Meu amigo virtual Marreta produziu um belo e
inspirado texto, mas pisou no tomate ao associá-lo à sua série "É a Podridão, Meu Velho".
Pior ainda, não deu nenhum título ao vigésimo post dessa série. Não sei como
classificá-lo, pois é basicamente um diálogo. Pelo lirismo das frases, entretanto,
poderia dizer que é um poema. Ou seria uma crônica? Não importa, pois gostei
tanto que, mesmo sem autorização e prévio conhecimento do autor, resolvi
publicá-lo com um título decente no velho Blogson. Olhaí.
- O que
procuras, velho?
Me
pergunta a Madrugada,
Me
tirando do semissono,
Do
cochilar na cadeira em minha sacada,
Quase
me fazendo derrubar a caneca de cerveja.
-
Procuro ver uma estrela cadente, há tempos que não vejo tais vagalumes
siderais.
-
Mentira, velho!
Diz a
Madrugada.
-
Procuro por inspiração, ideias para um novo texto, um novo conto, um novo
poema... para mudar de profissão.
-
Mentira, velho!
-
Procuro a tranquilidade e a clareza da falta de luz, o ronronar dos decibéis, o
trânsito sem buzinas e semáforos dos gatos vadios.
-
Mentira, velho!
- O que
procuro, me dizes, pois?
- Não
procuras por cometas, por ovnis, por embriões de livros, por novos rumos nem
pelo sorriso dos gatos de Alice.
-
Procuro pelo quê, então, já que és tão sábia e cheia de si?
-
Procuras, velho, por uma nova paixão!
- E se
for? E caso seja?
- Vá
dormir, velho! Não perca o seu tempo, que é tão pouco; nem o meu, que é
infinito.
Ora, JB, a série É a podridão, meu velho, nunca teve título, ela é o titulo. Os títulos (ou subtítulos, se preferir) são os números, podridão (1), (2), etc.
ResponderExcluirEu sei disso, mas este texto é tão impactante que merecia uma abordagem ou tratamento individualizado, ou seja, ficaria melhor se não incluído na série. Mas isso, lógico, é um pensamento só meu e eu não tenho nada que dar palpite no seu blog. Por isso é que resolvi postar no invertebrado Blogson. E parabéns, mais uma vez.
Excluirsem paixão não há razão de viver
ResponderExcluirtem q ter alguma coisa que nos motive além de não passar fome
abs!
Assino embaixo, meu caro Scant, assino embaixo!
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