos indicadores já mencionados, busquei também identificar os dez países menos corruptos. Essa relação foi obtida da Transparency International. Comparando a relação dos países menos corruptos com a tabela em que fiz a classificação dos melhores países para se viver, descobri que os dez melhores são também os dez menos corruptos!

Deixo aos leitores uma pergunta: nesse caso, “quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?” Seria a ausência de corrupção o motor para obtenção dos melhores indicadores ou a excepcional qualidade de vida ensejaria baixos índices de corrupção?

E só para incomodar, informo que no quesito qualidade da democracia o Brasil é considerado uma democracia imperfeita e está em 45º lugar no ranking.  Em liberdade de expressão o país está em 71º lugar. Avaliando-se a corrupção, nós estamos em 69º lugar, empatados com a Bulgária, Grécia, Itália, Romênia, Senegal e Suazilândia (é mole?). A sutileza que esses dados trazem ocultos é que referem-se ao ano de 2014, antes da explosão da Lava Jato, etc., etc.


Bons sonhos! E vamo que vamo! (sonhem com o Canadá).

2 comentários:

  1. Deixe que eu acrescente outro dado. No ranking do PISA, que avalia as habilidades em matemática, ciências e língua nativa, o Brasil, entre os 156 países avaliados, ocupa a 88ª posição no quadro geral. Tomando os mesmos dados do PISA, na América do Sul, onde Uruguai, Chile e Argentina ocupam o pódio, o Brasil só "ganha" do Suriname. Somos o penúltimo país em educação na nada exemplar educação da América do Sul.

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    1. Os dados do PISA que eu utilizei são de 2012. Desconsiderando cidades e províncias da China (Xangai, Macau, etc.), sobraram apenas 62 países. Segundo esse critério, o Brasil ficou em 54º., à frente da Argentina, Peru e Colômbia. Pensando em suas informações mais atualizadas dá para ver que a "patria educadora" da Dilminha é igual ao resto de seu (des)governo.

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