Houve um tempo, quando ainda éramos muito
jovens e com pouco tempo de casados, que minha mulher e eu viajávamos com sua
irmã e seu então marido para Três Marias, onde ficávamos hospedados em uma casa
agradabilíssima e com quintal enorme (10.000 m²). Era um lugar super tranquilo
e isolado, ao lado de um bosque de pinheiros e distante da área urbana.
Ficávamos lá jogando conversa fora, ouvindo música (ele fã dos Rolling Stones e
eu fã dos Beatles), às vezes pescando na beira do Rio São Francisco, outras
vezes fazendo churrasco e queimando madeira enquanto conversávamos até tarde da
noite.
Um dia esse casal se separou e passamos a nos
encontrar com esse ex-cunhado/concunhado em raríssimas vezes, mas sempre com o
mesmo sentimento de amizade cultivado na época do convívio quase diário. Hoje, inesperadamente, recebi desse amigo e
ex-concunhado um texto muito legal que, segundo ele, fez com que se lembrasse
de mim. E é este texto que compartilho agora com os leitores do Blogson.
Há um silêncio que chega com os anos, e ele
não é feito apenas da ausência de ruídos, mas da transição suave entre o que
éramos e o que nos tornamos. Aos 60, você começa a sentir a sutileza do
distanciamento. A sala que antes pulsava com suas ideias agora parece cheia de
vozes que não pedem mais sua opinião. Não é uma rejeição, é o ritmo da vida. É
quando aprendemos que nossa contribuição não está no presente imediato, mas nos
rastros que deixamos nos corações e mentes ao longo do caminho.
(11/12/24)
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