Hoje é domingo, 27 de dezembro, e o dia amanheceu irritantemente calmo e bonito. O céu está azul com nuvens brancas, amistosas e
a temperatura está agradável. Mas isso não está combinando comigo, pois acordei
com uma sensação de que nada vale a pena, de nada adianta ter a família que eu
e minha mulher constituímos – quatro filhos, quatro filhas do coração e quatro netas lindas, lindas.
Não sei explicar, mas acordei triste, “melanchólico”, com desejo de dormir de novo e só acordar depois de um ano. Creio que deve ser depressão verdadeira, “das boas”, talvez provocada por um senso de inutilidade, de fragilidade, de incompetência, de impotência diante do que gostaria mas que não consigo mudar.
Uma vontade de estar em algum lugar longe de mim, em uma praia deserta com ondas moderadas, daquelas que fazem um barulho agradável ao quebrar, só para ficar olhando, olhando e olhando o vai e vem das ondas, o vai e vem da maré. Talvez assim eu me curasse da tristeza intersticial que marmorizou meu corpo e mente.
Os sumérios diziam “Pão e Cerveja” ao desejar saúde e prosperidade a alguém. São Francisco de Assis usava a expressão “Paz e Bem”. Nesta época conturbada, de tantos medos, ameaças e perdas, o que eu posso desejar a todas as pessoas é “Saúde e Vacina” para que possamos abraçar aqueles a quem amamos.
Aliás, esse deve ser o motivo do desalento. Um prepotente da república (desculpe, eu queria dizer presidente) preconceituoso, para demonstrar que não se sente pressionado pelo fato de outros países já terem começado a vacinar sua população contra a Covid-19, exibe sua ignorância e estupidez ao declarar que "Ninguém me pressiona para nada, eu não dou bola para isso. É razão, razoabilidade, é responsabilidade com o povo, você não pode aplicar qualquer coisa no povo", enquanto defende o uso de medicamentos de eficácia contestada por quem realmente entende do assunto, ou seja, cientistas, pesquisadores e médicos..
Enquanto isso, um governador sempre elegante viaja para o exterior quase ao mesmo tempo em que se divulga a informação de que a vacina defendida por ele talvez não tenha a eficácia que todos esperavam. Meu filho tentou me tranquilizar ao perguntar se conheço a eficácia das vacinas que já tomei contra influenza. E que a questão não se limita a qual será a eficácia dessa ou daquela vacina, mas quantas pessoas serão vacinadas. Conversei hoje com uma senhora que foi professora de minha mulher e que não sai de casa desde março deste ano. Disse ela que não se vacinará, pois já está tomando quatro doses diárias de ivermectina (prescrita por um sobrinho que é médico). Desejei boa sorte, boas festas e desliguei.
Esses comportamentos esquivos ou negacionistas lembram uma disputa sendo travada por dois contendores no ringue ou no octógono, dois gladiadores se enfrentando no Coliseu. Mas quem se desespera, quem apanha, quem morre, quem toma porrada são os espectadores. Alguém aí tem as coordenadas de alguma ilha deserta para me passar?
Não sei explicar, mas acordei triste, “melanchólico”, com desejo de dormir de novo e só acordar depois de um ano. Creio que deve ser depressão verdadeira, “das boas”, talvez provocada por um senso de inutilidade, de fragilidade, de incompetência, de impotência diante do que gostaria mas que não consigo mudar.
Uma vontade de estar em algum lugar longe de mim, em uma praia deserta com ondas moderadas, daquelas que fazem um barulho agradável ao quebrar, só para ficar olhando, olhando e olhando o vai e vem das ondas, o vai e vem da maré. Talvez assim eu me curasse da tristeza intersticial que marmorizou meu corpo e mente.
Os sumérios diziam “Pão e Cerveja” ao desejar saúde e prosperidade a alguém. São Francisco de Assis usava a expressão “Paz e Bem”. Nesta época conturbada, de tantos medos, ameaças e perdas, o que eu posso desejar a todas as pessoas é “Saúde e Vacina” para que possamos abraçar aqueles a quem amamos.
Aliás, esse deve ser o motivo do desalento. Um prepotente da república (desculpe, eu queria dizer presidente) preconceituoso, para demonstrar que não se sente pressionado pelo fato de outros países já terem começado a vacinar sua população contra a Covid-19, exibe sua ignorância e estupidez ao declarar que "Ninguém me pressiona para nada, eu não dou bola para isso. É razão, razoabilidade, é responsabilidade com o povo, você não pode aplicar qualquer coisa no povo", enquanto defende o uso de medicamentos de eficácia contestada por quem realmente entende do assunto, ou seja, cientistas, pesquisadores e médicos..
Enquanto isso, um governador sempre elegante viaja para o exterior quase ao mesmo tempo em que se divulga a informação de que a vacina defendida por ele talvez não tenha a eficácia que todos esperavam. Meu filho tentou me tranquilizar ao perguntar se conheço a eficácia das vacinas que já tomei contra influenza. E que a questão não se limita a qual será a eficácia dessa ou daquela vacina, mas quantas pessoas serão vacinadas. Conversei hoje com uma senhora que foi professora de minha mulher e que não sai de casa desde março deste ano. Disse ela que não se vacinará, pois já está tomando quatro doses diárias de ivermectina (prescrita por um sobrinho que é médico). Desejei boa sorte, boas festas e desliguei.
Esses comportamentos esquivos ou negacionistas lembram uma disputa sendo travada por dois contendores no ringue ou no octógono, dois gladiadores se enfrentando no Coliseu. Mas quem se desespera, quem apanha, quem morre, quem toma porrada são os espectadores. Alguém aí tem as coordenadas de alguma ilha deserta para me passar?
Só tenho uma coisa a dizer : sábios e grandes sumérios!!!
ResponderExcluirSou fã dos sumérios, não pela cerveja, mas pela civilização criada. Os caras eram muito fodas.
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