Eu acredito já ter falado sobre isso aqui no
Blogson pelo menos umas duas vezes. E o “isso”
é a preservação da memória de pessoas falecidas. As pessoas comuns, aquelas que
nunca serão famosas, que nunca se distinguiram em nada, que nunca foram
protagonistas de grandes momentos históricos, aquelas anônimas que representam
mais de 99% da população mundial nunca serão lembradas em livros de história,
não terão bustos em praça pública nem discos gravados ou filmes guardados em
cinematecas.
Infelizmente, por mais simpáticas, inteligentes,
divertidas que sejam essas pessoas, seu destino é ser rapidamente esquecidas,
virar “poeira de estrelas” depois de morrer, o que venhamos e convenhamos é uma
puta injustiça, ainda mais se lembrarmos de que existem babacas que são
incensados e adorados por multidões mesmo sem ter nenhuma qualidade para que
isso aconteça.
Não há cloroquina ou panaceia que cure essa
caminhada rumo ao esquecimento mais absoluto. Mas há uma forma de se obter uma “sobrevida”
(fiquei tentado a escrever “sobremorte”): você continuará “vivo” enquanto
alguém lembrar-se de seu nome, guardar algum retrato seu ou souber contar algum
episódio ou caso acontecido com você. Quando ninguém mais der notícias suas,
do que foi ou que fez, de suas pequenas vitórias, derrotas ou perdas, aí você entrará
para o grupo dos bilhões de anônimos que passaram pela Terra e que viraram apenas átomos e alguns ossos. Bom este é meu
pensamento.
Isso explica por que gosto tanto de ouvir e
de contar casos, de registrar minhas lembranças. Não só pensando nas pessoas
com quem convivi, mas em mim também. Curto retratos antigos, certidões de
nascimento manuscritas e quase ilegíveis, cartas, bilhetes, anotações, enfim,
qualquer coisa que me conecte mentalmente com quem já morreu. Preciso lembrar
que não acredito em espiritismo, reencarnação e baratos afins. Minha praia é uma
viagem puramente emocional.
Justamente por isso eu pirei quando um de
meus filhos me mandou um link de pesquisa genealógica .da Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Eu já tinha ouvido falar da obsessão dos mórmons
por coletar, digitalizar e armazenar zilhões de documentos, fotos, nomes e datas de pessoas já falecidas em um depósito subterrâneo à prova de bomba atômica que construiram em Salt Lake
City. E o
motivo é no mínimo curioso.
quarta-feira, 12 de maio de 2021
GENIOLOGIA
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Vou dar uma olhada nesse link; embora nunca tenha ligado muito, aliás, nada, para as minhas "raízes".
ResponderExcluirRapaz, ontem eu fiquei quase o dia todo procurando pessoas já falecidas que conheci - irmãos do meu pai, meus avós, tios da minha mulher e por aí vai. Esse é o tipo de assunto que faz minha cabeça.
ExcluirCalma, Jotabê, logo, logo, você vai se encontrar com eles... pessoalmente. Pãããããta...
ExcluirAHAHAHAHAHAHAHA!!!!!!!!! Muito boa!
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