RETRATO MAL FALADO

Eu preciso dar uma resposta ao Ozy, meu amigo virtual. Mas é uma resposta tão confidencial que ela se autodestruirá em 5 segundos. Pensando bem, talvez seja melhor mudar para minutos. Como prova de generosidade, direi que são “minutos netunianos”.

Neste ponto, imagino que o Marreta, outro amigo virtual, ficará escandalizado ou - mesmo não sendo frouxo (assim imagino) - terá frouxos de riso com minha ignorância enciclopédica. Mas, para bem explicar essa opção, precisarei misturar chiclete com banana (não, não era isso que eu queria dizer), alhos com bugalhos (alguém sabe me dizer que porra é essa de “bugalhos”?) ou conceitos astronômicos. O planeta Netuno demora 164 anos para dar uma voltinha em torno do Sol. Isso significa que o ano de Netuno é 164 vezes maior que o da Terra. Por isso, o “minuto” netuniano seria (eu disse “seria”) 164 vezes maior que seu primo terráqueo (não vomita, Marreta!)

Agora, vamos ao assunto do post. Meu amigo virtual Ozy pediu que eu lhe mandasse uma foto minha (mesmo que ele seja espada – pelo menos, assim imagino). Ora, meu caro Realista, está fora de cogitação exibir minha beleza helênica para desconhecidos. Apesar disso, listei quatro posts onde você poderia tirar inspiração para fazer meu retrato falado. Todas as dicas estavam lá, todas as coordenadas GPS, mas você não conseguiu matar o Charada, ou melhor, a charada. Por isso, resolvi melhorar um pouco as dicas. Bora lá.

No post “Self service de mim mesmo” há uma descrição de minhas características fisionômicas. Reproduzindo:

- Orelhas grandes (cada vez maiores, por conta da idade provecta) e ligeiramente desniveladas;

- queixinho esquisito, na definição de meu cunhado (sem queixo, mas longe de um Noel Rosa);

- boca pequena e lábios quase inexistentes (adequados para falar pouco);

- nariz grande e meio torto (mas muito “sessual”);

- testa imensa devida ao avanço da calvície (não há motivo para me preocupar com isso, pois a calvície nunca vai pra frente, só pra trás);

- cabeça própria dos muito inteligentes (cabeção, entendeu?);

- bolsas imensas sob os olhos (charme puro);

- olhar arregalado de doido, segundo meus filhos (não consegui entender).

Além disso, citei quatro pessoas que alguns malucos disseram parecer-se comigo. Reproduzindo:

Já me disseram que eu lembrava o Gene Wilder, mas sem os olhos azuis. Teve alguém que me comparou a um ator que fez o filme "FX - Assassinato sem morte". Claro, depois de um atropelamento e de terem extraído seus olhos (também azuis). O personagem Mister Bean foi a escolha óbvia para meus olhos arregalados. E, para encerrar, um ex-político mineiro cujo nome é João Pinto Ribeiro. Esse Pinto não significa que somos parentes (não somos), pois metade da população tem pinto.

Mesmo você não sendo o Dudu nem eu o Jair, olha o filé que te arrumei. Para mim só isso já bastava para o retrato falado (espero que não esteja pensando em alguma cerimônia voodoo!). Mesmo assim, resolvi ajudar um pouco mais. No post “Espelho, espelho meu” você veria um desenho de meu perfil greco-romano. E no final do post “Coda” você encontraria meu retrato real (na fase barbuda), mesmo que altamente sombreado.

Como sou um cara solidário, resolvi juntar tudo em uma única montagem que, tenho certeza, o ajudará a conseguir o que deseja. Mas lembre-se dos cinco minutos netunianos. Corre!