Quantas escolhas erradas já fizemos, quantas decisões
equivocadas já tomamos durante a vida? Talvez a estatística ou outra ciência possam
explicar que quanto mais longa nossa vida for, mais chances teremos de errar, pois
diariamente, a cada hora, quase a cada minuto somos forçados a tomar decisões
de que eventualmente nos arrependeremos depois.
E sempre fica na boca aquele gosto amargo do arrependimento quando no cérebro surge aquela terrível pergunta “E se ...?" Por conta disso e
por já ter errado – e me arrependido – centenas de vezes, resolvi desconstruir e brincar com “If”,
o famosésimo poema de Rudyard Kipling, ao transformar um conselho ou “receita”
moral, uma previsão do que poderá acontecer, em uma espécie de lamentação pelo
que já ocorreu. Falta do que fazer? Claro, por que não?
Se tivesses sido capaz de manter a tua calma
quando todo o mundo ao teu redor já a tinha perdido e te culpava; de crer em ti
quando todos duvidavam, e para esses no entanto achar uma desculpa; se tivesses
sido capaz de esperar sem te desesperares, ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
ou, sendo odiado, sempre ao ódio tivesses te esquivado, e ainda assim não
parecer bom demais, nem pretensioso; se tivesses sido capaz de pensar –sem que
a isso só te atirasses, de sonhar – sem fazer dos sonhos teus senhores; se
encontrando a desgraça e o triunfo tivesses conseguido tratar da mesma forma a
esses dois impostores; se tivesses sido capaz de sofrer a dor de ver mudadas em
armadilhas as verdades que disseste, e as coisas, por que deste a vida,
estraçalhadas, e refazê-las com o bem pouco que te restasse; se tivesses sido
capaz de arriscar numa única parada tudo quanto ganhaste em toda a tua vida, e
perder e, ao perder, sem nunca ter dito nada, resignado, tornar ao ponto de
partida; de forçar coração, nervos, músculos, tudo a dar seja o que fosse que
neles ainda existisse, e a persistir assim quando, exaustos, contudo restasse a
vontade em ti que ainda ordenasse: "persiste!"
Se tivesses sido capaz de, entre a plebe, não
te corromper e, entre reis, não perder a naturalidade, e de amigos, quer bons,
quer maus, tivesses te defendido; se a todos tivesses podido ser de alguma
utilidade, e se tivesses sido capaz de dar, segundo por segundo, ao minuto
fatal todo o valor e brilho, tua teria sido a Terra e tudo o que nela existe, mas
de realidades alternativas o inexistente inferno está cheio, pois “se” no
passado, presente ou futuro só exprime o que poderia, pode ou poderá acontecer.
E isso nunca levou, leva ou levará ninguém a lugar nenhum.
E se... o Brasil não tivesse reeleito o ladrão ditador? Veja que orgulho, senhor, o governo democrático e conciliador que tanto quis.
ResponderExcluirhttps://revistaoeste.com/politica/imparcialidade-da-justica-criminal-do-brasil-e-a-2a-pior-do-mundo-diz-estudo/
Oi, Nelson prazer ver seu comentário aqui neste blog mambembe! O que posso te dizer é que não considero o Lula um ditador. Preocupa-me o fato de quando ele não der mais as cartas no PT. Aí eu realmente temerei uma venezuelização das intenções petistas. Até lá estarei tranquilo. Quanto ao fato de ser ou não ladrão só posso dizer que lamento profundamente que as provas reunidas contra ele de forma irregular tenham sido anuladas. Mas me alegro que um boçal com alma e gana de ditador não tenha sido reeleito. Para te deixar tranquilo, mesmo que eu não tenha mais obrigação de votar, talvez eu reveja com cuidado a necessidade de votar para presidente, mas JAMAIS em candidato de extrema direita ou extrema esquerda.
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