segunda-feira, 11 de novembro de 2019

DEZ CONTROLES DE GASTOS

Este post é uma expansão de resposta dada a meu recente amigo virtual Scant. Resolvi postá-la aqui no blog, na linha da “blogoteca”.

Creio que foi em 1980 que passei a dividir uma sala com mais dois colegas de serviço. Um deles era o Pintão, amigo mais que citado aqui no blog. O outro era um engenheiro um pouco mais velho que eu, super competente e organizado. Tão competente e organizado que acabou merecidamente chefiando a seção onde trabalhávamos. Seu senso de organização - como era fácil prever - extravazava para sua vida pessoal. Naquela época de zero microcomputadores mantinha uma caderneta tipo "Deve-Haver" onde anotava meticulosamente as despesas realizadas, indexando cada uma à sua conta correspondente. No final de cada mês, provavelmente para ter uma referência mais estável, convertia os gastos para valores em dólar.

Como eu sempre tive tendência a ser um "Maria-vai-com-as-outras", não demorou muito para que comprasse uma caderneta igual, onde passei a lançar minhas despesas. E, claro, criei também algumas contas para indexar o que gastava. No final do mês, o jumento aqui, em vez de dólar, utilizava a ORTN - Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional, algum tempo depois substituída pela OTN - Obrigação do Tesouro Nacional, que deu lugar ao BTN - Bônus do Tesouro Nacional, etc. Resumindo, minha brilhante escolha serviu para que acabasse não tendo uma série histórica de gastos minimamente confiável. Acabei chamando o cabo corneteiro para executar o toque de foda-se, ou melhor, joguei no lixo a porra da caderneta e nunca mais me preocupei com isso.

Tudo mudou depois de minha aposentadoria, graças à minha mulher. Quando nos casamos, ela tinha tudo para seguir uma brilhante carreira, mas decidiu abrir mão de seus sonhos profissionais para cuidar de nossos filhos. Como ela sempre foi no limite de sua capacidade em tudo o que fazia e ainda faz, tornou-se "a" supermãe. Por isso, ao me aposentar e para compensar o sacrifício que ela mesma se impôs, disse que era dela todo o dinheiro liberado pelo FGTS e que poderia fazer com a grana o que bem entendesse. A resposta imediata foi "então vou reformar a casa!"

Dois anos depois e a um custo três vezes superior ao valor do fundo de garantia, a reforma foi concluída (ou melhor, paralisada, pois não havia mais de onde tirar dinheiro para a "cereja do bolo"). Durante esse tempo, para me planejar e não ser surpreendido, fui obrigado a bolar um sistema de controle de gastos que alimentasse um cronograma de despesas diárias e mensais previstas. Como meu conhecimento de informática é muito limitado, acabei criando algumas planilhas em Excel que se alimentavam com as informações sobre gastos reais e, a partir daí, gerando projeções diárias sobre o desembolso da grana

Antes de continuar, preciso fazer uma pausa para contar sobre meu primeiro contato com uma planilha Excel. Na prática, foi também meu primeiro contato com um microcomputador, pois, embora tivesse comprado um para meus filhos, não chegava nem perto. E na empresa eu era do tipo "usuário" ("faz aí"). Até 1994, quando fiquei sem emprego (eu tinha 44 anos). De repente, estava desempregado, na super merda e sem nenhuma perspectiva detectável. Na época, o mar não estava para peixe nem para  engenheiros mais velhos. Apareceu um serviço que exigia a apresentação em Excel. Quem me atirou a boia foi meu filho mais velho, à época com 18 anos. Entrou no tutorial do Excel e fez brotar uma planilha (cheia de defeitos, mas capaz de atender meu contratante). A partir daí, bem devagarinho, mas prestando atenção em tudo o que via e ouvia, acabei ficando razoável em Excel. Aliás, só conheço Word e Excel, mais nada.

Voltemos agora ao tema deste post. Depois de me aposentar em 2009 e graças à mega reforma que fizemos, passei a anotar cada centavo (literalmente) que é gasto em nossa casa. Para isso, utilizo uma planilha com três abas principais: "gastos diários" (efetivamente realizados), “mensal” (previsão de gastos no dia a dia, feita a partir dos dados coletados mês a mês na planilha "gastos diários") e uma previsão anual, alimentada com os gastos realmente ocorridos em cada mês Essa planilha anual gera projeções na base da média dos últimos meses. Para concluir, preciso dizer que as três planilhas acompanham 55 itens específicos, agrupados em 20 contas diferentes.  A título de exemplo, eu separo o lazer cotidiano do eventual, etc. Coisa de louco, não?

Meu recente amigo virtual Scant pediu que eu detalhasse essas contas. E esse é o motivo do post atual. Por isso, aí vai:

CRÉDITOS MÊS
 Saldo mês anterior
 INSS
 Previdência complementar
 Poupança
 Empréstimos
 Outros
 DESPESAS ROTINEIRAS
 Concessionárias
 Água
 Luz
 Telefone / Internet
 Recarga celular
 Supermercado, Padaria, Açougue
 Padaria
 Supermercado, Sacolão, Açougue
 Refeições, Lanches, Sorvetes
 Restaurantes
 Salgados, Sorvetes, etc.
 Saúde
 Farmácia
 Pilates
 Transporte
 Gasolina
 Estacionamento
 Passagens ônibus, taxi
 Manut. Carro
 IPVA, taxas Detran
 Seguro carro
 Lazer
 TV a cabo
 Academia
 Impostos e Taxas
 Taxas / Juros / IOF / Tributos
 IPTU
 Imposto Renda
 Despesas Diversas
 Salão
 Lojas 1,99/ Utilidades
 Xerox, etc.
 Presentes
 Festas
 Roupas Família
 Conserto eletro./ manut casa
 Despesas diversas
 DESPESAS EVENTUAIS
 Saúde
 Plano de saúde
 Médicos e dentistas fora do plano
 Transporte
 Pneus
 Financiamento de carro novo
 Lazer
 Viagens e passeios
 Compra de Eletroeletrônicos // Móveis
 Cartão de Crédito // Cheque Pré-datado
 Boleto Bancário
 Amortização de Empréstimos
 Amortização Empréstimo
 DESPESAS COM OBRAS E REFORMA
 Manutenção, Reparos e Conservação
 Mão de Obra
 Materiais/ Equipamentos


8 comentários:

  1. Quer dizer, então, que o Jotabê faz pilates?
    Pããããããta....

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    1. No, sir! Quem faz é minha mulher. Eu faço natação em academia (duas vezes por semana, 45 minutos por dia)

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  2. muito obrigado

    posso publicar sua postagem no meu blog, com os devidos créditos?

    abs

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    1. Lógico! Mas como é uma listagem de gastos, não precisa de créditos (Issa!)

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    2. boa

      publicado:

      https://scantsa.blogspot.com/2019/11/guest-post-dez-controles-de-gastos-2019.html

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    3. Que prazer ler um comentário seu! Vou te dar um upgrade desse controle que ainda faço. O nome é "plano de saúde". Que estrago nas finanças familiares! E uma informação que não sei se já mencionei aqui no blog: a tal reforma feita na minha casa custou o equivalente a um apartamento de três quartos em bairro clásse média em BH. É mole? Abraços.

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MONOGLOTA BILINGUE

Não tenho vergonha de dizer que meu cérebro parece estar se liquefazendo, tal a quantidade de brancos que têm ocorrido. Talvez devesse dizer...