Em 1945, quando o Enola Gay liberou a Little Boy para cair sobre Hiroshima, liberou também o “anjo exterminador” que ela transportava. O resultado disso foi a destruição quase total da cidade e a morte de 90 a 166 mil pessoas - 50% desse número só no dia da explosão. Em Nagasaki o “vetor” de outro exterminador foi a bomba Fat Man, que provocou a morte de 60 a 80 mil pessoas. Na melhor hipótese, 150 mil pessoas perderam a vida com as explosões. Na pior hipótese, 246 mil vítimas fatais. Segundo o governo japonês, 192.719 pessoas sobreviveram a essa hecatombe. Assim, o total de atingidos varia entre 342.000 e 438.000 pessoas.
O que sei é que desde 17/01/21, quando a primeira dose foi aplicada em uma enfermeira de São Paulo ocorreram mais 196 mil mortes (406 – 210). Sem entrar no mérito da
necessidade de uma análise matemática ou estatística mais aprofundada, vou chutar
(estimar) que 50% dessas novas mortes poderiam ter sido evitadas se houvesse
uma vontade política de correr atrás de vacinas, corrida de velocista olímpico,
corrida de Usain Bolt. Mas, infelizmente o Brasil “queimou a largada”, resolveu
correr no sentido contrário da raia e foi "desclassificado".
Voltando aos números
coletados, 50% de 196.000 falecimentos em decorrência da Covid correspondem a 98.000
mortes, mortes que poderiam ter sido evitadas, número de vidas perdidas tão
elevado quanto em Hiroshima e Nagasaki. E a culpa dessas 98.000 mortes é de quem? De uma "bomba de
nêutrons" que assumiu a presidência, de um homem que resolveu manter-se neutro
enquanto as pessoas iam morrendo por não ter sido vacinadas a tempo. Aliás, neutro
não, alheio, indiferente à tragédia que ocorria e ocorre no país onde grande parte da
população o elegeu para ter uma vida melhor e sem corrupção mas não para engolir suas crenças e preconceitos.
Ele poderá não ser condenado
a nada, não sofrer impeachment e até ser reeleito em 2022. Seus seguidores
podem continuar a endeusá-lo, a mitificá-lo, a justificar, ignorar ou desculpar suas
inúmeras burradas, mas ele nunca ficará livre das 98.000 mortes que poderia ter
evitado. Esse é um número exagerado, superestimado? Ok, vamos reduzi-lo para 10 mil (ou 5 mil ou até mesmo 3 mil). O número real é irrelevante, pois são vidas que poderiam ter sido poupadas. E isso não se perdoa nunca.
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