Outro dia a titular do blog "Espelhando amigos" manifestou em um
texto sua preocupação sobre a forma de tratamento que utiliza ao comentar ou
responder às opiniões de quem acessa seu blog. Respondi achar que não há motivo
para se preocupar com isso. Disse ainda para usar o tratamento que quiser e que
esteja de acordo com sua personalidade, pois a blogosfera não é um ambiente de
regras rígidas de etiqueta nem os blogueiros e seguidores são a rainha da
Inglaterra.
Depois, por ter escrito um texto longo, imaginei ampliar e transformar esse comentário em um post do Blogson. E é isso que farei agora (falta de vergonha na cara é uma coisa muito séria!). Para começar, deixo claro que no ambiente da internet só Papa e a falecida Rainha da Inglaterra mereceriam um tratamento mais cerimonioso de minha parte. Sinceramente falando, excluídas algumas personalidades que meu instinto de puxa-saco profissional identifica, jamais usaria “senhor” ou “senhora” quando respondesse ou comentasse alguma coisa que li na blogosfera, pois somos iguais, músicos e artistas famosos ou ilustres desconhecidos como é a quase totalidade do povo que perde seu tempo na blogosfera. Tanto faz, no universo digital somos todos iguais, o que não acontece no mundo real.
Depois, por ter escrito um texto longo, imaginei ampliar e transformar esse comentário em um post do Blogson. E é isso que farei agora (falta de vergonha na cara é uma coisa muito séria!). Para começar, deixo claro que no ambiente da internet só Papa e a falecida Rainha da Inglaterra mereceriam um tratamento mais cerimonioso de minha parte. Sinceramente falando, excluídas algumas personalidades que meu instinto de puxa-saco profissional identifica, jamais usaria “senhor” ou “senhora” quando respondesse ou comentasse alguma coisa que li na blogosfera, pois somos iguais, músicos e artistas famosos ou ilustres desconhecidos como é a quase totalidade do povo que perde seu tempo na blogosfera. Tanto faz, no universo digital somos todos iguais, o que não acontece no mundo real.
Acredito que as formas de tratamento que
usamos no contato com amigos, colegas e parentes ou desconhecidos estão muito
relacionadas à importância que atribuímos a essas pessoas. Por exemplo, meu
contato com meus pais e avós mudou muito com o tempo: bem criança ainda, creio
que pedia “bença” para minha avó e minha mãe. Hoje, só de sacanagem, uso essa expressão quando estou falando idiotices para algum conhecido ou conhecida. Mas tem gente que leva isso a sério, como um sobrinho de minha mulher de quem sou padrinho de batismo. Hoje em dia, quando nos encontramos e ele nos pede a benção, tenho vontade de dizer a ele para deixar de ser caipira, pois acho esse cumprimento respeitoso um costume super antiquado e, por que não dizer?, jeca.
Sempre usei “senhora” para falar
com minha mãe e minha avó, mas nunca usei “senhor” para falar com meu pai. Ele
era um sujeito amoroso com cabeça mais aberta nesse ponto, fruto talvez da educação
recebida. Todos os seus irmãos referiam-se à minha avó paterna usando apenas o
apelido "Vita". Talvez por ser o segundo filho mais novo ele era o
ponto fora da curva, pois ao contar algum caso sobre ela dizia
"mamãe" ou "minha querida mãezinha", o que me causava muita pena
dele.
Na “tenra infância” eu usava "papai" e "mamãe" (que acho muito piegas e infantil), mudados depois para “pai” e “mãe”. Já adulto e casado, abandonei “pai” e “mãe” e, só de molecagem, passei a chamá-los de Dona Lia e Seu Amintas, o que fez o maior sucesso, pois gostavam muito dessa descontração, justamente por meu estilo avacalhado/amoroso ao falar com eles.
Meu nome é apenas José, um José raiz, sem complemento. Nada de nome composto, nada de José Carlos ou até mesmo José João. Por isso, amigos, vizinhos e parentes sempre me chamaram de Zé ou Zezinho. Para colegas de escola ou profissão sempre fui Botelho (que é sobrenome). Só há duas exceções: hoje, meu filho mais velho me chama de Jotabê e um antigo chefe sem noção me chamava de "Pênis" (quem tem José Botelho Pinto... como nome de batismo não se importa muito com essas liberdades).
