Parece que os advogados (tudo bem, “J”?) consideram a prova
testemunhal a “prostituta das provas”, justamente por estar sujeita a
equívocos, erros e, até mesmo, má fé. Eu tenho a mesma impressão em relação à
internet - que considero a “prostituta da literatura”, graças à frequente “colagem”
de textos apócrifos a autores consagrados. Estou dizendo isso por ter recebido
um texto engraçadíssimo de autoria do Luis Fernando Verissimo. Só que não! Ou
melhor, não é ele o autor do texto, não pode ser ele.
Mesmo não sendo crítico literário nem especialista na obra do
gaúcho, percebi que o texto não seria de sua autoria, por dois motivos: o Veríssimo
é muito mais sutil e elegante no que escreve. Além disso, não consigo imaginar
um dos três maiores autores de humor do Brasil usando expressões vulgares como “lava
xereca” ou “cowboy cagado”. Sem contar pequenas agressões à língua portuguesa.
Mesmo assim, resolvi postar o texto de autor desconhecido justamente por ter
rido pra caramba. Mas fica a pergunta: é do Veríssimo? Não é do Veríssimo?.
Cartas para a redação. Olhaí:
Estava eu assistindo TV numa
tarde de Domingo, naquele horário em que não se pode inventar nada o que fazer,
pois no outro dia é segunda-feira, quando minha mulher deitou-se do meu lado e
ficou brincando com minhas 'partes'. Após alguns minutos ela veio com a
'brilhante' ideia: - Por que não depilamos seus ovinhos, assim eu poderia fazer
'outras coisas' com eles. Aquela frase foi igual um sino na minha cabeça. Por
alguns segundos fiquei imaginando o que seriam 'outras coisas'. - Respondi que
não, que doeria coisa e tal, mas ela veio com argumentos sobre as novas
técnicas de depilação e eu, imaginando as 'outras coisas', não tive mais como
negar. Concordei. Ela me pediu que ficasse pelado enquanto buscaria os
equipamentos necessários para tal feito. Fiquei olhando para TV, porém minha
mente estava vagando pelas novas sensações que só despertei quando ouvi o beep
do micro-ondas. Ela voltou ao quarto com um pote de cera, uma espátula e alguns
pedaços de plástico. Achei meio estranho aqueles equipamentos, mas ela estava
com um ar de 'dona da situação' que deixaria qualquer médico urologista
sentindo-se como residente. Fiquei tranquilo e autorizei o restante do
processo. Pediu para que eu ficasse numa posição de quase frango-assado e
liberasse o acesso à zona do agrião. Pegou meus ovinhos como quem pega duas
bolinhas de porcelana e começou a passar cera morna. Achei aquela sensação
maravilhosa!O Sr. Pinto já estava todo 'pimpão' como quem diz: 'sou o próximo
da fila'! Pelo início, fiquei imaginando quais seriam as 'outras coisas' que
viriam. Após estar completamente besuntados de cera, ela embrulhou ambos no
plástico com tanto cuidado que eu achei que iria levá-los para viagem. Fiquei
imaginando onde ela teria aprendido essa técnica de prazer: na Tailândia, na
China ou pela Internet mesmo?Porém, alguns segundos depois ela esticou o
saquinho para um lado e deu um puxão repentino. Todas as novas sensações foram
trocadas por um sonoro PUUUUTA QUEEEE ME PARIUUUUUUU quase falado letra por
letra. Olhei para o plástico para ver se o couro do meu saco não tinha ficado
grudado. Ela disse que ainda restavam alguns pelinhos, e que precisava passar
de novo. Respondi prontamente: - Se depender de mim eles vão ficar aí para a
eternidade!! Segurei o Dr. Esquerdo e o Dr. Direito com as duas mãos, como quem
segura os últimos ovos da mais bela ave amazônica em extinção, e fui para o
banheiro. Sentia o coração bater nos ovos. Abri o chuveiro e foi a primeira vez
que eu molhei o saco antes de molhar a cabeça. Passei alguns minutos só deixando
a água gelada escorrer pelo meu corpo. Saí do banho, mas nesses momentos de dor
qualquer homem vira um bebezinho novo: faz merda atrás de merda. Peguei meu gel
pós-barba com camomila 'que acalma a pele', enchi as mãos e passei nos ovos.
Foi como se estivesse passado molho de pimenta. Sentei no bidê na posição de
'lava xereca' e deixei o chuveirinho acalmar os Drs. Peguei a toalha de rosto e
fiquei abanando os ovos como quem abana um boxeador no 10° rodada. Olhei para
meu pinto. Ele, coitado, tão alegrinho minutos atrás, estava tão pequeno que
mais parecia irmão gêmeo de meu umbigo. Nesse momento minha mulher bate à porta
do banheiro e pergunta se estava passando bem. Aquela voz antes tão aveludada e
sedutora ficou igual uma gralha. Saí do banheiro e voltei para o quarto. Ela
estava argumentando que os pentelhos tinham saído pelas raízes, que demorariam
voltar a nascer. 'Pela espessura da pele do meu saco, aqui não nasce nem
penugem, meus ovos vão ficar que nem os das codornas', respondi. Ela pediu para
olhar como estavam. Eu falei para olhar a meio metro de distância e sem tocar
em nada e se ficar rindo vai entrar na PORRADA!! Vesti a camiseta e fui dormir
(somente de camiseta). Naquele momento sexo para mim, nem para perpetuar a
espécie humana. No outro dia pela manhã fui me arrumar para ir trabalhar. Os
ovos estavam mais calmos, porém mais vermelhos que tomates maduros. Foi
estranho sentir o vento bater em lugares nunca antes visitados. Tentei colocar
a cueca, mas nada feito. Procurei alguma cueca de veludo e nada. Vesti a calça
mais folgada que achei no armário e fui trabalhar sem cueca mesmo. Entrei na
minha seção andando igual um cowboy cagado. Falei bom dia para todos, mas sem
olhar nos olhos. E passei o dia inteiro trabalhando em pé com receio de
encostar os tomates maduros em qualquer superfície. Resultado, certas coisas
devem ser feitas somente pelas mulheres. Não adianta tentar misturar os
universos masculino e feminino. Ainda dói.
Muito divertido o texto Sr. J.B.
ResponderExcluirAliás, sendo eu um leitor do também estimável Marreta, acredito que ele derestaria tal " brilhante idéia dominical".
Pé Vermelho Pr
Obrigado (e apareça mais)!
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