Este país é mesmo uma tristeza! Já não bastava o Carlos Lupi ter deixado o cargo de ministro do Trabalho da Dilma Roussef cercado de acusações de corrupção? Tinham de dar para ele o cargo de ministro da Previdência Social no governo Lula?
quarta-feira, 30 de abril de 2025
HOMO HOMINI LUPUS EST
Este país é mesmo uma tristeza! Já não bastava o Carlos Lupi ter deixado o cargo de ministro do Trabalho da Dilma Roussef cercado de acusações de corrupção? Tinham de dar para ele o cargo de ministro da Previdência Social no governo Lula?
MEU DESAFETO PREDILETO
Ele é o mais antigo leitor do Blogson Crusoe,
já foi “seguidor”, deixou de ser, voltou outra vez, deixou novamente de ser.
Talvez por termos mais diferenças que “parecenças”. Ele entrou na melhor idade,
e eu já estou quase saindo – dela ou de qualquer outra; ele faz questão de
beber cerveja barata mas boa, eu só como bombom de licor; ele é fã do Raul
Seixas, eu não consigo mais escutá-lo; eu e ele somos heterossexuais e gostamos
de falar palavrões (ele gosta mais que eu); ele parece ser muito culto, eu levo
mais jeito para carroceiro; ele é pós graduado em ironia e sarcasmo, eu só
cheguei até a quinta série;ele se chama Ricardo, e eu também (não tente
entender!); ele odeia o PT e eu também; ele baba de ódio pelo Lula, eu faço o
mesmo pelo Bozo; já se enfureceu comigo e eu já fiquei puto com ele; ele é conservador, eu quero ser apenas livre (ou anarquista,
se preferir).
Creio que poderia defini-lo como meu desafeto predileto, pois mesmo que não o conheça pessoalmente (e espero que continue assim), tenho uma genuína simpatia por ele, talvez maior que muito “amigo” da vida real.
E esse sujeito, o irascível Azarão do blog “A Marreta do Azarão”, deu-me dois preciosos presentes, dois livros do meu ídolo Millôr Fernandes – um verdadeiro filósofo que utilizou o humor e a ironia para expor sua visão de mundo. Definindo-se como um “livre atirador”, Millôr disse verdades lapidares como esta: “Não existe pensador católico. Não existe pensador marxista. Existe pensador. Preso a nada. Pensa, a todo risco.” E definia a ideologia, qualquer ideologia, como uma "bitola estreita para orientar o pensamento".
Tendo circulado por todo tipo de humor, utilizou no livro a “Bíblia do Caos” uma de suas formas mais curiosas e sofisticadas, que eu chamo de “humor de saturação”, obtido com o uso exaustivo de sinônimos e palavras correlatas, tal como se lê na capa de um dos presentes que recebi, que ele assim definiu:
5.142 Pensamentos, Preceitos, Máximas, Raciocínios, Considerações, Ponderações, Devaneios, Elucubrações, Cismas, Disparates, Ideias, Introspecções, Tresvarios, Obsessões, Meditações, Apotegmas, Despropósitos, Apodos, Desvarios, Descocos, Cogitações, Plácitos, Ditos, Sandices, Especulações, Conceitos, Gnomas, Motes, Proposições, Argumentos, Filactérios, Reflexões, Escólios, Conclusões, Aforismos, Absurdos, Memórias, Estultilóquios, Alogias, Despautérios, Aquelas, Insultos, Necedades, Dislates, Paradoxos, Prótases, Singularidades, Miopias, Estultícias, Silogismos, Tergiversações, Enormidades, Paranoias, Leviandades, Imprudências, Incoerências, Desabafos, Galimatias, Heresias, Hidrofobias e Dizidelas, da dialética do irritante Guru do Meyer.
Agora, chega de conversa fiada, pois o que eu quero é mergulhar no Caos do Millôr. Obrigado, Marreta.
Creio que poderia defini-lo como meu desafeto predileto, pois mesmo que não o conheça pessoalmente (e espero que continue assim), tenho uma genuína simpatia por ele, talvez maior que muito “amigo” da vida real.
