terça-feira, 12 de março de 2024

O BESTEIROL VOLTOU!

 
Sabe quantas palavras você precisa conhecer para ser fluente em uma língua estrangeira? De duas mil a três mil. Mas se quiser manter um lero com um escritor, um intelectual, precisa de um vocabulário de até 50.000 palavras.
 
Eu nunca tive essa pretensão, principalmente por tropeçar na minha própria língua. E para passar vergonha no crédito ou no débito é melhor ser monoglota. Estou dizendo isso na esperança que você conheça a fábula da raposa e as uvas.
 
Mas uma situação de que não posso fugir é o fato de estar perdendo vocabulário, justamente aquele adquirido através das leituras que fiz e dos livros que li. Se essa perda continuar a acontecer talvez eu tenha de tomar aulas com minhas netas de cinco e seis anos, que sempre me encantam e surpreendem ao empregar palavras que muitos adultos nem conhecem, como quando uma delas disse para a mãe estar “abismada” com alguma coisa.
 
Ter um bom vocabulário é sinal, portanto de boas leituras e convivência com gente culta e com boa instrução formal. Dito de outra forma, a linguagem que você utiliza é fruto ou influência do meio em que vive.
 
Lá no início do blog eu escrevi um texto brincando com as palavras utilizadas por alguns grupos evangélicos. E disse “brincando” por ter apenas a intenção de fazer rir os “2,3 leitores” do blog. A introdução do post já indicava a motivação: Já notei que os evangélicos da linha neopentecostal apropriam-se de algumas palavras de uso comum e dão a elas uma conotação puramente religiosa. Para acabar com essa mesmice, imaginei uma releitura de algumas palavras “eleitas”. Vê aí:
 
Se alguém se interessar em conhecer esse besteirol o link é este:
https://blogsoncrusoe.blogspot.com/2014/11/glossario-evangelico.html

Como talvez saibam os cinco ou seis leitores que ainda acessam esta bagaça, fiquei quatro dias confinado dentro de um hospital por conta de uma cirurgia a que minha mulher se submeteu. Nesse meio tempo, já cansado de ler os livros que levei, deixei a mente “devagar” (divagar com lentidão) e pensar besteiras, aproveitando enquanto o cérebro não vira geleia (até já arrumei um apelido para meu cérebro deteriorado: “zéleia”). E aí saíram mais algumas releituras (muito fraquinhas!) de palavras que ouço ou leio nas redes sociais (nestes tempos politicamente corretos preciso deixar claro que não critico a fé de ninguém que as utiliza). Olhaí
 
Apóstolo: Lembra o aviso de um juiz de prova de atletismo ou natação aos competidores – “Todos a póstolos!”
Bispo: Peça de jogo de tabuleiro que só anda na diagonal. Alguns têm comportamentos tão condenáveis que bem mereceriam um xadrez para chamar de seu. Com cadeado pelo lado de fora.
Glória: nome de atriz da TV. Mas também pode ser de cantora: Glória Groove
Livramento: Como todo mundo sabe, é um glorioso município mineiro com população de 43 mil pessoas
Milagres: sobrenome da atriz Gorete, criadora da hilária personagem Filó
Varoa: Imagino que seja a pronúncia lusitana para baroa; batata baroa ou mandioquinha
Varão: Sei não, não curto. Por via das dúvidas vire o varão para outro lado. Eu, heim?
Ungido: Ungido? Eu não sei o que é, só sei que parece com “mugido”. Deve ter alguma coisa em comum, pois tem sempre um pastor “berrante” perto de um mugido (ops, errei, pois o certo é ungido)
 
Pensando bem, talvez tivesse sido melhor continuar sem publicar nada, E, sinceramente, é o que pretendo tentar fazer a partir de agora. 2.820 posts publicados, um tanto excluído, acho que está bom.

 

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