quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

BONECÃO DO POSTO

 
Nunca soube e agora sei menos ainda falar bonitezas como sabe fazer o titular do blog A Marreta do Azarão. O problema é que ele assestou seu armamento pesado em uma direção onde “por coincidência” (claro, só por coincidência) eu estava. Além disso. simplificou para JB o nome “João Bobo”, outra coincidência danada. E fez isso mirando sua metralhadora rotativa para atingir todos os JBs, todos os "Joões Bobos" que votaram no Lula. O problema que surge quando gasta sua (dele!) munição de forma indistinta é que mata ou fere (talvez seja melhor mudar para “pega”, para não ficar tão dramático) os que não se enquadram no modelo que defende, nas “flags” que empunha.
 
É claro que falo apenas por mim, pois estou pouco me fodendo para quem ama o Lula e o PT. Eu não amo o Lula e, sinceramente, odeio o PT. Mas votei no Lula para ajudar com meu mísero e irrelevante voto a impedir a reeleição de um idiota radical. Eu sou uma metamorfose ambulante (mesmo que não suporte mais ouvir músicas do Raul Seixas), sou um invertebrado ideológico, sempre fui. E o motivo sempre foi imaginar qual candidato seria melhor naquele momento para o povo, mesmo que não necessariamente para mim.
 
Por isso votei no Lula contra o José Serra, votei no Alckmin contra o Lula, votei no José Serra contra a Dilma, votei no Aécio contra a Dilma, votei no Bolsonaro (veja você!) contra o Haddad e no Lula contra o Bolsonaro. Percebeu como eu me comportei como um “bonecão do posto” ideológico? Mas não como um “João Bobo”, pois eu sempre vejo as eleições como “escolhas de Sofia” sem a carga de dramaticidade e tragédia exibidas no filme de mesmo nome. Ou seja, eu não quero votar no candidato X, mas sinto-me obrigado a votar nele para impedir que o candidato Y seja (re)eleito.
 
Há pessoas que não tem esse tipo de pensamento, esse comportamento, mas eu sempre me debati entre dois candidatos que eu eventualmente detestava, pois para não anular voto eu tentava votar no menos pior.
 
Nesta época triste em que vivemos, sufocado por despesas que não estou conseguindo suportar sem o auxílio dos filhos, eu penso assim: qual candidato está mais de acordo com meus valores, qual se preocupa com o futuro da humanidade? Pode parecer ou ser um puta romantismo de minha parte, mas não consigo votar em quem desdenha ou duvida da crise climática que já está mordendo os calcanhares de TODOS os habitantes do planeta. Também não consigo votar em quem duvida ou descrê da Ciência e das vacinas, muitas vezes por puro preconceito ou ignorância mesmo. Outro tipo de gente que desejo manter fora da cadeira de presidente da república são os radicais, sejam eles políticos ou religiosos.
 
Por ser elitista eu consigo conviver bem com quem é ignorante, mas não suporto e até desprezo gente burra. Mas parece que essa minha visão desagrada ou não é entendida pelos fundamentalistas de qualquer cor ou credo. E só para assustar um pouco, eu votaria no Haddad contra o Lula e no Ronaldo Caiado contra o Bozo. Ou melhor, eu votaria em QUALQUER candidato contra o Bozo. E isso nunca mudará.

2 comentários:

  1. Como disse certa filósofa petista, que disse que via uma lógica no assalto - o cabra não tem a coisa que ele quer aí ele vai lá e rouba - muito lógico! vejo lógica no que diz, verdade, sem brincadeira, pois é um pouco da lógica que eu mesmo uso. Porém, votar em Lula para não eleger Bolsonaro foi uma coisa que não fiz em 22: votei em branco. Porém, já tinha votado em Bolsonaro contra Hadadd-com-máscara-de-Lula-na-cara.
    Talvez meu principal problema com Bolsonaro foi como ele se comportou na pandemia e esse afã inútil de ficar dizendo que as urnas podem ser falsificadas (isso dito para embaixadores estrangeiros em reunião!) sem mostrar uma única prova.
    Eu tenho mais ou menos minha inclinação política-ideológica. Estou mais para o centro, hora caindo um pouco para a esquerda, hora caindo um pouco para a direita, e na medida do possível, evitando os dois extremos. Uma posição bem clara e definida...

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    1. Eu sou exatamente assim , por isso o título bonecão do posto. E já expressei essa verdade em muitas vezes. Isso parece incomodar todos os que têm posições muito rígidas. Quando eu ainda votava eu nunca aceitei anular voto nem votar em branco. Por isso sempre tenter enxergar o menos pior para o povo. E o Bozo foi demonstrando seus preconceitos inconcebíveis e "certezas" imutáveis. O caso do atraso na compra das vacinas definiu o que sinto por ele (que parece o que sinto pelo Trump) e a certeza de que NUNCA MAIS votarei nele.

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QUE TRIO!

  Li 1984 quando Mao Tse Tung (ou Mao Zedong) ainda governava a China, a Guarda Vermelha espalhava paranoia e a população vivia na miséria....