E esse sujeito, o irascível Azarão do blog “A Marreta do Azarão”, deu-me dois preciosos presentes, dois livros do meu ídolo Millôr Fernandes – um verdadeiro filósofo que utilizou o humor e a ironia para expor sua visão de mundo. Definindo-se como um “livre atirador”, Millôr disse verdades lapidares como esta: “Não existe pensador católico. Não existe pensador marxista. Existe pensador. Preso a nada. Pensa, a todo risco.” E definia a ideologia, qualquer ideologia, como uma "bitola estreita para orientar o pensamento".
Tendo circulado por todo tipo de humor, utilizou no livro a “Bíblia do Caos” uma de suas formas mais curiosas e sofisticadas, que eu chamo de “humor de saturação”, obtido com o uso exaustivo de sinônimos e palavras correlatas, tal como se lê na capa de um dos presentes que recebi, que ele assim definiu:
5.142 Pensamentos, Preceitos, Máximas, Raciocínios, Considerações, Ponderações, Devaneios, Elucubrações, Cismas, Disparates, Ideias, Introspecções, Tresvarios, Obsessões, Meditações, Apotegmas, Despropósitos, Apodos, Desvarios, Descocos, Cogitações, Plácitos, Ditos, Sandices, Especulações, Conceitos, Gnomas, Motes, Proposições, Argumentos, Filactérios, Reflexões, Escólios, Conclusões, Aforismos, Absurdos, Memórias, Estultilóquios, Alogias, Despautérios, Aquelas, Insultos, Necedades, Dislates, Paradoxos, Prótases, Singularidades, Miopias, Estultícias, Silogismos, Tergiversações, Enormidades, Paranoias, Leviandades, Imprudências, Incoerências, Desabafos, Galimatias, Heresias, Hidrofobias e Dizidelas, da dialética do irritante Guru do Meyer.
Agora, chega de conversa fiada, pois o que eu quero é mergulhar no Caos do Millôr. Obrigado, Marreta.
segunda-feira, 28 de abril de 2025
PARABÉNS, TIO DANI
Hoje nosso filho mais novo comemora seus 38 anos de vida. Sempre me surpreendo ao pensar nessa idade, pois, até outro dia, ele era um menino que me dava um abraço demorado, dizendo com um sorrisinho maroto “- Colou!”. Eu achava aquilo uma delícia. Hoje, quem às vezes o abraça demoradamente e diz “- Colou!” sou eu.
https://blogsoncrusoe.blogspot.com/2016/04/o-bom-selvagem.html.
FALANDO DE RELIGIÃO E RELIGIOSIDADE
domingo, 27 de abril de 2025
ESSE PAPA ERA DO BALACOBACO!
Recebi pelo whatsapp de um amigo um excelente artigo sobre o Papa Francisco. Talvez o texto não atraia o interesse de quem não é católico, mas provavelmente deixará irritado que o chamou de papa comunista. Eu fiquei surpreso com as pedreiras que enfrentou em seus doze anos de papado. O autor é Jamil Chade (UOL) e o título provável é
“Luxo, heresia e guerra:
reforma de Francisco será testada no conclave”.
Sirvam-se!
Assim que tomou
posse em 2013, o papa Francisco convocou nove cardeais e lhes deu uma tarefa:
limpar o lugar. Eles teriam a missão de identificar tudo o que existia de
exagero, corrupto ou que desviasse da missão da Igreja. Mas, acima de tudo,
desenhar uma nova constituição para a Santa Sé e transferir poder e
responsabilidades da Cúria Romana para as conferências locais de bispos. Seria
um verdadeiro terremoto.
Ele assumia no
lugar de Bento 16, que ganhou o apelido de "Papa Prada" por seu gosto
por itens de luxo e sapatos de pele. Dois meses depois, Francisco decidiu fazer
uma "inspeção" de surpresa a sua própria garagem e teria ficado
impressionado com o valor e luxo da frota. Sua ordem foi para que os carros
fossem vendidos e trocados por modelos mais baratos.
Sete meses depois
de assumir o trono de São Pedro, o pontífice decidiu que, pela primeira vez em
125 anos, o mundo saberia o que estava nos cofres do Vaticano e ordenou a
instituição a publicar seu primeiro balanço. Outro terremoto.
Em encontros privados
e públicos, Francisco não disfarçou seu desprezo pela Cúria. Num encontro com
freiras, ainda no final de 2013, ele admitiu que não concordava com o grupo que
administrava a Santa Sé e que, por séculos, acumularam direitos e luxo.
