sábado, 8 de maio de 2021

MATA CILIAR

 
Se existem duas pessoas muito preocupadas com o desmatamento somos eu e o simpático ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles. No caso dele, suspeito que seja da área de Exatas, pois, fundamentalista roxo como é (perdão, eu queria dizer “verde e amarelo”), deve ter um entendimento literal do que “meio” quer dizer. Para ele, só deve significar metade do todo. Ou seja, só quer ou consegue enxergar metade do pepino que teria por obrigação descascar. Mas com Jotabê a coisa muda de figura, pois esse ecologista renomado consegue ter uma visão abrangente (e pleonástica) das duas metades da laranja, pois sempre soube que dois e dois são cinco.
 
Movido por essa preocupação com o desmatamento, Jotabê começou a estudar as matas ciliares. Como todo mundo sabe, mata ciliar é o nome que se dá à absurda quantidade de cílios postiços que a cantora de funk Poca exibiu 24 horas por dia durante o BBB21. Aquilo lá era uma floresta de cílios! Essa expressão às vezes também é utilizada para designar a vegetação que cresce às margens de rios e lagos e que ajuda a combater e prevenir a erosão que um solo seco e gretado provocaria (acho que isso ficou bonito!).

Justamente por isso e de olho no olho da Poca (e em outros atributos da funkeira), Jotabê tomou uma decisão radical: a partir de agora, contra tudo e contra todos, porá a mão na massa, enfiará o pé na jaca, chutará o balde, mergulhará de cabeça, enfrentará o problema de peito aberto e todos os demais clichês que existirem, pois combaterá a erosão com o cultivo de uma mata ciliar cada vez mais exuberante.
 
Como não tem nenhum rio para proteger, nem mesmo um rio de janeiro ou riacho do navio (aquele que corre para o Pajeú), resolveu combater a erosão em seu próprio rosto. “Como assim?”, perguntarão atônitos seus amigos virtuais. Elementar, meu caro water son!
 
Como já foi dito aqui no velho Blogson, o rosto de Jotabê deve ter sido projetado com o auxílio de um túnel de vento, o que lhe conferiu feições com baixíssimo coeficiente aerodinâmico (também chamado de “coeficiente de arrasto”). O problema é que essa alta tecnologia começou a causar problema à medida que o material foi envelhecendo. Qual material? A pele, lógico! Ou alguém acha que Jotabê é um cyborg, um homem de seis milhões de dolos?

Assim, esse coeficiente de arrasto está cada vez mais arrastando a pele do rosto para baixo. Já vejo até o dia em que coçarei simultaneamente o queixo e o umbigo com a mesma mão - e de uma só vez! Por isso, resolvi deixar crescer uma mata ciliar não postiça no rosto, só para combater a erosão causada pelo tempo, tempo, tempo, tempo. E, podem acreditar, precisei vencer duas grandes resistências. A primeira é meu TOC de longo alcance, pois pretendia deixar novamente crescer a barba só quando tivesse oitenta anos - e se ainda estivesse vivo! (deixei com 20, 42 e 65 anos, entendeu?). E a segunda objeção veio de minha mulher, que não gostou quando lhe falei de minha decisão, pois pressinto que seu pensamento tenha sido este: “para trocar merda por merda, deixe como está”.



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