quarta-feira, 22 de abril de 2020

THIRD STONE FROM THE SUN - JIMI HENDRIX


Recebi de meu filho esta piada de humor negro:

- Qual o primeiro show que você pretende assistir depois do fim da quarentena?
- Se tudo der certo, Iron Maiden! Se der errado, Jimi Hendrix.
Achei graça mas percebi que nunca postei nada sobre o bom e velho Jimi, um de meus artistas prediletos.

Em 1969 estava fazendo cursinho pré-vestibular. Um dia, após o termino da aula, um colega me chamou para ir com ele a uma loja de departamentos perto do cursinho. Fomos à seção de discos e ele me mostrou (ou aplicou) um disco do Jimi Hendrix, uma versão brasileira do disco “Electric Ladyland”. O original americano era álbum duplo e cheio de mulheres nuas na capa. O brasileiro, coitadinho, em plena censura, saiu com apenas um disco e uma capa bem comportada. Mas a música era muito louca. E eu, um tilelê, um bicho-grilo sem drogas embarquei nessa viagem.



Comprei a versão brasileira e comecei a procurar e comprar outros álbuns, cada vez mais difíceis de achar depois que morreu. O maior problema era a picaretagem das gravadoras. Creio que graças às disputas sobre o espólio e direitos autorais do músico, começaram a surgir discos atribuídos a ele, mas nem de longe parecidos com o som distorcido de sua guitarra. Só para se ter uma ideia, tenho dois discos com capas e nomes diferentes mas de conteúdo igual. Conteúdo, diga-se, que,talvez até eu mesmo conseguisse tocar, pois era mais um “esquenta” quase sem solo nenhum e um ritmo repetido em oito faixas diferentes. Nem preciso dizer mais, não é mesmo?

A música que escolhi para abrilhantar esta bagaça é uma das faixas do disco “Are You Experienced?”, disco de estreia do power trio The Jimi Hendrix Experience. A título de curiosidade (mórbida, diga-se), não há mais ninguém vivo. O baixista Noel Redding tinha 57 anos quando morreu em 2003. O baterista Mitch Michell morreu com 62 anos, em 2008. Por essas e outras, devo dizer que a mim bastam as gravações antigas que tenho. Por isso, dispenso lives desse artista, shows ao vivo. Ou melhor, shows ao morto. Eu, heim?






4 comentários:

  1. ". Por essas e outras, devo dizer que a mim bastam as gravações antigas que tenho." em situação semelhante, as novas soariam aos meus ouvidos como algo "errado", alguém tocando errado

    sei que não é realmente errado, mas fica uma sensação de q tá faltando alguma coisa

    a memoria afetiva é forte e como não é possível eu sair de mim mesmo, fica complicado trocar certas interpretações

    abs!

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    1. Olha, meu caro Scant, creio que foi voc~e quem disse que eu tenho um humor "peculiar". Mesmo concordando integralmente com suas ponderações (eu sou muito "raiz" quando o assunto é música ou quadrinhos, detesto reinterpretações), a frase que provocou seu comentário era um introdução à horrorosa piada "show ao morto".

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    2. nunca se sabe onde encontraremos um reflexo de nossa personalidade: pode ser na praia, pode ser no cemitério

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    3. Uau! Bela e reflexiva resposta, mas, se pudesse escolher, preferia encontrar meu reflexo na praia! (pelo menos, por mais alguns anos). Abraços.

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