Os chefes da igreja
sempre foram narcisistas, lisonjeados e emocionados por seus cortesãos. A corte
é a lepra do papado, disse.
O momento mais
crítico de sua luta contra esses privilégios ocorreu em dezembro de 2015. Ao se
reunir com a Cúria para a mensagem de Natal, o papa os acusou de
"hipocrisia".
Havia outro fato
que Francisco considerava como intolerável: a existência de mendigos nos arcos
do Vaticano, repleto de ouro e arte. Depois de instalar chuveiros, banheiros e
de ordenar a distribuição de comida e roupas para as centenas de mendigos e
sem-teto que dormem todas as noites sob as pilastras do Vaticano e por Roma, o
papa abriu uma barbearia gratuita para os mais miseráveis.
Quando a
iniciativa foi anunciada, cabeleireiros e voluntários de Roma deram à Santa Sé
dezenas de tesouras, pentes, espelhos e cadeiras para que os novos clientes
pudessem ser atendidos. Francisco ainda comemorou seu aniversário distribuindo
400 sacos de dormir para os mendigos e sem-teto, e convidou 200 deles para
jantar no Vaticano.
O vendaval que
causava Francisco parecia não ter fim. Quatro meses depois de sua posse, ele
quebrou um tabu - mas não alterou dogmas - quando disse: "quem sou eu para
julgar os homossexuais?". Ele continuou causando indignação das alas mais
radicais da Igreja ao lavar os pés de uma refugiada muçulmana. Sua missão,
dizia ele, era acolher e usava a imagem da Igreja como um hospital de campanha,
que atendia a todos, sem perguntar.
O centro de sua
reforma era simples: a Igreja deveria servir aos fiéis e ao mundo. E não a ela
mesma, sob o risco de ser irrelevante.
A guerra interna
Os gestos foram amplamente aplaudidos fora de Roma. Mas houve quem tenha resistido. "Um palhaço". Foi assim que uma ala mais tradicional da Santa Sé começou a chamar Jorge Bergoglio.
Francisco tinha
pressa. Desde o início de seu pontificado, ele confessava a pessoas próximas a
ele que temia que seu percurso seria curto. Precisava, assim, agir em dois
sentidos: abrir o debate sobre temas sensíveis dentro da Igreja e, ao mesmo
tempo, nomear cardeais progressistas para que sua obra não terminasse com o fim
de seu pontificado.
Francisco, assim,
acelerou a escolha desse novo governo da Santa Sé, proliferando nomeações de
mais de cem religiosos de um total de 71 países, algo jamais visto na história
do Vaticano.
O papa ainda usou
um documento publicado por João Paulo 2º, Donum Veritatis, como base de um
processo de demissões. O texto, que pedia a submissão da vontade e do intelecto
e impedia que teólogos discordassem em público de seus superiores, tinha sido
elaborado para permitir ao polonês uma ação contra dissidentes.
Alguns dos
herdeiros de João Paulo 2º descobriram que a arma tinha, agora, se virado
contra eles. Num dos gestos mais enfáticos, o papa argentino excomungou uma
comunidade de franciscanos, acusados de manipulação do evangelho, de ensaiar
uma aliança com a extrema direita e que promovia missas apenas em latim.
Mas fez muitos
inimigos quando iniciou o debate sobre temas de fundo. Atacou o capitalismo,
saiu em defesa de imigrantes e questionou toda a teoria econômica pela qual a
liberdade do mercado garantiria que a pobreza fosse combatida. Ele ainda montou
uma intensa campanha pela defesa do meio ambiente, acolheu e abraçou o cacique
Raoní e transformou seu gabinete num espaço de diálogo com outras religiões.
Em 2019, ao
organizar o Sínodo da Amazônia, permitiu que os documentos trouxessem a ideia
de flexibilizar protocolos.
Algumas das
propostas aprovadas pelos bispos chacoalharam a Praça São Pedro: a avaliação de
uma eventual participação das mulheres na liturgia, a criação de um pecado
ecológico e a possibilidade de que homens casados possam ser ordenados padres.
Tudo isso para que
a Igreja volte a ter um papel na Amazônia. Se não bastasse, a presença de
pessoas de pele escura, com outras tradições e vestimentas pelas salas do
Vaticano deixaram os mais conservadores incomodados, e a crise entre
tradicionalistas e reformistas ainda mais explícita. Uma estátua indígena que
representava a fertilidade e que fora usada numa igreja de Roma ainda foi
roubada e jogada num rio.
