Tenho visto no youtube muitas palestras de
grandes cientistas, humoristas e todo tipo de pessoas cujo maior ponto de
contato é o ateísmo. Alguns trazem informações históricas interessantíssimas,
outros fazem comentários hilariantes, mas a tônica é uma só: para eles, Deus
não existe.
Talvez eu tenha o “gene da religiosidade”,
talvez eu seja uma toupeira intelectual, mas, apesar do bombardeio sistemático,
continuo acreditando n’Ele. Faz-me bem crer, ter fé, mesmo que isso possa ser
um comportamento interesseiro. Mas não vou ficar repetindo o que já disse antes
neste blog.
O que tem circulado em minha mente é que não
importa se você é ateu, não vem ao caso se você é cristão, judeu ou muçulmano
ou de qualquer outra religião ou crença; pode acreditar (ou não) em alma,
espíritos, entidades, pode até supor que está em uma "Matrix" ou
acreditar em fadas ou duendes, tanto faz. Uma coisa é certa: a vida, essa que
vivemos (ou não) - dia após dia - não tem nenhum sentido, independente da
crença que qualquer pessoa tiver. A Vida não tem sentido nenhum! Exceto se você
acreditar em um Criador. Não estou me referindo a essa bobagem de Adão e Eva,
lógico (até porque não sou crente fundamentalista).
Se você for cristão, pode até acreditar que
Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, tudo bem. Mas, fica a pergunta:
para que fez isso? E os outros animais e plantas, para que? Para jogar geogame?
Para mim, tudo isso está valendo, mas como
tenho sessenta e seis anos - o que significa já ter vivido a maior parte da
minha existência - eu sinceramente gostaria de entender o sentido da Vida,
gostaria que esse conhecimento partisse de dentro de mim, como se fosse fruto
de meditação, um insight.
Já tentei, já racionalizei, mas desisti. Neste caso, só mesmo a crença em Deus
para acalmar minha inquietação. Não sei se é na Bíblia que se encontra essa
frase: "insondáveis são os desígnios de Deus". Neste ponto eu até
compartilho a visão da maioria dos cristãos, pois sozinho não conseguirei
encontrar uma explicação que me satisfaça.
Ok, você pode querer se lembrar da sopa de
aminoácidos bombardeada por raios gama ou sei lá o que. Você pode até dizer que
a vida chegou à Terra trazida por algum cometa (nesse caso, de onde a teria
buscado?).
Vejam bem, não estou doutrinando ou ensinando
nada - nem duvidando de nada. Para ser sincero, só estou escrevendo isso para
passar o tempo. E para postar no Blogson. E o que eu pensei é o seguinte: não
importa sua fé, sua crença ou sua falta de fé, tanto faz; nada muda essa
constatação: zilhões de átomos agrupam-se em moléculas dos mais variados
formatos e complexidade, que formam células, que formam tecidos, que adquirem
uma configuração especial, estabelecendo um sistema “fechado” – que é você.
Depois, acontece um processo inverso (em uma
velocidade muitíssimo maior), que faz com que as estruturas complexas sejam
desmontadas, desarmadas e destruídas, libertando átomos e moléculas
isoladas. Resumindo: a Vida é como uma molécula de água, que permanece
"água" em qualquer dos estados em que se apresenta, mas que surge e
termina com uma reação físico-química.
A viagem é essa: a vida material, essa que
nos faz crescer, trepar, ouvir rock e tudo o mais a que temos direito, começa e
termina com duas gigantescas reações físico-químicas, uma de síntese e outra de
análise ou decomposição. E se você não crê em nada, é só isso que te resta:
você é apenas um "moleculão".
Para terminar, uma piada idiota (sempre!):
até hoje ninguém conseguiu medir a matéria escura, apesar de ela representar
95% do Universo. "É uma parte do Universo que os astrônomos sabem que
existe, mas ainda não sabem exatamente o que seja". Como ela não
emite radiação eletromagnética, fica "invisível". Para mim, essa
"matéria" deve ser formada pela alma ou pelo espírito dos mortos.
Como a maioria das pessoas não tem nenhum brilho intelectual, a coisa fica
escura mesmo (bazinga!).
Pode parecer que não, mas a vida é bem interessante sendo um moleculão. Basta imaginar como é instigante tentar entender a origem do pensamento sem respostas fáceis como a dádiva de um criador.
ResponderExcluirEu jamais diria que não é. Como percebeu, eu não encontro nenhum sentido para a Vida. Talvez por isso ela seja tão interessante, independente da crença (ou sua ausência) de cada um. E, fala sério, a ideia do "moleculão" (ficaria mais elegante se eu tivesse dito "a grande molécula") foi bem simpática, não foi?
ExcluirA resposta é que talvez a vida não tenha que ter sentido. Mas se a busca pelo sentido é necessária, talvez ele resida em fazer dos seus pessoas de bem com a vida.
ExcluirTalvez você tenha razão. Bizarro é o fato de passarmos nossas vidas dando um sentido a cada coisa que fazemos ou pretendemos ou desejamos. Esse paradoxo é que é faz o cérebro ferver. Quanto à última sugestão, ela é dificílima de cumprir.
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