A VOZ QUE CLAMA NO FACEBOOK

Já disse inúmeras vezes que não sou criativo, sou reativo. E reajo com maior ou menor intensidade aos estímulos que recebo. As últimas notícias me deixaram arrasado, deprimido, desesperançado, um puta estímulo. Desde então, já pensei trocentas coisas, fiz piadas, trocadilhos e até fiz pregação séria no Facebook, com os pensamentos que têm agitado meu cérebro.

Como uma das funções que encontrei para o Blogson é servir de blogoteca, um arquivo para tudo o que produzo, resolvi partilhar com os 2,3 leitores de sangue quente desta bagaça e mais os quatrocentos (número atual) robôs que têm varrido o blog (nunca esteve tão limpinho!) o texto que postei no Facebook, pois tenho amigos ultra-radicais, tanto de Esquerda como de Direita. Fora os idiotas, vulgares, fúteis, carolas, ignorantes, etc. Mas a maioria é gente boa. Olhaí.

Se você, meu caro amigo de Facebook, gritou “Fora, Temer!” ou “Golpista!”, você provavelmente se alinha com as ideias de Esquerda, seja ela radical ou moderada. E duvido que não esteja comemorando agora.

Ao contrário, se alegrou-se (assim como eu) com a saída do PT do poder, você provavelmente se identifica com as ideias de Direita, seja ela radical ou moderada (no meu caso, moderadíssima) e deve estar muito decepcionado com as últimas revelações.

Independente do fato de se identificar com essa ou aquela ideologia, com essas ou aquelas propostas, quero te lembrar que todos, sejamos de Direita ou de Esquerda, desejamos o melhor para o povo brasileiro, e o que nos diferencia é a forma como entendemos ser a melhor forma para atingir isso.

Mas não somos nem aprovamos corruptos e corrupção. Corruptos e corruptores não têm ideologia nem princípios éticos e morais, têm apenas interesses. Delatores e delatados são apenas criminosos, o que muda é o lado do balcão em que estão. Balcão, entenda bem, de troca, de comércio, de compra e venda.

Também não há diferença entre as “autoridades” de Direita ou Esquerda que desviaram, extorquiram, roubaram e subtraíram o dinheiro dos órgãos públicos, pois, mais que “autoridades”, são “autores”, autores de atos criminosos e condenáveis.

Então, pense comigo, precisamos sim de novas eleições, mas você teria coragem de votar outra vez nas mesmas pessoas em que votou e que são hoje acusadas, indiciadas, tornadas rés, julgadas e/ ou condenadas por corrupção?

Você manteria um pedófilo desmascarado no mesmo jardim de infância onde ele trabalhava tranquilamente? Você manteria no cargo de vigia um assaltante de banco? Você deixaria um viciado tomar conta de remédios tarja preta? Bem, eu acredito (e espero) que a resposta seja “Não” para as quatro hipóteses.

Pense nisso na hora de votar, quando chegar a hora de votar. Precisamos escolher novos representantes, mas que não sejam mais os mesmos de sempre apenas requentados e marquetados. Não podemos escolher nossos candidatos focados apenas em nossa visão de mundo e ideologia. Quem vota em corrupto, quem elege criminoso, apenas compactua com mais crimes no futuro. Pense nisso.