sábado, 11 de junho de 2016

OS ATEUS E O À TOA

Tenho visto no youtube muitas palestras de grandes cientistas, humoristas e todo tipo de pessoas cujo maior ponto de contato é o ateísmo. Alguns trazem informações históricas interessantíssimas, outros fazem comentários hilariantes, mas a tônica é uma só: para eles, Deus não existe.

Talvez eu tenha o “gene da religiosidade”, talvez eu seja uma toupeira intelectual, mas, apesar do bombardeio sistemático, continuo acreditando n’Ele. Faz-me bem crer, ter fé, mesmo que isso possa ser um comportamento interesseiro. Mas não vou ficar repetindo o que já disse antes neste blog.

O que tem circulado em minha mente é que não importa se você é ateu, não vem ao caso se você é cristão, judeu ou muçulmano ou de qualquer outra religião ou crença; pode acreditar (ou não) em alma, espíritos, entidades, pode até supor que está em uma "Matrix" ou acreditar em fadas ou duendes, tanto faz. Uma coisa é certa: a vida, essa que vivemos (ou não) - dia após dia - não tem nenhum sentido, independente da crença que qualquer pessoa tiver. A Vida não tem sentido nenhum! Exceto se você acreditar em um Criador. Não estou me referindo a essa bobagem de Adão e Eva, lógico (até porque não sou crente fundamentalista).

Se você for cristão, pode até acreditar que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, tudo bem. Mas, fica a pergunta: para que fez isso? E os outros animais e plantas, para que? Para jogar geogame?

Para mim, tudo isso está valendo, mas como tenho sessenta e seis anos - o que significa já ter vivido a maior parte da minha existência - eu sinceramente gostaria de entender o sentido da Vida, gostaria que esse conhecimento partisse de dentro de mim, como se fosse fruto de meditação, um insight. Já tentei, já racionalizei, mas desisti. Neste caso, só mesmo a crença em Deus para acalmar minha inquietação. Não sei se é na Bíblia que se encontra essa frase: "insondáveis são os desígnios de Deus". Neste ponto eu até compartilho a visão da maioria dos cristãos, pois sozinho não conseguirei encontrar uma explicação que me satisfaça.

Ok, você pode querer se lembrar da sopa de aminoácidos bombardeada por raios gama ou sei lá o que. Você pode até dizer que a vida chegou à Terra trazida por algum cometa (nesse caso, de onde a teria buscado?).

Vejam bem, não estou doutrinando ou ensinando nada - nem duvidando de nada. Para ser sincero, só estou escrevendo isso para passar o tempo. E para postar no Blogson. E o que eu pensei é o seguinte: não importa sua fé, sua crença ou sua falta de fé, tanto faz; nada muda essa constatação: zilhões de átomos agrupam-se em moléculas dos mais variados formatos e complexidade, que formam células, que formam tecidos, que adquirem uma configuração especial, estabelecendo um sistema “fechado” – que é você.

Depois, acontece um processo inverso (em uma velocidade muitíssimo maior), que faz com que as estruturas complexas sejam desmontadas, desarmadas e destruídas, libertando átomos e moléculas isoladas. Resumindo: a Vida é como uma molécula de água, que permanece "água" em qualquer dos estados em que se apresenta, mas que surge e termina com uma reação físico-química.

A viagem é essa: a vida material, essa que nos faz crescer, trepar, ouvir rock e tudo o mais a que temos direito, começa e termina com duas gigantescas reações físico-químicas, uma de síntese e outra de análise ou decomposição. E se você não crê em nada, é só isso que te resta: você é apenas um "moleculão".

Para terminar, uma piada idiota (sempre!): até hoje ninguém conseguiu medir a matéria escura, apesar de ela representar 95% do Universo. "É uma parte do Universo que os astrônomos sabem que existe, mas ainda não sabem exatamente o que seja". Como ela não emite radiação eletromagnética, fica "invisível". Para mim, essa "matéria" deve ser formada pela alma ou pelo espírito dos mortos. Como a maioria das pessoas não tem nenhum brilho intelectual, a coisa fica escura mesmo (bazinga!).

4 comentários:

  1. Pode parecer que não, mas a vida é bem interessante sendo um moleculão. Basta imaginar como é instigante tentar entender a origem do pensamento sem respostas fáceis como a dádiva de um criador.

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    1. Eu jamais diria que não é. Como percebeu, eu não encontro nenhum sentido para a Vida. Talvez por isso ela seja tão interessante, independente da crença (ou sua ausência) de cada um. E, fala sério, a ideia do "moleculão" (ficaria mais elegante se eu tivesse dito "a grande molécula") foi bem simpática, não foi?

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    2. A resposta é que talvez a vida não tenha que ter sentido. Mas se a busca pelo sentido é necessária, talvez ele resida em fazer dos seus pessoas de bem com a vida.

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    3. Talvez você tenha razão. Bizarro é o fato de passarmos nossas vidas dando um sentido a cada coisa que fazemos ou pretendemos ou desejamos. Esse paradoxo é que é faz o cérebro ferver. Quanto à última sugestão, ela é dificílima de cumprir.

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