sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

QUANDO OS FILHOS VOAM - ANÔNIMO

 
Quando nossos filhos ainda eram crianças, minha sogra me disse um dia que bom é quando os filhos são pequenos, pois ao trancar a casa você sabe que todos estão em segurança. Achei graça no comentário, mas depois percebi como era verdadeiro aquele comentário!
 
Há muito tempo nossos filhos já alçaram voo, casaram-se, tiveram filhos, mudaram de cidade, mas eu ainda guardo a sensação do ninho vazio. Sempre sinto sua falta, morro de medo quando dizem que vão viajar e morro de alívio quando retornam sãos e salvos. Talvez – ou certamente – eu tenha mais carência afetiva que a maioria das pessoas, masnessas horas a razão sempre é atropelada pela emoção.
 
Um dia acontecerá comigo como na piada em que o marido diz para a esposa: - “Me use, pois eu estou acabando”. Um dia talvez sejam eles que sintam a minha falta, mas espero que não tanto quanto eu sinto deles. Comecei esta conversa piegas para apresentar um texto que li no Facebook. Talvez agrade aos que tem filhos adolescentes. E não vou identificar o autor, pois se antes eu já ficava cabreiro com a autenticidade do que lia, agora que o Zukinha deixou claro que não está nem aí para fake news, menos ainda tenho vontade de dizer quem é seu provável autor. E o título do texto que copiei do Facebook é “Quando Os Filhos Voam”. Lêaí.
 
Sei que é inevitável e bom que os filhos deixem de ser crianças e abandonem a proteção do ninho. Eu mesmo sempre os empurrei para fora. Sei que é inevitável que eles voem em todas as direções como andorinhas adoidadas.
Sei que é inevitável que eles construam seus próprios ninhos e eu fique como o ninho abandonado no alto da palmeira…
Mas, o que eu queria, mesmo, era poder fazê-los de novo dormir no meu colo…
Existem muitos jeitos de voar. Até mesmo o voo dos filhos ocorre por etapas. O desmame, os primeiros passos, o primeiro dia na escola, a primeira dormida fora de casa, a primeira viagem…
Desde o nascimento de nossos filhos temos a oportunidade de aprender sobre esse estranho movimento de ir e vir, segurar e soltar, acolher e libertar. Nem sempre percebemos que esses momentos tão singelos são pequenos ensinamentos sobre o exercício da liberdade.
Mas chega um momento em que a realidade bate à porta e escancara novas verdades difíceis de encarar. É o grito da independência, a força da vida em movimento, o poder do tempo que tudo transforma.
É quando nos damos conta de que nossos filhos cresceram e apesar de insistirmos em ocupar o lugar de destaque, eles sentem urgência de conquistar o mundo longe de nós.
É chegado então o tempo de recolher nossas asas. Aprender a abraçar à distância, comemorar vitórias das quais não participamos diretamente, apoiar decisões que caminham para longe. Isso é amor.
Muitas vezes, confundimos amor com dependência. Sentimos erroneamente que se nossos filhos voarem livres não nos amarão mais. Criamos situações desnecessárias para mostrar o quanto somos imprescindíveis. Fazemos questão de apontar alguma situação que demande um conselho ou uma orientação nossa, porque no fundo o que precisamos é sentir que ainda somos amados.
Muitas vezes confundimos amor com segurança. Por excesso de zelo ou proteção cortamos as asas de nossos filhos. Impedimos que eles busquem respostas próprias e vivam seus sonhos em vez dos nossos. Temos tanta certeza de que sabemos mais do que eles, que o porto seguro vira uma âncora que os impede de navegar nas ondas de seu próprio destino.
Muitas vezes confundimos amor com apego. Ansiamos por congelar o tempo que tudo transforma. Ficamos grudados no medo de perder, evitando assim o fluxo natural da vida.
Respiramos menos, pois não cabem em nosso corpo os ventos da mudança.
 

2 comentários:

  1. Quando me refiro ao quarto da minha filha, é sempre como o quarto da filha. Não há volta a dar. Eles voam, como nós voámos. É a lei da vida.
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    Feliz fim de semana. Muita Saúde, Paz e Amor.
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    Poema: “ Olhos, Espelhos da Emoção “
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