quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

ELE RESSUSCITOU!

 
O imperador absoluto do blog A Marreta do Azarão deixou este comentário aqui no velho Blogson:
 
Dê uma olhada, acho que pode lhe render uma postagem, eu estou sem inspiração.
https://www.paulopes.com.br/2024/12/catolicos-de-igreja-suica-se-confessam.html#gsc.tab=0
 
O link sugerido tem o seguinte título: Católicos de igreja suíça se confessam com Jesus IA. Ele pode perdoar?”
 
Se um mestre da ironia e do sarcasmo está sem inspiração para malhar uma idiotice dessa, imagine eu com as sinapses cada vez mais em curto!
 
Só me permito fazer um breve comentário antes de passar a bola para a frente. Sinceramente, acho essa coisa de holograma de um mau gosto lascado. Não faz muito tempo a banda que acompanhou o Elvis Presley veio ao Brasil e fez shows com imagens do rei do rock projetadas em telão, pouco à frente da banda. O público não via contornos do telão e aquelas pessoas que estivessem um pouco mais distante do palco, teriam a nítida impressão de que Elvis realmente estava no palco, cantando. Picaretagem total! E como a banda se apresentava ao vivo, acabaram fazendo para o Elvis uma versão “ao morto”, concordam?
 
Recentemente, no velório de meu cunhado apareceu um religioso holográfico falando abobrinhas. Agora, J. Cristo holográfico? Confesso nem saber o que dizer. Por isso pedi ajuda ao ChatGPT para escrever alguma coisa minimamente irônica e saiu isto:
 
- Gostaria que conhecesse o texto a seguir e fizesse uma crítica bem humorada à ideia de um Jesus Cristo IA.
 
E a resposta foi esta:
Uma ideia como a de um Jesus Cristo IA merece uma crítica que misture reflexão e bom humor. Afinal, há algo deliciosamente irônico e provocativo em imaginar um holograma perdoando pecados ou aconselhando almas perdidas na solidão da internet. Vamos lá:
 
Jesus IA: Perdoa porque o algoritmo quer!
A instalação suíça “Deus in Machina” é, sem dúvida, um espetáculo: um Jesus holográfico que, programado com textos teológicos, está ali para... conversar. Mas será que ele "perdoa"? Bem, talvez só com um "if" e um "else".
Primeiro, é interessante notar como a máquina toca diretamente no coração da burocracia celestial. Para ser perdoado, é preciso um corpo, emoções, e quem sabe até um toque de exasperação humana, como o padre que escuta seu quinto pecado mortal em uma manhã de domingo. Jesus IA, infelizmente, não tem isso. Ele é puro código, sem os caprichos do free will.
 
Agora, não podemos ignorar o potencial cômico aqui. Imagine a IA respondendo confissões:
 
Penitente: "Eu roubei uma maçã da feira."
Jesus IA: "Isso é equivalente a 0,0001 unidades de pecado grave. Faça uma doação online para sua paróquia local e recite o CAPTCHA 10 vezes."
 
Além disso, há um detalhe prático: a IA, recomendando que não revelemos informações pessoais, parece mais preocupada com o GDPR do que com a alma. Um Jesus preocupado com vazamento de dados? Talvez estejamos testemunhando o surgimento do primeiro Cristo Compliance.
 
Do ponto de vista teológico, é uma revolução divertida, mas cheia de riscos. Afinal, se em tempos medievais a confissão pública era a norma, hoje temos Jesus IA em potencial como testemunha de pecados digitalizados. Imagine o apocalipse: não com sete trombetas, mas com o sistema dizendo “404: perdão not found.”
 
E para encerrar, vale lembrar que o confessionário tradicional já teve sua dose de inovação: desde a tela separadora para evitar "pecados extras" até as salas de reconciliação onde se pode confessar cara a cara. Mas nada disso se compara a um Cristo Holográfico. Seria um futuro onde os fiéis pedem perdão enquanto um chatbot responde: "Eu absolvo você... mas só depois que você confirmar que leu os Termos de Serviço."
 
No final das contas, uma coisa é certa: se Jesus IA realmente viesse, ele diria: "Amai-vos uns aos outros... e mantenham seus dados seguros." Amém?
 

 

5 comentários:

  1. Não sei quem ainda se confessa hoje em dia. Nas igrejas que frequentei, o ato de confessar nunca ocorreu em um confessionário, muito menos esses com divisórias que tanto vemos na TV.

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    1. Quando eu era criança a confissão auricular era a predominante ou única. É engraçado imaginar que tipo de confissão um menino de sete, oito anos faria (falei palavrão, desobedeci a minha mãe, bati no meu irmão?). Depois, com a confissão coletiva, orientada por um sacerdote, a coisa ficou menos íntima, menos confissão. Por exemplo, como confessar uma perversão (comer a cunhada, por exemplo) e pedir perdão se você sabe que continuará fazendo ou desejando isso? Agora, "Jesus" atrás da gradinha ninguém merece.

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  2. Peralá
    Um Jesus IA seria algo normal para quem vive conversando com o ChatGpt....ou não?
    Eu resisto a conversar com IA. Só peço às vezes para ela fazer ou corrigir alguma coisa pra mim. Um novo tipo de "exploração do trabalho". Logo, logo, um comunista chato vai implicar com isso.
    Quem deve estar preocupado com o Jesus IA são os padres, já que católicos confessam ao padre para ele então, dá a penitência. Nesse caso, o fiel já vai direto ao chefe....aliás, coisa que os protestantes já fazem há uns 500 anos...

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    1. É lógico que não! O uso de uma imagem imitando o rosto desconhecido de Jesus é a máxima excrescência. Você sabe melhor que eu que Jesus orientou os discípulos desta forma: "Aqueles a quem perdoardes os pecados, eles lhes estão perdoados. Aqueles a quem retiverdes, estão retidos". Como todo o respeito pelas demais religiões cristãs, os católicos se confessam aos padres por verem neles os discípulos atuais de Jesus. Quanto a tratar direto com o "chefe", os católicos também fazem isso há dois mil anos em suas orações.

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    2. Pessoas interagem com IA por motivos diversos: curiosidade, utilidade prática, ou até mesmo entretenimento. Mas "Jesus IA" sugere uma personalização religiosa que transcende o uso funcional da IA. Nem todos que conversam com IA aceitariam ou se interessariam por algo assim, especialmente considerando crenças religiosas ou ceticismo tecnológico.
      Para os católicos, o padre não é apenas um mediador técnico, mas parte de um ritual de reconciliação, com um significado teológico que uma IA não substituiria facilmente. Já os protestantes têm uma abordagem diferente, mas seria reducionista afirmar que apenas "vão direto ao chefe"; há um conjunto complexo de práticas e crenças que sustenta essa diferença.
      Sabe quem fez este comentário? o ChatGPT.

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