“O
presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, aumentou o tom crítico contra a
Organização dos Estados Americanos (OEA) e disse impropérios ao
secretário-geral da entidade, Luis Almagro.
‘Você
pode colocá-la [a Carta Democrática] em um tubo bem fino e fazer um melhor uso
dela, senhor Almagro. Enfie-a onde quiser’, declarou Maduro durante um
evento político em Caracas, na terça-feira (31).
A
ofensa foi feita depois de Almagro realizar uma reunião de emergência
no comitê permanente da OEA para discutir o clima político na Venezuela e a
possível aplicação da Carta Democrática, que permite suspender os
países-membros da organização que violem garantias democráticas”.
Depois de me divertir (e entristecer) ao ler a notícia acima no site do IG, resolvi ressuscitar um texto que já havia descartado. É um texto ainda do tempo da Dilma, feio, tosco, mal escrito e está meio vencido, meio passado, mas a finesse, a elegância e nobreza de princípios do "Madruga" merecem esta postagem.
Quando chegou a época de eu tentar uma vaga
na faculdade, a UFMG decidiu realizar o primeiro vestibular unificado. Assim,
além de matemática, física e química, de repente me vi às voltas com português,
biologia, história, geografia e inglês - o que foi ótimo. Foram oito dias de
prova, realizadas integralmente no Mineirão. Curiosamente, a prova em que fiz
mais pontos foi português (matemática em segundo lugar). O fato é que fiquei
super bem classificado, pois fiquei em vigésimo-sétimo lugar entre os quase três
mil candidatos que disputaram as quinhentas vagas do curso de engenharia. Não
estou fazendo auto-elogio ao contar isso, pois a ideia é destacar a sensatez da
"meritocracia" Porque, depois de passar cinco anos na mais absoluta
irresponsabilidade, vagabundagem e falta de rumo, acabei me formando nos
últimos lugares, classificação quatrocentos e poucos em quinhentos.
Traduzindo: os estudantes que conseguiram uma
vaga para o curso gratuito de engenharia da UFMG tiveram as mesmas condições
iniciais, mas foi o mérito individual e intransferível de cada um que permitiu
que os melhores empregos, as melhores oportunidades e os melhores salários
fossem reservados aos melhor classificados. Depois de formado, a mim restou uma
insegurança profissional permanente e a sensação de que tinha feito as piores
escolhas quando, depois de ter estudado pra caramba para conseguir uma vaga, resolvi
ficar só na malandragem durante quase todo o curso.
Mas os adeptos da social
democracia e
de suas práticas equivocadas parecem entender que é heresia reconhecer e
premiar os bons e os que se destacam pela excelência. Preferem o ensino que
nivela por baixo os alunos, preferem a "escola plural" que não
reprova(va) ninguém. Tenho a impressão que, se vacilar, talvez até façam uma
abordagem ideológica da matemática.
Acho que misturei muita coisa neste início mas, como disse antes, não tenho formação em ciências políticas e afins nem paciência nem competência para análises acadêmicas empoladas. O que eu fico mesmo é com o saco cheio da embromação da esquerda (da direita também).
Falando em embromação, recentemente comecei a
ficar implicado com o uso indiscriminado que a Esquerda faz da palavra “democracia”.
Tenho a sensação de que quanto maior é o autoritarismo de um pais ou regime,
mais os detentores do poder nesses lugares utilizam a expressão “democracia”,
fazendo uma evidente prostituição de seu significado. Esse pessoal também gosta
muito da expressão "Estado democrático e de direito", talvez
para legitimar e disfarçar perante os trouxas sua aversão à verdadeira
democracia e à liberdade plena de expressão.
Não estou interessado em ensinar nada a ninguém, até porque não tenho formação em ciências políticas e afins. Apenas quero registrar que sou a favor do neoliberalismo e do capitalismo (não selvagem) e francamente contrário à “social democracia”, especialmente naqueles países que assim se proclamam, mas na prática são autoritários, com tendência à ditadura, casos da Venezuela e Bolívia, por exemplo.
Outro dia, de curiosidade, entrei em um site
da Venezuela e achei sua Constituição. Olhei também os sites de notícias e
encontrei algumas “pérolas”. Joguei tudo em um quadro e sublinhei algumas
partes. Comparando os dois textos, a vontade é dizer “Maduro, me engana que eu gosto!”
Olhaí.
CONSTITUCIÓN DE LA REPÚBLICA BOLIVARIANA DE
VENEZUELA
CONSTITUCIÓN
TÍTULO I
PRINCIPIOS FUNDAMENTALES
Artículo 2. Venezuela
se constituye en un Estado democrático y social de Derecho y de Justicia, que
propugna como valores superiores de su ordenamiento jurídico y de su
actuación, la vida, la libertad, la justicia, la igualdad, la solidaridad,
la democracia, la responsabilidad social y en general, la preeminencia de
los derechos humanos, la ética y el pluralismo político.
Artículo 3. El Estado tiene como fines
esenciales la defensa y el desarrollo de la persona y el respeto a su
dignidad, el ejercicio democrático de la voluntad popular, la
construcción de una sociedad justa y amante de la paz, la promoción de la
prosperidad y bienestar del pueblo y la garantía del cumplimiento de los
principios, derechos y deberes reconocidos y consagrados en esta Constitución.
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CARTA CAPITAL (10/03/2015)
Após
sanções dos EUA, Maduro pede "poderes especiais"
Presidente
venezuelano afirma que entrará com pedido para governar por decreto, a fim de "defender a integridade" do país.
Segundo ele, americanos querem derrubar seu governo em Caracas
PORTAL G1 JORNAL NACIONAL (21/10/2015)
Na
Venezuela, onde líderes da oposição estão na cadeia, o presidente Nicolás
Maduro usou um tom de ameaça contra candidatos oposicionistas que pretendem
disputar as eleições de dezembro.
Mergulhada
no desabastecimento, numa inflação de três dígitos e na recessão, a Venezuela
ganhou um pacote de medidas.
O
presidente Nicolás Maduro anunciou controle de preços e castigo maior aos
especuladores. Também prorrogou o estado de exceção em quatro municípios
que são reduto da oposição.
Maduro
alertou os adversários: "O pior que pode acontecer a vocês é ganhar as
eleições parlamentares de dezembro, porque aí começaria a nova batalha".
Com
seus principais líderes presos ou impedidos de se candidatar, a
oposição reage.
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No Brasil ou em outro país da América Latina
a ânsia de regulação, controle e nivelamento chega ao auge quando o governo
maquia índices, fixa preços e despreza o mérito. O triste da história é ver que
há pessoas (eleitores) que aprovam essas distorções. Pode ser idiotice de
ignorante (eu sou), mas não há possibilidade de se conseguir igualdade entre
dessemelhantes. Basta lembrar que as pessoas não tem apenas um nível
intelectual e de inteligência. Falando no popular, se há gente burra e gente
inteligente, como querer que tenham as mesmas perspectivas de enriquecimento?
Acho que esse texto ficou muito raivoso,
truncado e sem graça. Por isso, o título escolhido saiu também sem nenhuma
graça e originalidade: Saco Cheio.
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