Desde que eu e minha mulher tomamos a segunda
dose da Coronavac não paramos de fazer planos. Mas planos prosaicos, banais,
ingênuos. Nada de viagens fabulosas, nada de passeios inesquecíveis, nada de atividades
indescritíveis. O que queremos mesmo (e ainda não fizemos) é ir a um
supermercado depois de ficar trancados em casa por quatorze meses. O que
queremos é fazer consultas médicas, fazer exames de sangue e até de próstata,
no meu caso.
Por conta de uma demanda há muito reprimida,
marquei doze consultas com oito médicos de uma sentada só, mas ainda faltam os
exames de sangue para levar nos dias das consultas. Creio que este mês as
despesas compartilhadas de meu pano de saúde deverão explodir, com severo
impacto nas nossas finanças. Tudo bem. Neste
ponto, preciso contar um caso verídico que aconteceu com minha cunhada.
Ela trabalhava em uma clínica médica que
tinha convênios com várias empresas. Uma dessas agendou uma batelada de exames
para seus funcionários mais graduados. Um dia, um dos diretores foi buscar os
resultados dos exames que tinha feito e, junto com um pedido de mil desculpas pela falha,
foi informado que tinha deixado de fazer um, justamente o de toque retal
para avaliação da próstata. Aparentemente, nunca tinha feito esse exame, pois perguntou
de que se tratava. A constrangida atendente explicou de forma breve como seria
realizado e informou que não precisava se preocupar, que fazia parte do pacote contratado pela empresa. A
reação do executivo foi hilária, pois disse que se não tinha que pagar nada estava tudo bem.
A partir desse dia os funcionários da clínica adotaram a máxima de que “de graça até exame de próstata”.
Voltando agora ao nosso caso, posso dizer que
fechado em casa durante quatorze meses, fiquei até com saudade do exame de
toque. Pois é... Mas isso ainda não é o tema deste post. Já disse que sou um
puxa-saco profissional, um gentleman,
um sujeito que faz questão de tratar bem pessoas desconhecidas, um cara que cumprimenta, que
elogia e que agradece - mesmo que nunca queira conviver com elas. E esse
estilo, este comportamento tem-me dado um trabalho do cacete.
Ao ligar para oito consultórios, clínicas e
hospitais distintos fui também atendido por oito funcionários e funcionárias
diferentes. Fiel a meu estilo, fiz questão de perguntar o nome de cada pessoa
que me atendeu. E esse é que é o problema, pois não conseguia entender direito
o nome informado. Como disse, sendo gentil e atencioso pedia desculpa por não entender dizendo sempre que sou
um pouco surdo, “pois sou muito velho”
- e ainda brincava perguntando se a atendente não tinha escutado o rugido de um
dinossauro. E perguntava novamente o nome de quem estava me atendendo.
Sinceramente falando, nem com repetição eu consegui entender dois desses nomes.
Também, que mandou ser batizado ou batizada com nomes como Warlison, Clauderice
ou Derliane?
Aparentemente, a esculhambação instalou-se nos cartórios de registro civil, pois quase ninguém mais é registrado com nomes tradicionais, civilizados e bonitos tipo Amintas, Epaminondas ou Sebastião. Nada de Benedita, Carlota ou Efigênia. O que tem hoje de y, w, k e l dobrado nas certidões de nascimento não está no gibi. Se eu pudesse e me dessem autoridade para tanto, faria uma norma, um
decreto ou regulamentação que impedisse o registro de crianças com nomes
ridículos e assinaria solenemente em baixo:
JOSÉ BOTELHO PINTO
Despesa compartilhada com o plano de saúde é uma das maiores canalhices que já inventaram. Quanto aos nomes, você não tem ideia de cada coisa que eu encontro nas listas de alunos das minhas salas. Posso até fazer uma seleção e te mandar, ou, quem sabe, transformar numa postagem. Só para você ter uma ideia, esse ano apareceu um Linker. E isso é só o começo.
ResponderExcluirQuanto a estar com saudade do exame de próstata, isso é que é sentir a falta do tal contato humano, hein?
Sabe como é, né?, aquela voz grossa, aquele dedo encapado... Pããããããta que pariu!!!!!! Quanto aos nomes bizarros, uma vez eu tve acesso a uma planilha excel com dez mil nomes de funcionários. Diversão pura. Filrei apenas pelo primeiro nome, excluí as repetições e sobraram mil (!!!). Olhei um por um e fui separando os bizarros, os idiotas ou ridículos (creio já ter feito um post sobre isso. Sugiro que faça um, pois você é bom de ironia). Um dos nomes mais ridículos de que me lembro era um sujeito que se chamava "Elia" (era homem mesmo). Não Elias, Elia, sem o S final. Não dá para imaginar o que se passa na cabeça das pessoas. Outr coisa muito ridícula aconteceu com um pai zeloso que informou ao escrivão que o o filho se chamaria Herbert ou Robert e explicitou "com T mudo". O coitado do menino foi registrado como Herbert Temudo. Foda!
Excluir