As propostas não
vingaram. Mas, pela primeira vez, entraram nas discussões oficiais.
O argentino deixou claro que não aceitaria ser "prisioneiro de um seleto grupo", classificando seus adversários de "elite católica". Para questionar esse grupo, o papa citou os trabalhos de Charles Péguy que, há um século, escreveu "Nota Conjunta sobre Descartes e Filosofia Cartesiana".
Por que lhes falta
a coragem de assumir assuntos terrenos, eles acreditam que estão assumindo os
de Deus. Por que têm medo de fazer parte da humanidade, pensam que são parte de
Deus. Por que não amam ninguém, iludem-se pensando que amam a Deus, disse.
Divórcio dividiu a
Igreja
Foi, acima de tudo, sua exortação apostólica Amoris Laetitia que causou uma rebelião. No documento, estrategicamente ambíguo, a nota de rodapé 351 deixa uma sugestão de que pessoas divorciadas e casais que tenham se casado de novo possam comungar.
Nela, o papa
afirma que algumas pessoas vivendo num segundo casamento "podem estar
vivendo na graça de Deus, podem amar e também podem crescer na vida de graça e
caridade, enquanto recebem a ajuda da Igreja para esse fim".
Em certos casos,
isso pode incluir a ajuda dos sacramentos. Por isso, quero lembrar aos
sacerdotes que o confessionário não deve ser uma câmara de tortura, mas sim um
encontro com a misericórdia do Senhor. Eu também gostaria de salientar que a
Eucaristia não é um prêmio para os perfeitos, mas um poderoso remédio e
alimento para os fracos, completou. "Ao pensar que tudo é preto e
branco", acrescenta Francisco, "às vezes fechamos o caminho da graça
e do crescimento", alertou.
Não demorou para
que os grupos se organizassem. O mal-estar era de tal dimensão que, ainda em
2015, a revista Newsweek estampou em sua capa uma manchete que causou um
profundo mal-estar no Vaticano. A publicação americana trazia uma foto do papa
com uma pergunta. "Francisco é mesmo católico?".
A reportagem
mostrava quanto ele e seus dissidentes estavam distantes nas ações públicas
sobre tantos temas. Não era possível, segundo a revista, que ambos os grupos
fossem da mesma religião.
Papa herético?
A partir de 2016, essa oposição decidiu ir ao ataque. Numa carta naquele ano, um grupo de teólogos denunciava Francisco por "heresia" no documento Amoris Laetitia.
Em 2019, uma
segunda carta surgiu, acusando o papa por uma "rejeição abrangente do
ensino católico sobre o casamento e a atividade sexual, sobre a lei moral e
sobre a graça e o perdão dos pecados". Assinada por mais de mil teólogos e
religiosos, ela insistia que Francisco teria cometido o "delito canônico
de heresia", definido como o ato de alguém agir contrariamente a um
ensinamento revelado por Deus.
Se Francisco não
se arrependesse publicamente, a carta pedia que os bispos declarassem que ele
cometeu heresia e deveria "sofrer as consequências canônicas desse
crime". Essas consequências deveriam incluir a destituição do cargo.
Meses depois,
surgiu nas livrarias romanas o livro Papa Ditador, escrito por um pseudônimo
que escolheu um nome renascentista: Marcantonio Colonna. A obra, supostamente
de um detrator, contava uma suposta ditadura imposta por Francisco, sem provas
ou evidências.
A acusação de
heresia também foi costurada por um cardeal que se transformou, na primeira
metade do pontificado de Francisco, como seu adversário mais vocal. Raymond
Burk havia sido demitido pelo papa do sistema de cortes do Vaticano e foi
colocado no conselho de uma obscura entidade de caridade. Mesmo em seu novo
cargo, Burke voltou a se chocar com o papa e teve seus poderes ainda mais
reduzidos.
Sua retaliação foi
publicar uma lista de perguntas e abrir o debate sobre Amoris Laetitia e se o
papa estava violando as escrituras sagradas.
Ultraconservador,
Burke mantinha uma relação de amizade com Steve Bannon, articulador de Donald
Trump. Foi o cardeal quem convidou o estrategista americano de extrema direita
a proferir um discurso no Vaticano, em 2014.
