sexta-feira, 1 de março de 2024

OLHA O PONDÉ AÍ DE NOVO (FINAL)

 
Eu tinha pensado em transcrever trechos do livro “Guia Politicamente Incorreto da Filosofia” em mais dois ou três posts por ter me divertido muito com a ironia e o sarcasmo destilados no livro por seu autor, o filósofo Luiz Felipe Pondé, mas desisti. Este é o terceiro e último post com trechos extraídos do livro.
 
Mesmo tendo agora mais motivos para me alegrar que entristecer, estou mentalmente cansado e um pouco deprimido. Isso significa que só quero ficar quieto no meu canto e dormir tanto quanto eu conseguir. Por isso, espero e torço para que as seis pessoas que talvez sejam hoje a totalidade dos leitores do Blogson divirtam-se (mesmo sem concordar) com as ponderações venenosas do Pondé.
 
 
Somos basicamente covardes porque a vida é basicamente infeliz
 
Ser mãe solteira só é bonito em novela das oito
 
O politicamente correto é uma forma de ser mau-caráter
 
Em mim, o amor é raro como a virtude de uma mulher louca de desejo
 
Algum sentimento todos nós temos pelo sofrimento dos outros. Mas, se não o virmos, melhor, assim podemos ir ao cinema e jantar fora, porque inclusive, se não fizermos isso, nossos parceiros de vida vão nos achar uns chatos.
 
Nada mais chato do que o medo de não agradar. Não querer agradar é uma das maiores formas de libertação num mundo em que somos obrigados a amar tudo a nossa volta.
 
Ninguém é capaz de tanto amor; amamos, quando muito, nossos familiares (e olhe lá) e umas duas ou três pessoas a mais.
 
A praga PC diz amar toda forma de vítima social, mas isso não passa de marketing. No dia a dia, são canalhas cheios de falso amor. Fizessem uma pesquisa de fato, provavelmente ninguém seria capaz de comprovar tanto amor pela humanidade.
 
Aqui encerro o relato do meu pecado. A praga PC deve ser combatida não porque seja bonito dizer piadas racistas (não é), mas porque ela é um instrumento de (maus) profissionais da cultura, normalmente gente mau-caráter, fraca intelectualmente, pobre e oportunista, para aniquilar o livre “comércio de ideias” ao seu redor, controlando as instâncias de razão pública, como universidades, escolas, jornais, revistas, rádio, TV e tribunais. Nascida da esquerda americana, ela é pior do que a esquerda clássica, porque essa pelo menos não era covarde. A praga PC usa métodos de coerção institucional e de assédio moral, visando calar todo mundo que discorda dela, antes de tudo, tentando fazer dessas pessoas monstros e, por fim, tentando inviabilizar o comércio livre de ideias. Ideias não são sempre coisas “boas”. Às vezes doem.
 
Ao final, a praga PC é apenas mais uma forma enraivecida de recusar a idade adulta e de aniquilar a inteligência. O que ela mais teme é a coragem. Por isso, diz que o povo é lindo quando não é, diz que as mulheres estão bem sozinhas, quando não estão (estavam mal acompanhadas e agora estão pior sozinhas, porque a humanidade é basicamente infeliz e incoerente com relação aos desejos e às expectativas), diz que a natureza é uma mãe quando ela é mais Medeia, nos proíbe de reclamar de gente brega ao nosso redor, mente sobre aqueles que lutaram contra a ditadura (eles não eram muito melhores do que os torturadores se tivessem a chance de torturar alguém), nega a importância da culpa porque é mau-caráter, enfim, não é capaz de reconhecer valor em nada porque nega a própria capacidade humana de fazer discernimento.
 
A praga PC é apenas mais uma face da velha ignorância humana.

 

 

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