Mas às vezes, por bajulação equivocada, algumas pessoas criam situações constrangedoras. Um dia, um vizinho a quem eu apenas cumprimentava secamente (sua esposa era amiga de minha mulher) e com quem tinha zero contato, bateu na empresa onde eu trabalhava, procurando o "Doutor Zezinho". Fiquei puto com ele, principalmente depois que a secretária ficou rindo da minha cara. O filho da puta era representante de empresa de materiais de construção e achou que eu poderia ajudá-lo. Dr. Zezinho... Ocevê!
As formas de tratamento que recebo hoje definem tanto meu aspecto senhorial quanto a crença de que isso amolecerá meu coração ("e aí, doutor, vamos lavar o carro?"). Ou "em que posso ajudar o senhor?" Dá vontade de responder "Doutor é a puta que pariu!". Mas, infelizmente, hoje sou mesmo um "doupone", um doutor de porra nenhuma, um senhor perto do fim dos seus dias, desejando e preferindo ser tratado mais com carinho e amizade do que com respeito forçado e protocolar. E estamos conversados.
Na “tenra infância” eu usava "papai" e "mamãe" (que acho muito piegas e infantil), mudados depois para “pai” e “mãe”. Já adulto e casado, abandonei “pai” e “mãe” e, só de molecagem, passei a chamá-los de Dona Lia e Seu Amintas, o que fez o maior sucesso, pois gostavam muito dessa descontração, justamente por meu estilo avacalhado/amoroso ao falar com eles.
Meu nome é apenas José, um José raiz, sem complemento. Nada de nome composto, nada de José Carlos ou até mesmo José João. Por isso, amigos, vizinhos e parentes sempre me chamaram de Zé ou Zezinho. Para colegas de escola ou profissão sempre fui Botelho (que é sobrenome). Só há duas exceções: hoje, meu filho mais velho me chama de Jotabê e um antigo chefe sem noção me chamava de "Pênis" (quem tem José Botelho Pinto... como nome de batismo não se importa muito com essas liberdades).
Mas às vezes, por bajulação equivocada, algumas pessoas criam situações constrangedoras. Um dia, um vizinho a quem eu apenas cumprimentava secamente (sua esposa era amiga de minha mulher) e com quem tinha zero contato, bateu na empresa onde eu trabalhava, procurando o "Doutor Zezinho". Fiquei puto com ele, principalmente depois que a secretária ficou rindo da minha cara. O filho da puta era representante de empresa de materiais de construção e achou que eu poderia ajudá-lo. Dr. Zezinho... Ocevê!
As formas de tratamento que recebo hoje definem tanto meu aspecto senhorial quanto a crença de que isso amolecerá meu coração ("e aí, doutor, vamos lavar o carro?"). Ou "em que posso ajudar o senhor?" Dá vontade de responder "Doutor é a puta que pariu!". Mas, infelizmente, hoje sou mesmo um "doupone", um doutor de porra nenhuma, um senhor perto do fim dos seus dias, desejando e preferindo ser tratado mais com carinho e amizade do que com respeito forçado e protocolar. E estamos conversados.
Quando criança, chamei meu pai sem querer de "cara" e recebi um belo cruzado no queijo. Mas ele não era violento, naquele dia ele estava nervoso. Seu nome era Carlos Diogo, e já adulto, sempre o chamei de "Diogão". Meu filho me chama do que ele quiser. Às vezes vem um "cara", um "Ô papaizinho queridinho" (aqui, claro, quando está sendo irônico).
ResponderExcluirMeus sobrinhos, que são na maioria de famílias evangélicas quando me pedem "benção" eu respondo, "Que Ogum te abençoe..." ou "Que Alah te abençoe...". eles ficam indignados.
E olha que isso não dá mesmo uma boa crônica?
Muito bom! Eu também faço esse tipo de humor avacalhado. Às vezes levanto as mãos e digo "Aleluia!" ou "Alá seja louvado". E já "abençoei" alguém dizendo "Que Ganesh te abençoe". Queria comentar um assunto com você, mas não pelo zap. Por que não coloca moderador de comentário no seu blog? é ótimo.
Excluir