Quatro anos depois
de assumir, o papa vinha ainda sofrendo uma campanha de desinformação e de
ataques públicos. Numa certa manhã de 2017, postes e muros da cidade de Roma acordaram
com cartazes criticando o pontífice.
Escritos em
dialeto romano local, os pôsteres acusavam o papa de ter "removido padres;
decapitado os Cavaleiros de Malta e ignorado os cardeais". Dias depois, o
argentino rebateu: "Não perco o sono por isso".
Ao longo de seu
percurso, Francisco manteve seu plano de reforma. Não realizou todas as
transformações que desejava. Os escândalos não desaparecem por completo, com
casos de corrupção envolvendo um prédio comprado pelo Vaticano em Roma avaliado
em 140 milhões de euros, suspeitas de abusos sexuais persistentes e o uso de
recursos para renovações milionárias de residências de cardeais.
Ainda assim,
Francisco rompeu com uma estrutura de poder, de luxo e de privilégios que
marcaram a Santa Sé nas últimas décadas.
É isso que está em
jogo no Conclave, uma vez mais, admitiu um cardeal latino-americano, na
condição de anonimato.
Os gestos foram amplamente aplaudidos fora de Roma. Mas houve quem tenha resistido. "Um palhaço". Foi assim que uma ala mais tradicional da Santa Sé começou a chamar Jorge Bergoglio.
O argentino deixou claro que não aceitaria ser "prisioneiro de um seleto grupo", classificando seus adversários de "elite católica". Para questionar esse grupo, o papa citou os trabalhos de Charles Péguy que, há um século, escreveu "Nota Conjunta sobre Descartes e Filosofia Cartesiana".
Foi, acima de tudo, sua exortação apostólica Amoris Laetitia que causou uma rebelião. No documento, estrategicamente ambíguo, a nota de rodapé 351 deixa uma sugestão de que pessoas divorciadas e casais que tenham se casado de novo possam comungar.
A partir de 2016, essa oposição decidiu ir ao ataque. Numa carta naquele ano, um grupo de teólogos denunciava Francisco por "heresia" no documento Amoris Laetitia.
sexta-feira, 25 de abril de 2025
CINCO DÉCADAS DE MÃOS DADAS
Depois de publicar links de postagens antigas sobre minha mulher, depois de escrever um texto original sobre os cinquenta anos, eu já não sabia mais o que fazer para comemorar nossa vida entrelaçada. Por isso resolvi pedir à IA um "brinde" para dar a ELA. Mas o ChatGPT resolveu
me sacanear quando pedi isso a ele:
- Poderia fazer uma caricatura preto e branco desta imagem? Mas não quero minha mulher feia, porque ela é muito linda!
- Poderia fazer uma caricatura preto e branco desta imagem? Mas não quero minha mulher feia, porque ela é muito linda!
Fiquei irritado com o resultado e tentei de novo:
- Você conseguiria fazer uma caricatura preto e branco desta imagem? Mas não deixe minha mulher feia!
E ele sacaneou mais ainda. Aí eu desisti. Não dá para confiar em quem não tem cabeça!
(imagens anteriores a 2023. Hoje o rosto está um pouco mais fino, mas continua linda, como sempre foi)
VIAGEM NO TEMPO
Hoje é uma data especial para nós dois –
única, na verdade – pois comemoramos cinquenta anos de casamento! Cinquenta
anos... Sinceramente, eu mesmo custo a acreditar que tenha se passado tanto
tempo, porque, para mim, parece que foi ontem que vi você subir a rampa de
acesso ao salão de baile do Barroca Tênis Clube, sorrindo para mim. Naquela
noite do dia 25 de abril de 1970, eu percebi que minha solidão tinha se
acabado. E eu estava certo.
Mas a grande mudança em nossas vidas aconteceu há exatos cinquenta anos, cinco anos depois daquele primeiro encontro no Barroca. E começou a mudar mais precisamente às 19 horas, quando, ao saber que você já tinha chegado à capela do Sagrado Coração de Jesus (você sempre foi pontual!), comecei a sentir meu coração batendo no pescoço, disputando espaço com a bela gravata branca que usava.
