quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

CASUAR

 
Algumas pessoas parecem ter uma inesgotável capacidade de decepcionar aqueles que não os seguem bovinamente. Adivinhou de quem estou falando? Vou dar uma pista: creio que a título de piada, ofereceu cloroquina para as emas do Palácio da Alvorada. Captou? Pois é, acho uma pena que aqui não seja a Austrália e que as emas não sejam casuares, mas tudo bem.

Para poupar o tempo gasto em pesquisa dos leitores, aqui uma rápida definição do casuar (National Geographics): o casuar é uma ave nativa da Oceania que chega a medir 1,70m e pesar 60 kg. Não voa e pode correr a 50 km/h. Por seu temperamento agressivo é considerada a ave mais perigosa do mundo, já tendo sido registrados casos de ataques e mortes a humanos. 
“Por ser grande e robusto – só perde em tamanho (altura e peso) para os avestruzes e os emus – o casuar pode causar um grande estrago em sua presa quando ataca. Além disso, as garras que possuem nas patas têm até 12 centímetros de comprimento e, com suas pernas compridas, o animal costuma correr para se defender ou avançar sobre a presa”. (Obrigado, NatGeo!)
 
E o que está pegando agora? O silêncio pela premiação merecidíssima da Fernanda Torres. E por que "ele" não comentou ou elogiou a premiação de um filme brasileiro nas terras do Donald Trump? Bom, parece que o motivo pode ser dor de corno antiga, rancor conservado em geladeira.
 
Graças à divulgação de notícias sobre o troféu abiscoitado pela filha da Fernanda Montenegro, acabei descobrindo algumas coisas sobre “ele” (estou tentando não dizer o nome) em um artigo muito mal escrito, mas cheio de novidades que eu desconhecia. Eu falei em dor de corno e rancor mantido sob refrigeração, não é? Então segura aí:
 
“Pela parte do ex-presidente Jair Bolsonaro o sentimento pelo ex deputado Rubens Paiva é de ódio - recheado de ataques pessoais. Com sucesso de Ainda Estou Aqui, filme que conta a história do desaparecimento de Rubens, o atrito entre os dois foi relembrado. Bolsonaro passou parte de sua adolescência em Eldorado Paulista, no vale do Ribeira, cenário em que a família Paiva teve influência. O pai de Rubens, Jaime Paiva, era um “coronel” local e foi eleito deputado duas vezes (...)A família era proprietária da fazenda Caraitá e seu poder aquisitivo permitia que eles liderassem a economia e a vida social no município.
 
Bolsonaro nasceu de uma família humilde (...) Em sua biografia Mito Ou Verdade: Jair Messias Bolsonaro, escrita pelo seu filho Flávio Bolsonaro, o político afirma que as diferenças de classes o incomodavam e que ‘parte considerável do território da cidade de Eldorado Paulista era de domínio particular, uma fazenda enorme chamada Caraitá – que hoje seria um latifúndio’. (...) Além disso, o ex-presidente retratava os filhos de Rubens como jovens privilegiados que desfrutavam de luxos inacessíveis”.
 
Captou o rancor e a inveja que provavelmente o consumiram pelo desnível sócio-econômico que deve ter engolido durante a infância e juventude? Pois é...
 
Foi provavelmente essa inveja e rancor represados que o levaram a mais esse motivo para ser desprezado: durante a inauguração na Câmara dos Deputados de um busto em homenagem ao ex-deputado Rubens Paiva e estando presentes os filhos e a viúva, o então inexpressivo deputado  aproximou-se e cuspiu na estátua, chamando o homenageado de “comunista” e “vagabundo”. Essa atitude abjeta foi relatada nas redes sociais pelo neto do ex-deputado torturado e morto durante a ditadura.
 
Só falta agora "ele" também chamar os atores e o diretor de comunistas e vagabundos. Mas, em nome do bom senso, deve pelo menos poupar o diretor Walter Salles dessas ofensas, pois seu nome completo é Walter Moreira Salles e é filho do fundador do Unibanco. E acho que não soa bem chamar de comunista o décimo brasileiro mais rico, dono de uma fortuna de 25,6 bilhões de reais.
 
Uma boa alternativa seria fazer terapia para entender e curar todo o ódio e destempero verbal que está acostumado a exibir. Isso o ajudaria também quando for condenado e preso (e talvez cuspido). E pensar que eu votei nele quando foi eleito presidente da república!


Piada: seria perfeito se o busto do Rubens Paiva tivesse sido esculpido em mármore Carrara. Assim, a cusparada do bolsonazi seria uma aula prática de expressão popular. Alguém poderia reagir, dizendo:
- Olha só, cuspido e escarrado!
Mas alguém mais culto corrigiria:
- O certo é "esculpido em Carrara".
Todo mundo riria do trocadilho e o Bozo sairia com cara de cachorro que peidou na igreja, sem saber de que e por que estavam rindo. 

4 comentários:

  1. Marcelo Rubens Paiva é um eterno urubu a viver da tragédia ocorrida com o pai. Uma escrita limitadíssima.
    E veja o seu presidente democrata, senhor :
    https://oantagonista.com.br/brasil/pt-mst-e-governo-brasileiro-presentes-na-posse-do-ditador-maduro/
    És bem como dizem : o macaco senta em cima do próprio rabo e zomba do rabo do outro.
    Parabenizo-o mais uma vez pela sábia escolha de vosso presidente.

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    1. Concordo com seu comentário, mas outro dia, conversando com um direitista convicto mas sereno e não radical, critiquei o fato do Lula ter ficado na moita no caso de Maduro. E ele, mesmo sendo de direita, respondeu que isso é pragmatismo, pois a Venezuela tem petróleo. E lembrou que os EUA sempre agiram pragmaticamente, apoiando ou fomentando ditaduras ao redor do mundo. Só faltou dizer "business is business". E eu, um moderado e ignorante político (agora órfão do quase extinto PSDB), tive de concordar. Mas que é uma filhadaputagem, é. Ah, já ia me esquecendo do bolsonazi. Entenda bem, eu jamais votarei em políticos de extrema direita ou extrema esquerda. A Gleisi pode até ser radical, mas onão considero o Lula de extrema esquerda. Entretanto, o Bozo é de extrema direita. E NUNCA MAIS receberá meu voto. Nem ele nem ninguém de sua laia. Fui claro? Em tempo: eu adoro seus comentários!

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  2. Veja bem, nenhuma Ema do Planalto teve Covid, exatamente por ter tomado a Cloroquina oferecida pelo Mito...

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