Hoje, dia 25 de abril, eu e minha mulher comemoramos 45 anos de casamento. É isso mesmo que você leu. 45 anos! Por isso, o nono episódio da série "Eu vivo sempre no mundo da lua" sairá mais tarde, às 14h50min, pois resolvi postar um poema que fiz para comemorar esta data. São versos talvez excessivamente piegas, mancos e de rima simplória, eu sei, mas foi bom tê-los escrito e, melhor ainda, tê-los vivido. A poesia pode ser ruim, mas a vida ao lado dela sempre foi magnífica. E continua a ser, pois ela é a mulher da minha vida.
Se alguém viesse e me dissesse
Que eu até conseguiria
Encontrar com quem quisesse
Viver todos os meus dias
“Isso não acontece!”,
Era tudo o que eu diria
Mas isso aconteceu
Comigo e, que ironia!
Fez minha vida ter mais cor
Significado e alegria
Que pouco fiz para merecer
(Se quer saber, não merecia)
Acordar com ela ao lado
Meu a cada dia
E é por isso que agradeço
A Deus tanta honraria
De tornar minha existência
Ao lado dela em poesia
Talvez por isso,
Por tão boa companhia
Na minha mente
Anos passados viram dias
E isso é realidade
Nem de longe uma utopia.
Ventos fortes, ventos fracos
Longa foi a travessia
Sem contar com ela ao lado
Hoje eu sei, sucumbiria
Felicidade assim é para poucos
Só uma rara minoria
E se pudesse viver tudo de novo
Nem um pouco hesitaria
Quarenta e cinco anos...
É só motivo de euforia
Pois te amar é o que faço
Há tanto tempo, a cada dia.
Num dia tão turbulento e estressante, eis que o senhor me salva com uma boa notícia. Tô há quase 8 num relacionamento e quase me jogando dum avião, o senhor é um puta guerreiro.
ResponderExcluirMeu caro Ozy, o que vou te dizer é banal, mas a verdade é que casamento é igual a um almoço (não, não estou falando em comer o que ou quem). Eu gosto muito da frase "não existe almoço grátis". Relacionamentos também seguem a mesma linha, não há relacionamentos integralmente fáceis. Alguns são impossíveis de manter, mas a maioria pode ser levada numa boa - desde que se deseje isso. Eu sou de uma época em que os casamentos eram indestrutíveis e não havia divórcio, só desquite. Então, pensar em relacionamentos longos implica também pensar em investimento, em ceder um pouco, dar o braço a torcer, comprar um estopim de 1 quilômetros, esses clichês todos. Quando fiz 25 anos eu já estava casado com a mulher mais linda que já conheci - a mais ciumenta da galáxia. Então, o relacionamento às vezes parecia estar dentro de um liquidificador, tal a piração, tal o stress. Mas eu sempre a considerei a mulher da minha vida. Como abrir mão disso? E eu que tive uma infância de merda, de prisioneiro, quase nada ou muito pouco aproveitei da fase em que a maioria está enfiando o pé na jaca. Mas achei que era um bom preço a pagar. Tornei-me pai aos 26 anos e nosso primeiro filho nasceu com uma inteligência de quase gênio, tornando o convívio com ele uma coisa absurdamente prazerosa. Por que estou dizendo isso? Porque tudo é uma questão de escolhas. Você pode escolher ficar no boteco enchendo a cara (tive um cunhado que fazia isso), mas seu relacionamnto será uma super merda (o dele foi). Não sei o que dizer mais, apenas vou lembrar uma música do Walter Franco: "Viver é afinar um instrumento de dentro pra fora, de fora pra dentro". Que isso significa? O que você quiser que signifique. Mas, acima de tudo, se pensar em se atirar de um avião, use antes uma pomada "para queda" de cabelo (isso não é final!)
ResponderExcluirParabéns pelo belo poema e, ainda mais, é claro, pelos quarenta e cinco anos de casório. São bodas de rubi - esta eu pesquisei na net, que não sou de saber dessas frescuras, não.
ExcluirVai mesmo contar a piada do português da loção "para queda" de cabelo? Pãããããããta....
Obrigado pelo cumprimento. Bodas de rubi... Eu não sabia! Mas não vou contar a piada da pomada (que, aliás, já está praticamente contada). Em compensação, em um dos episódios finais da série "Eu vivo sempre no mundo da lua" eu utilizo uma piada que certamente você conhece. Se eu falar quais são os personagens você mata na hora. Como os episódios já estão programados, não me lebro mais se sairá hoje ou amanhã. Mais uma vez, obrigado!
ExcluirCaramba, Jotabê, essa história do senhor pegou forte aqui. Fui pai praticamente nessa idade, o meu filho tá com 1 ano e 7 meses, e acompanhar ele crescendo tem sido uma das melhores experiências que tive e terei na vida. Há sempre um lado magoado, em não ter curtido e pego geral, como praticamente todos que eu conheço, isso fere o meu ego quase que diariamente, mas como disse, são sacrifícios que são feitos quando a escolha é muito bem definida. Mas, por mais que admire, não me vejo nem vivendo tanto, nem chegando nem há 10 anos de casado. Praticamente não bebo, fumo ou uso drogas, um verdadeiro "careta" que tem que encarar sóbrio todas as escolhas que fez... Ao menos valeu essa piada do português, em dado momento ela poderá me salvar de alguma situação.
ExcluirOlha, meu caro Ozy, não tenho resposta boa para te dar (nem resposta ruim). Hoje eu vejo que as pessoas são como galáxias independentes, cada uma com sua própria história e estrutura. Podem interagir e misturar as estrelas e planetas, mas o resultado é sempre particular. Por isso, só posso te desejar saúde e sorte. Quanto ao filho, você disse tudo. Meus filhos são a melhor coisa que já aconteceu na minha vida (e eu não merecia!)
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