Você surgiu na porta da igreja de braços dados com um orgulhoso Sr. Neca, indescritivelmente linda. E a partir daí, com a igreja lotada, a cerimônia rolou e ficamos sabendo pelo Padre Leonardo que, em um casamento feliz, “um mais um é igual a um”. Em seguida, entre centenas de cumprimentos, abraços e carinhosíssimos “votos de eterna lua de mel”, a festa rolou, a vida rolou para duas crianças de 24 e 25 anos.
Foram cinco décadas de risos e tropeços, de rotinas e descobertas, tempo de criar o Gu, o Bil, o Bê e o Dani – quatro filhos maravilhosos – e depois de vê-los criar asas. Passamos por dias muito difíceis, mas sempre encontrei no seu olhar e no seu apoio o abrigo que parecia faltar no mundo. Porque o amor, aprendi, não é feito de promessas grandiosas, mas de gestos pequenos e contínuos: o apoio carinhoso e cúmplice, um afago, o jeito certo de calar ou de dizer.
Durante a quinta década, chegaram elas – trazidas por nossas filhas do coração – quatro menininhas com nomes doces e gargalhadas claras. Bia e Cacá, Lelê e Lulu. Como se a vida, depois de tanto tempo, tivesse resolvido nos agradecer com flores vivas e falantes. E cada uma delas, de algum modo, traz em si um pedacinho de você.
Hoje nossa vida se completa com quatro filhos, três filhas do coração e quatro netinhas. Ainda sonho. Mas agora, sempre de olhos bem abertos — porque a realidade ao seu lado sempre foi muito mais bonita e melhor do que qualquer sonho. E, mesmo que o tempo tenha deixado marcas em nossos rostos, há algo que nunca mudou: o amor que sinto por você.
Cinquenta anos se passaram desde aquele dia em que dissemos "sim" na frente do Padre Leonardo, mas até hoje eu me emociono e me alegro ao rever as fotos de nosso casamento. Tanta coisa aconteceu, tantas pessoas queridas – pais, tios, irmãos, parentes, amigos – vivendo agora só em nossa lembrança e no álbum de retratos! Só duas coisas não foram levadas, mudadas ou corroídas pelo Tempo: sua desmedida e permanente beleza e o amor total que sinto por você. E é por isso que eu digo, com toda a certeza: eu quero é mais!
Mas a grande mudança em nossas vidas aconteceu há exatos cinquenta anos, cinco anos depois daquele primeiro encontro no Barroca. E começou a mudar mais precisamente às 19 horas, quando, ao saber que você já tinha chegado à capela do Sagrado Coração de Jesus (você sempre foi pontual!), comecei a sentir meu coração batendo no pescoço, disputando espaço com a bela gravata branca que usava.
Você surgiu na porta da igreja de braços dados com um orgulhoso Sr. Neca, indescritivelmente linda. E a partir daí, com a igreja lotada, a cerimônia rolou e ficamos sabendo pelo Padre Leonardo que, em um casamento feliz, “um mais um é igual a um”. Em seguida, entre centenas de cumprimentos, abraços e carinhosíssimos “votos de eterna lua de mel”, a festa rolou, a vida rolou para duas crianças de 24 e 25 anos.
Foram cinco décadas de risos e tropeços, de rotinas e descobertas, tempo de criar o Gu, o Bil, o Bê e o Dani – quatro filhos maravilhosos – e depois de vê-los criar asas. Passamos por dias muito difíceis, mas sempre encontrei no seu olhar e no seu apoio o abrigo que parecia faltar no mundo. Porque o amor, aprendi, não é feito de promessas grandiosas, mas de gestos pequenos e contínuos: o apoio carinhoso e cúmplice, um afago, o jeito certo de calar ou de dizer.
Durante a quinta década, chegaram elas – trazidas por nossas filhas do coração – quatro menininhas com nomes doces e gargalhadas claras. Bia e Cacá, Lelê e Lulu. Como se a vida, depois de tanto tempo, tivesse resolvido nos agradecer com flores vivas e falantes. E cada uma delas, de algum modo, traz em si um pedacinho de você.
Hoje nossa vida se completa com quatro filhos, três filhas do coração e quatro netinhas. Ainda sonho. Mas agora, sempre de olhos bem abertos — porque a realidade ao seu lado sempre foi muito mais bonita e melhor do que qualquer sonho. E, mesmo que o tempo tenha deixado marcas em nossos rostos, há algo que nunca mudou: o amor que sinto por você.
