Houve um tempo, quando ainda éramos muito
jovens e com pouco tempo de casados, que minha mulher e eu viajávamos com sua
irmã e seu então marido para Três Marias, onde ficávamos hospedados em uma casa
agradabilíssima e com quintal enorme (10.000 m²). Era um lugar super tranquilo
e isolado, ao lado de um bosque de pinheiros e distante da área urbana.
Ficávamos lá jogando conversa fora, ouvindo música (ele fã dos Rolling Stones e
eu fã dos Beatles), às vezes pescando na beira do Rio São Francisco, outras
vezes fazendo churrasco e queimando madeira enquanto conversávamos até tarde da
noite.
Um dia esse casal se separou e passamos a nos
encontrar com esse ex-cunhado/concunhado em raríssimas vezes, mas sempre com o
mesmo sentimento de amizade cultivado na época do convívio quase diário. Hoje, inesperadamente, recebi desse amigo e
ex-concunhado um texto muito legal que, segundo ele, fez com que se lembrasse
de mim. E é este texto que compartilho agora com os leitores do Blogson.
Há um silêncio que chega com os anos, e ele
não é feito apenas da ausência de ruídos, mas da transição suave entre o que
éramos e o que nos tornamos. Aos 60, você começa a sentir a sutileza do
distanciamento. A sala que antes pulsava com suas ideias agora parece cheia de
vozes que não pedem mais sua opinião. Não é uma rejeição, é o ritmo da vida. É
quando aprendemos que nossa contribuição não está no presente imediato, mas nos
rastros que deixamos nos corações e mentes ao longo do caminho.
(11/12/24)
Poxa, até fiquei um pouco emocionado com esse texto. É um texto bem sábio. Li certa vez que o nosso grande problema é que demoramos muito para alcançar um pouco de sabedoria, e quando ela chega, tá na hora de irmos embora.
ResponderExcluirEu não sei bem mas me parece que antigamente a velhice era mais valorizada no Brasil. As imagens das nossas avós e avôs eram figuras marcantes e adoradas.
Lá pelos anos 90 parece que a extrema valorização da juventude deixou os velhos de lado. Começou a corrida insana pela juventude eterna...plásticas, cremes, ginásticas.
O velho na cultura oriental sempre foi mais valorizado.
Devo dizer que nada tenho contra plásticas, cremes e ginásticas. eu mesmo uso hidratantes e faço ginástica. E ainda assim uma coisinha ali e aqui teima em aparecer no corpo.
A vida é movimento. Precisamos nos mexer, coisa que há cada década ficou tão comprometida com nossos carros, controles remotos e excesso de trabalho.
Eu sempre gostei de me movimentar, desde a adolescência. Mas isso era típico dos jovens dos anos 70. Entrei para a Marinha onde o exercício físico é componente da carreira.
Enfim, vamos ficar velhos, vamos ficar mais sábios e vamos nos movimentar até o último dia.