Há muito tempo eu sou visto pela maioria das pessoas que me conhecem como o “gente boa”, divertido e educado, sempre de alto astral, pacífico, culto e inteligente (verdade!), que nunca discute nem entra em brigas. Talvez alguns estranhem o fato de ficar isolado em festas, de nunca me sentar em mesa de bar e coisas assim, mas tento disfarçar essa falta de vontade de conviver com a maioria das pessoas que conheço. Entretanto, algumas notícias de que fico sabendo fazem com que um urso feroz que hiberna dentro de mim se liberte. Aí eu fico furioso, puto, putíssimo da vida. E já que eu falei em urso, vou reproduzir uma historinha simpática, um “case” de sucesso. Transcrevendo:
Hoje, por exemplo, eu sou o rei da gentileza e cordialidade. Sorrio para desconhecidos, seguro a porta do elevador até que todos entrem ou saiam, agradeço o atendimento que estiver recebendo, pergunto o nome de quem me atende, conto piadinhas, estou sempre de bom humor e tento fazer rir conhecidos e desconhecidos falando mal de mim ou ao contar minhas mazelas, reclamar da “idade do condor”, etc. Resumindo, sou um anjo de candura, o idoso mais fofinho que alguém pode encontrar (mas você lá e eu aqui, OK?)
Só que esse comportamento cortês é falso ou quase isso, mesmo
que me traga o maior prazer. Na verdade, eu não sou um “ursinho fofinho”, sou
um urso que teve a hibernação interrompida, daqueles que caminham silenciosos
pela floresta e, de repente, atacam sem aviso. Um ogro turrão e mal humorado,
que ri de si mesmo e das pessoas que acreditam em suas boas qualidades.
E foi esse o urso libertado depois de ler a
notícia de que no Rio de Janeiro seis pessoas que receberam órgãos
transplantados contraíram HIV. Dá para imaginar uma tragédia dessas? E há
detalhes mais sórdidos. Segundo a notícia, o laboratório tinha emitido
atestados de segurança dos órgãos. Ok, falhas humanas podem acontecer, mas
parece que o buraco é mais embaixo. Transcrevendo:
A Vigilância Sanitária fiscalizou o
laboratório, mas não encontrou nenhum kit para teste de HIV. Os fiscais pediram
a numeração dos testes já realizados e a nota fiscal de compra dos kits para
analisar se havia algum erro de fabricação nos lotes. Mas o laboratório não entregou nenhum documento comprovando a compra
dos itens. A polícia investiga se os testes foram realmente feitos.
Quer mais? Segundo o
jornal O Globo, “Laudo de órgão doado com
HIV tinha registro de biomédica de São Paulo, que nunca trabalhou no Rio”.
Só mais um pouquinho:
o laboratório
PCS era o responsável por esses testes no
estado do Rio. E foi ele, logicamente, que fez os testes e
liberou os órgãos para as cirurgias.
E agora é para acabar: um dos
sócios dessa birosca é primo do ex-secretário estadual de Saúde, agora deputado
federal pelo PP. Transcrevendo:
O laboratório foi contratado três meses
depois da saída de Dr. Luizinho da secretaria. A contratação para análises para
transplantes foi feita em dezembro de 2023, em um pregão, por R$ 11 milhões.
Fala sério, tem ou não tem cheiro de putaria esse episódio trágico? Eu sinceramente torço para que isso seja apenas uma “comédia
de enganos”, mas aqui não é a Escócia, aqui a escória se espalha por todos os
lugares. Por isso, o ogro, o urso raivoso que hiberna dentro de mim sonha e
defende as chibatadas da Indonésia, a prisão perpétua, a pena de morte, a lex talionis
para combater e punir crimes hediondos ou cometidos por gente filha puta.
"Há muito tempo eu sou visto pela maioria das pessoas que me conhecem como o “gente boa”, divertido e educado, sempre de alto astral..."
ResponderExcluirAhahahahahahahahAhahahahahahahahAhahahahahahahah AhahahahahahahahAhahahahahahahahAhahahahahahahah AhahahahahahahahAhahahahahahahahAhahahahahahahah AhahahahahahahahAhahahahahahahahAhahahahahahahah AhahahahahahahahAhahahahahahahahAhahahahahahahah AhahahahahahahahAhahahahahahahahAhahahahahahahah AhahahahahahahahAhahahahahahahahAhahahahahahahah
Você ri (e não sei por que ri), mas é a pura verdade. Já disse que não minto no blog, também já disse que me joguei no blog sem rede de proteção e que o blog é uma espécie de terapia para mim. Mas "ao vivo e a cores" eu sou completamente diferente, um camaleão especializado em fazer com que as pessoas gostem de mim, que se simpatizem comigo. Meus filhos e minha mulher têm uma visão do que realmente eu sou, mas cunhados, vizinhos, amigos, colegas de serviço e gente humilde desconhecida acham que eu sou o cara mais gentil e amistoso, pois eu faço questão de me comportar assim. Mas meu nível de empatia é próximo do zero.
ExcluirJotabê, o ursinho Pooh? Pãããâãta....
ResponderExcluirNão, não mesmo!
ExcluirNão conhecia essa história do Teddy Bear, muito interessante. Eu nem conhecia esse urso...urso só conheço mesmo o Zé Colméia e o Pool, aquele que fizeram um filme de terror expondo o lado sombrio do "fofinho". Será que o amigo Jotabê mereceria um filme assim??
ResponderExcluirCara, nem me fala desse caso absurdo dos órgãos com HIV. A que ponto chegamos. Ouvi que um dos diretores tinha implantado menos rigidez nas análises e maximização dos lucros.
Sim, merecia uma boa cadeira elétrica.
Creio que foi na década de 1960 ou início de 1970 que eu conheci as HQs do Pu ou Puf e de seus amigos (uma versão careta das histórias do Calvin), publicadas nas revistinhas da Disney. Nunca achei muita graça na interação de um menino com seus brinquedos de pelúcia (Pooh, um tigre, um burro, um coelho, etc.). Se quiser saber mais da história original, siga este link: https://imagenshistoricas.com.br/ursinho-pooh/
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