Cinquenta anos se passaram desde aquele dia em que dissemos "sim" na frente do Padre Leonardo, mas até hoje eu me emociono e me alegro ao rever as fotos de nosso casamento. Tanta coisa aconteceu, tantas pessoas queridas – pais, tios, irmãos, parentes, amigos – vivendo agora só em nossa lembrança e no álbum de retratos! Só duas coisas não foram levadas, mudadas ou corroídas pelo Tempo: sua desmedida e permanente beleza e o amor total que sinto por você. E é por isso que eu digo, com toda a certeza: eu quero é mais!
quinta-feira, 24 de abril de 2025
É AMANHÃ!
O texto desse post é o retrato do que realmente aconteceu há cinquenta anos. Foi muito legal ter revivido aqueles momentos!
https://blogsoncrusoe.blogspot.com/2019/04/sonhando-de-olhos-abertos.html
quarta-feira, 23 de abril de 2025
ALEGRAI-VOS E EXULTAI
Em entrevista o Papa Francisco disse uma vez que o senso de humor é um atestado de sanidade e que há mais de 40 anos rezava todos os dias a oração atribuída a São Tomas More para pedir senso de humor, oração que colocou na nota 101 da Exortação Apostólica “Gaudete et Exsultate”. Fui conferir e realmente estava lá esta oração:
VOCÊ NÃO PERDE POR ESPERAR!
Ao longo da existência do Blogson eu fui experimentando várias formas para falar "dela": lembranças, crônica, dezénhos, fragmentos de retratos, e até poemas (com amor e às vezes com raiva). Tudo que escrevi e publiquei foi motivado por ter ela dado algum sentido à minha vida desmiolada. O post do link a seguir contém um poema de que eu gosto muito.
terça-feira, 22 de abril de 2025
A HISTÓRIA DE UM EQUÍVOCO
Este texto é um dos posts antigos que selecionei para celebrar os cinquentinha do nosso relacionamento, os fifties. Fico feliz por ela ter confessado não gostar de cara bonito!
https://blogsoncrusoe.blogspot.com/2015/02/conhece-historia-da-princesa-e-do-sapo.html
QUERIDO, TÃO QUERIDO JORGE
Querido, tão querido Jorge,
segunda-feira, 21 de abril de 2025
ESTÁ CHEGANDO!
No próximo dia 25 de abril, minha mulher e eu comemoraremos cinquenta anos de casamento. Cinquenta anos... Sinceramente, eu mesmo custo a acreditar que tenha se passado tanto tempo. Para mim, parece que foi ontem — mais precisamente às 19 horas, quando comecei a sentir meu coração apertado por uma gravata, batendo no pescoço, ao ouvir que a noiva havia chegado (ela sempre foi pontual). E a partir daí, a cerimônia rolou, a festa rolou, a vida rolou para duas crianças de 24 e 25 anos.
domingo, 20 de abril de 2025
HERESIAS PASCAIS
Linguagem Neutra
Estou achando que o teclado do meu computador rendeu-se à linguagem neutra, pois a tecla “O” está quase apagada e fica ao lado da tecla “I”. Por isso, várias vezes precisei voltar corrigindo essa modernidade. Digito “medo” e sai “medi”, acento” e sai “acenti”. Só não reclamo quando escrevo “Todo” e sai “Todi”. Ao perceber o erro já penso logo: - Boa ideia! Acho que vou tomar um copo agora!
Estou achando que o teclado do meu computador rendeu-se à linguagem neutra, pois a tecla “O” está quase apagada e fica ao lado da tecla “I”. Por isso, várias vezes precisei voltar corrigindo essa modernidade. Digito “medo” e sai “medi”, acento” e sai “acenti”. Só não reclamo quando escrevo “Todo” e sai “Todi”. Ao perceber o erro já penso logo: - Boa ideia! Acho que vou tomar um copo agora!
O Filho Dele
Todo mundo sabe que fizeram a maior sacanagem com Jesus, espancado e torturado, trocado por uma mixaria de trinta dinheiros, tal como está narrado na “Vívlia”. Mas acredito que pouca gente parou para pensar como deveria ser sua saúde.
