Sempre houve várias formas de expressar
sentimentos: em conversas olho no olho, em estádios, através de cartas, livros,
peças de teatro, melodias ou letras de música, dando porrada em alguém, fazendo orações
(rezando), em rodas de botequim (talvez a melhor opção), na terapia, etc. Com a
internet as possibilidades foram expandidas: Facebook, Twitter, Whatsapp,
Instagram (entre outros que nem sei) e... blogs.
Os blogs autorais, objeto destas reflexões
acacianas, podem ser – e frequentemente são – uma mescla de tudo o que se disse
acima. É estranho observar que por conta de um discutível anonimato os donos
desses blogs começam a expor suas ideias e suas entranhas – devagarinho no
começo, pegando velocidade aos poucos e descendo depois uma ladeira a mil por hora, às
vezes até meio desgovernados.
Bem, talvez eu esteja falando apenas de minha
própria experiência. O fato é que manter um blog autoral é uma experiência
única, catártica, uma verdadeira terapia blóguica. Imagino que os psicólogos
podem ainda não ter-se dado conta do auxílio luxuoso de um blog na terapia
de seus clientes.
Porque é no blog que o sujeito rasga sua
fantasia (e cria outras!), é nele que o blogueiro encontra seu melhor
espelho, é nos textos e imagens publicadas em que enfia o pé na jaca (os
dois, a bem da verdade).
Talvez por isso, chega o momento em que o sujeito
começa a pensar em parar de alimentar seu poltergeist. Ou por ter-se dado alta de sua terapia blóguica, por ter descoberto um fred kruger dentro
de si ou por não ter mais nada a dizer de original, de pessoal. (“a menos
que saia sem perguntar do teu coração, da tua cabeça, da tua boca das tuas
entranhas, não o faças” Bukowski).
Parar ou não de escrever em um blog é uma opção
pessoal – dolorida para uns – ou só por enfado, saco cheio. Como cantou uma vez o mestre
Belchior:
Sons, palavras, são navalhas e eu não posso cantar como convém sem querer ferir
ninguém
Mas não se preocupe meu amigo com os horrores que eu lhe digo
Isso é somente uma canção, a vida realmente é diferente, quer dizer, ao
vivo é muito pior
Mas sei que nada é divino, nada, é maravilhoso, nada é sagrado, nada é
misterioso
Só sei que um blog é danado de viciante (estou concluindo este texto às quatro da madruga, depois de ter perdido o sono). Mas que é divertido, isso é.
Só sei que um blog é danado de viciante (estou concluindo este texto às quatro da madruga, depois de ter perdido o sono). Mas que é divertido, isso é.
Nenhum comentário:
Postar um comentário