Este post é uma expansão de resposta dada a meu
recente amigo virtual Scant. Resolvi postá-la aqui no blog, na linha da “blogoteca”.
Creio que foi em
1980 que passei a dividir uma sala com mais dois colegas de serviço. Um deles
era o Pintão, amigo mais que citado
aqui no blog. O outro era um engenheiro um pouco mais velho que eu, super
competente e organizado. Tão competente e organizado que acabou merecidamente
chefiando a seção onde trabalhávamos. Seu senso de organização - como era fácil
prever - extravazava para sua vida pessoal. Naquela época de zero microcomputadores mantinha uma caderneta tipo "Deve-Haver"
onde anotava meticulosamente as despesas realizadas, indexando cada uma à sua
conta correspondente. No final de cada mês, provavelmente para ter uma
referência mais estável, convertia os gastos para valores em dólar.
Como eu sempre
tive tendência a ser um "Maria-vai-com-as-outras",
não demorou muito para que comprasse uma caderneta igual, onde passei a lançar
minhas despesas. E, claro, criei também algumas contas para indexar o que
gastava. No final do mês, o jumento aqui, em vez de dólar, utilizava a ORTN - Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional, algum tempo depois substituída pela OTN - Obrigação do Tesouro Nacional,
que deu lugar ao BTN - Bônus do
Tesouro Nacional, etc. Resumindo, minha brilhante escolha serviu para que
acabasse não tendo uma série histórica de gastos minimamente confiável. Acabei chamando o cabo corneteiro para executar o
toque de foda-se, ou melhor, joguei no lixo a porra da caderneta e nunca
mais me preocupei com isso.
Tudo mudou depois de minha aposentadoria, graças à minha mulher. Quando
nos casamos, ela tinha tudo para seguir uma brilhante carreira, mas decidiu
abrir mão de seus sonhos profissionais para cuidar de nossos filhos. Como ela
sempre foi no limite de sua capacidade em tudo o que fazia e ainda faz,
tornou-se "a" supermãe. Por
isso, ao me aposentar e para compensar o sacrifício que ela mesma se impôs,
disse que era dela todo o dinheiro liberado pelo FGTS e que poderia fazer com a
grana o que bem entendesse. A resposta imediata foi "então vou reformar a casa!"
Dois anos depois e a um custo três vezes superior ao valor do fundo de
garantia, a reforma foi concluída (ou melhor, paralisada, pois não havia mais
de onde tirar dinheiro para a "cereja
do bolo"). Durante esse tempo, para me planejar e não ser
surpreendido, fui obrigado a bolar um sistema de controle de gastos que
alimentasse um cronograma de despesas diárias e mensais previstas. Como meu
conhecimento de informática é muito limitado, acabei criando algumas planilhas
em Excel que se alimentavam com as informações sobre gastos reais e, a partir daí,
gerando projeções diárias sobre o desembolso da grana
Antes de continuar, preciso fazer uma pausa para contar sobre meu
primeiro contato com uma planilha Excel. Na prática,
foi também meu primeiro contato com um microcomputador, pois, embora tivesse
comprado um para meus filhos, não chegava nem perto. E na empresa eu era do
tipo "usuário" ("faz
aí"). Até 1994, quando fiquei sem emprego (eu tinha 44 anos). De
repente, estava desempregado, na super merda e sem nenhuma perspectiva
detectável. Na época, o mar não estava para peixe nem para engenheiros
mais velhos. Apareceu um serviço que exigia a apresentação em Excel. Quem me
atirou a boia foi meu filho mais velho, à época com 18 anos. Entrou no tutorial
do Excel e fez brotar uma planilha (cheia de defeitos, mas capaz de atender meu
contratante). A partir daí, bem devagarinho, mas prestando atenção em tudo o
que via e ouvia, acabei ficando razoável em Excel. Aliás, só conheço Word e
Excel, mais nada.
Voltemos agora ao
tema deste post. Depois de me aposentar em 2009 e graças à mega reforma que
fizemos, passei a anotar cada centavo (literalmente) que é gasto em nossa casa.
Para isso, utilizo uma planilha com três abas principais: "gastos
diários" (efetivamente realizados), “mensal” (previsão de gastos no dia a
dia, feita a partir dos dados coletados mês a mês na planilha "gastos
diários") e uma previsão anual, alimentada com os gastos realmente
ocorridos em cada mês Essa planilha anual gera projeções na base da média dos
últimos meses. Para concluir, preciso dizer que as três planilhas acompanham 55
itens específicos, agrupados em 20 contas diferentes. A título de
exemplo, eu separo o lazer cotidiano do eventual, etc. Coisa de louco, não?
Meu recente amigo
virtual Scant pediu que eu detalhasse
essas contas. E esse é o motivo do post atual. Por isso, aí vai:
CRÉDITOS MÊS
Saldo mês
anterior
INSS
Previdência
complementar
Poupança
Empréstimos
Outros
DESPESAS ROTINEIRAS
Concessionárias
Água
Luz
Telefone /
Internet
Recarga
celular
Supermercado, Padaria, Açougue
Padaria
Supermercado, Sacolão, Açougue
Refeições, Lanches, Sorvetes
Restaurantes
Salgados,
Sorvetes, etc.
Saúde
Farmácia
Pilates
Transporte
Gasolina
Estacionamento
Passagens
ônibus, taxi
Manut. Carro
IPVA, taxas
Detran
Seguro carro
Lazer
TV a cabo
Academia
Impostos e Taxas
Taxas /
Juros / IOF / Tributos
IPTU
Imposto
Renda
Despesas Diversas
Salão
Lojas 1,99/
Utilidades
Xerox, etc.
Presentes
Festas
Roupas
Família
Conserto
eletro./ manut casa
Despesas
diversas
DESPESAS EVENTUAIS
Saúde
Plano de
saúde
Médicos e
dentistas fora do plano
Transporte
Pneus
Financiamento de carro novo
Lazer
Viagens e
passeios
Compra de Eletroeletrônicos //
Móveis
Cartão de
Crédito // Cheque Pré-datado
Boleto
Bancário
Amortização de Empréstimos
Amortização
Empréstimo
DESPESAS COM OBRAS E REFORMA
Manutenção, Reparos e Conservação
Mão de Obra
Materiais/
Equipamentos
Quer dizer, então, que o Jotabê faz pilates?
ResponderExcluirPããããããta....
No, sir! Quem faz é minha mulher. Eu faço natação em academia (duas vezes por semana, 45 minutos por dia)
Excluirmuito obrigado
ResponderExcluirposso publicar sua postagem no meu blog, com os devidos créditos?
abs
Lógico! Mas como é uma listagem de gastos, não precisa de créditos (Issa!)
Excluirboa
Excluirpublicado:
https://scantsa.blogspot.com/2019/11/guest-post-dez-controles-de-gastos-2019.html
Bacanérrimo!
Excluirrelendo
Excluirótimo post
abs!
Que prazer ler um comentário seu! Vou te dar um upgrade desse controle que ainda faço. O nome é "plano de saúde". Que estrago nas finanças familiares! E uma informação que não sei se já mencionei aqui no blog: a tal reforma feita na minha casa custou o equivalente a um apartamento de três quartos em bairro clásse média em BH. É mole? Abraços.
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