domingo, 30 de maio de 2021

É MUITO RADICALISMO!

 
Esta época está mesmo muito estranha. O que tem de radicalismo e polarização por aí não está no gibi. Até já disse aqui no blog que o prato mais lembrado hoje deve ser fígado acebolado, pois tem sempre alguém querendo comer o fígado do outro. Hoje, nem o Prometeu daria conta de tantas encomendas. Mas estou me afastando do tema principal.

A verdade é que hoje em dia a população está lembrando limalha de ferro perto de um imã, pois metade voa para um lado enquanto a outra se agarra no polo oposto. Uma loucura. Nas redes sociais então, nem se fala! É verde-amarelo pra cá, vermelho pra lá, sem direito a meio termo. E até a turma do deixa-disso deixou disso há muito tempo e saiu dando caneladas a torto e a direito, ou melhor, à esquerda e à direita.

Até eu, um sujeito radicalmente moderado, fui hoje contaminado pelo radicalismo polarizado mais insano (o que quer que isso signifique), pois  fui invadido pelo ódio mais destilado, mais cristalino que gim falsificado e fiquei puto da vida, putíssimo da vida. Onde já se viu uma coisa dessas? Pra cima de mim não, mané!

O pior de tudo é que não se tratava de nada ligado ao Bolsonaro ou ao Lula. Eu me tornei radicalmente contra mim mesmo! E o causador de toda essa merda é um tio que mora em Brasília. Não, ele não fez nada de errado, estava apenas fazendo um lanche, talvez tomando um “chá com bolinhos" em um shopping com duas de suas filhas. Pensando bem, não devia ser chá com bolinhos, justamente porque devemos evitar bolinhos e aglomerações nesta época pandêmica. Além do mais, ele e elas estavam usando as máscaras regulamentares.

A coisa só começou a desandar porque em duas das fotos tiradas por sua filha mais velha ele apareceu sem máscara. Fiquei meio em choque com sua aparência mas, para fazer gracinha, resolvi fazer uma selfie de mim mesmo (duh!), pois sempre me diziam que eu me pareço com ele. Quando vi meu retrato nem acreditei. Eu estava parecendo com o falecido ditador Sadam Hussein quando foi preso: barba grisalha, sobrancelhas com 1cm de espessura, cabelo grande (o que resta dele), cara espantada. O pior de tudo é que eu tinha me preparado para fazer a selfie! Troquei de camisa, penteei o cabelo, aprendi como se tira essas fotos no celular, encaminhei para mim mesmo por e-mail, recortei a imagem e (apesar do resultado obtido!) a enviei a título de comentário para sua filha (minha amiga de facebook), pedindo que ela mostrasse a foto para ele.

Parece normal? Tanto quanto serragem de madeira queimando: por cima, tudo ok, mas evite tentar espalhar a cinza com o pé, pois por baixo é brasa pura. E foi assim que eu me senti ao ver minha imagem tão laboriosamente obtida. Não podia demonstrar, mas fiquei putíssimo com meu tio, pois o filho da puta que fez 81 anos agora em abril continua parecendo mais novo que eu! Mandei minha foto, mas decidi que vou bloquear o perfil de sua filha só para não ver novas fotos desse meu tio. E, se bobear, ainda crio algumas fake news sobre ele. Não dá para ser moderado numa época dessas!

2 comentários:

  1. Tá sendo muito duro consigo mesmo, Jotabê, se um dia eu chegar na sua idade, vou querer ter um visual estilo o do Pondé, careca e com uma barba grande, e claro, andar sempre de terno e charuto, acredite ou não, nos meus atuais 27, ainda nunca usei um.

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    1. Rapaz, estou cultivando uma barba de respeito. Mas tem uma explicação: como eu não tenho queixo, a pele vai escorrendo sem nada para segurar. Qualquer hora vai chegar no umbigo. Por isso decidi deixar a barba crescer de novo, só para riar um contorno identificável para o rosto (é sério!). Agora quanto ao terno, realmente é um barato. Eu era louco para trabalhar no banco de desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), só para trabalhar de terno.Acho o máximo! Aproveitando para dar um recado; eu estou sempre acessando o seu blog, mas fico sem saber o que comentar, pois desconheço os assuntos que são publicados. Abraços.

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MARCADORES DE UMA ÉPOCA - 4