Que o mundo, apesar de lindo, sempre foi um
lugar ameaçador para se viver, talvez pouca gente ignore. Oculta em suas
paisagens estonteantes sempre existiu uma ameaça natural à espreita. Lindo com
um tigre e, como ele, extremamente perigoso. E foi nesses ambientes que a espécie
humana desenvolveu suas técnicas de sobrevivência, sua esperteza,
oportunismo e violência.
Infelizmente a seleção natural errou a mão e
o acaso fez também surgir a crueldade, a ambição, a intolerância, a crendice, a
maldade e o sadismo, transformando-nos na espécie animal mais desprezível e
perigosa já criada.
Um dos dois leitores desta bagaça pode estar
se perguntando por que eu me intoxico tanto com overdoses de leite com toddy
(gelado, por favor), mas eu explico. O Blogson tem uma "cláusula pétrea" que estabelece que “resposta grande vira post”.E já disse que não mais queria falar de
política neste blog, mas vou usá-la só para fazer onda.
Tudo começou com minhas
ironias, críticas e comentários às duas mais recentes publicações que li no blog “A Marreta do Azarão”. A mais fresquinha trata do lançamento
(é isso mesmo, não é fake news?) do
perfume “Jair Bolsonaro” (que mau
gosto!).
Para quem não sabe, o titular desse blog é o
que mais se aproxima do que entendo por “amigo virtual”. Não somos, claro, pois
ele já me “cancelou” em seu blog por divergência de pensamento ideológico
(vejam vocês!), enquanto eu nunca o excluí - talvez porque a sina dos moderados
é tentar entender os radicais. E ele é. Mas tive também o azarão de admirar
seus dotes literários, sua ironia e seu sarcasmo.
Por isso e só por isso, mesmo não tendo nenhuma simpatia pelo PT, às vezes comento seus
libelos inflamados contra o atual presidente (já está no trigésimo) ou faço
provocações que o deixam enfurecido. O problema é que às vezes ele erra a mão e
sai um PraTo mal cozido ou mal
temperado, como o mais recente. E é nessas ocasiões que eu cutuco a vara com onça curta, tentando
avacalhar seu raciocínio intoxicado. E foi o que aconteceu com o post do “perfume” a ser lançado. Transcrevendo o comentário e a réplica:
Não
consigo deixar de achar graça do ato falho (ou fálico) do perfumista ao dizer
"Eu dei tudo de mim". Mas, para mim, a "identidade
olfativa" correta seria cheiro de pólvora e de golpe. Sem nenhuma
elegância.
Vejo
que a idade não lhe roubou o olfato, ele continua aguçadíssimo, tanto quanto
delirante, afinal, consegue sentir o cheiro de um golpe que não aconteceu e o
da pólvora de tiros que nunca foram dados.
Curioso
que esse seu faro de sabujo não tenha captado o cheiro de morte e de sangue nas
mãos do PT nos casos Celso Daniel, Eduardo Campos, Teori Zavascki e, mais
recentemente, Mariele Franco etc, quando votou no "moderado", no
mafioso que reocupa o Planalto.
O divertido nessa história é perceber que o comentário do Marreta valida uma “lei comportamental”
que eu criei e que chamei primeiro de “Lei
de Smurf” (para brincar com a sonoridade da “Lei de Murphy” e renomeada depois para “Primeira Lei de Jotabê) e cujo enunciado é este:
Se você
criticar a atitude de alguém, sempre encontrará quem tente amenizar ou
justificar o comportamento da pessoa criticada com fatos e argumentos que nada
tem a ver com o objeto da crítica.
Eu estava ironizando o perfume do odioso Bozonaro e você vem com acusações ao PT! Mas fique tranquilo, meu caro Marreta, vou
dizer o que penso do seu comentário. Os assassinatos de Celso Daniel e de
Mariele Franco são duas tragédias nacionais que exigem punição exemplar para os
mandantes e os executores. Já supor que os desastres aéreos com o juiz Teori Zavascki e o
pré-canditato Eduardo Campos atenderam aos planos de poder do PT é (até agora)
viajar em mais uma teoria da conspiração.
O que penso e creio disso tudo é que o mundo com seu desfile eterno de putins, trumps, maduros, netanyahus, e todo tipo de idiotas e tiranos de várias nacionalidades e ideologias é uma miséria. A ambição dos homens é uma miséria, a crueldade dos homens é uma
miséria, este país é uma miséria, a espécie humana é uma miséria. E essa miserabilidade
sempre acabará transformando a vida dos povos do mundo em tragédia, independente de quem
estiver no poder.
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