Pense bem, Jesus era filho do “Cara” e,
portanto, tão Deus quanto o Pai. E Deus é perfeito (apesar das sacanagens
escritas no AT). Então, Jesus só podia ser perfeito também. E não só nos
ensinamentos!
Todo mundo sabe que fizeram a maior sacanagem com Jesus, espancado e torturado, trocado por uma mixaria de trinta dinheiros, tal como está narrado na “Vívlia”. Mas acredito que pouca gente parou para pensar como deveria ser sua saúde.
Para mim, Jesus nunca teve cárie, dor de ouvido, pressão alta, nunca sentiu dor
de barriga, não era diabético nem sofreu com artrose nos joelhos, nunca teve intolerância à lactose, caspa, surdez,
calvície e todo tipo de erro de
fabricação que aflige as pessoas comuns.
Jesus era uma máquina, saradão, exatamente como em sua imagem gravada no Sudário de Turim. Claro, que
mais poderia ser o filho de Deus? Impossível imaginar Deus com cárie! E que fique só aqui entre nós: Ele era muito
melhor que o Pai!
sexta-feira, 18 de abril de 2025
GHOST TOWN - THE SPECIALS
Nosso filho mais velho, ainda solteiro e morando conosco, apareceu um dia com uma fitinha cassete com umas músicas desconhecidas, mas hipnoticamente boas. Às vezes, eu pedia para que a colocasse para tocar. E foi assim que fiquei sabendo da existência da banda The Specials, que tocava ska e havia gravado a música “Ghost Town” — que era boa pra kawaka. Que mais?
quinta-feira, 17 de abril de 2025
quarta-feira, 16 de abril de 2025
FALTA DE PAGAMENTO
What A Wonderful Word! - (Eu Não Sei Desenhar)
Eu Só Sei Dezénhar - (Entre O Rascunho E O Surreal)
A Mamucha Da Laranja - Entre Rabiscos, Garatujas E Colagens
O Caso Da Vaca Voadora E Outras Lembranças - "Causos" Do Pintão
O Eu Fragmentado - Versos Cheios De Prosa
Garimpo De Palavras - Os Versos E Crônicas Que Faltavam
Confraria Das Hienas - (Sem Medo De Ser Ridículo)
Diálogos De Spamtar - (A Sobra Da Sobra!)
Descompensado! - Uma Amostra Do Humor Sem Noção
Meu Nome É Ricardo - Contos, Crônicas E Divagações
Só Para Passar O Tempo - (Porque O Tempo Passou)
Falando Sério - (Às Vezes Eu Me Desespero)
Alucinações Cotidianas - (Manual De Reflexões Irrelevantes)
“Ainda Ontem Eu Tinha Vinte Anos” - (E Pensar Nisso Às Vezes Dói Um Pouco)
Alguns dizem que mente vazia é a morada do capeta; já outros acreditam que seria a oficina do “sujo”. Particularmente, prefiro pensar no cérebro desidratado como a “oficina do demo", porque ninguém gosta de levar serviço para fazer em casa, mesmo que hoje seja corriqueiro o “Home Office”. E como minha mente está sendo despejada por falta de pagamento, estou em condição de entregar um “imóvel” limpinho para o simpático capetão criar suas artesanias.
- Os três de “dezénhos” – What a Wonderful WORD, Eu só sei deZénhar e A Mamucha da Laranja – serão transformados em dois, um dedicado apenas às séries e outro aos cartuns avulsos. Além disso, o lixo será excluído.
- Os dois de poesia – O Eu Fragmentado e Garimpo de Palavras serão transformados em apenas um. Só não sei ainda se o novo e-book será a soma do material publicado nos dois e-books ou se será uma “antologia” dos melhores textos, excluídos os piores.
- Os três de humor seriam transformados apenas em um.
- E, finalmente, os cinco dedicados a crônicas e conversa fiada seriam espremidos em três.
segunda-feira, 14 de abril de 2025
UM PAPO-CABEÇA COM QUEM NÃO TEM CABEÇA
Desde que ouvi falar de inteligência artificial, fui experimentando suas “habilidades”. Tudo começou com o ChatGPT, a quem pedi que escrevesse poemas e crônicas. Para ser sincero, sempre achei um lixo os resultados obtidos: muito piegas, muito diferentes da minha forma de pensar — mesmo que escritos “com a velocidade da luz”.
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