sábado, 23 de maio de 2015

NOÇÕES BÁZECAS SOBRE CONJUNTOS - AULA 1

Eu não entendo porque as pessoas têm tanto medo ou aversão à Matemática. Se você conhece os fundamentos dessa matéria, se seus alicerces são bons, você pode até não construir um arranha-céu, mas certamente poderá fazer um prédio melhor do que os do programa "Minha casa, minha vida" (eu acho que estava falando de matemática!).

Mas, se você é da turma que senta (apenas nas carteiras, lógico) no fundo da sala de aula, pode ter dificuldades até para comprar uma moqueca. Sei lá, pode achar, por exemplo, que "dois e dois são cinco".

Por isso, mesmo não sendo um Salman Khan (nunca ouviu falar? Pelo menos a revista "Caras", você lê, não é?), tenho tentado divulgar alguns conceitos básicos dessa área. Só no Blogson (lamento dizer, mas só tenho este blog) já ensinei "NOÇÕES DE ZÉOMETRIA ESPECIAL" - em doze (!) lições. 

Ainda no mesmo blog (volto a repetir: só tenho este, pô!) introduzi o tema "A VIDA ZÉXUAL DOS VETORES" (16 posições). Apesar das poucas aulas, aprofundei bastante. Diria até que entrei com tudo (na matéria, óbvio).

Diante do enorme sucesso alcançado (quase um aluno por aula!), resolvi continuar com essa cruzada, com essa missão de divulgar a beleza e a elegância da Matemática. Por isso, a partir de hoje, apresentarei noções básicas, melhor dizendo, bázecas sobre conjuntos. E começa agora!



O QUE É UM CONJUNTO?

Conjunto é, em princípio, um agrupamento de n elementos. Alguém já disse que uma imagem vale mais que mil palavras. Por isso, para exemplificar o que é um conjunto, apresento a imagem de um, formado por quatro elementos. 

Mas, nesse caso específico, direi apenas que uma palavra vale mais que mil imagens. E a palavra é BEATLES



quinta-feira, 21 de maio de 2015

OSTENTAÇÃO PARTE II - OSTENTUDO

Hoje em dia, parece que a moda entre alguns artistas é o estilo "ostentação". Curiosamente, essa novidade viceja justamente onde o mau gosto musical predomina - no funk e no sertanejo. Talvez para compensar uma eventual origem humilde, cheia de privações, é perfeitamente natural que esses artistas queiram ter tudo o que não tiveram antes. A questão é que, além de ter, precisam ostentar riqueza, precisam mostrar que estão por cima da carne seca, que estão com tudo, que são aqueles que têm tudo, "os tem tudo". Como a jogada é a ostentação, esses ostentadores complexados são os verdadeiros "ostentudo" (ruim não é o neologismo com erro de concordância, é a piada toda!). 

"OSTENTUDO"
Esse negócio de ostentação é uma coisa curiosa. Creio que a febre começou com os cantores sertanejos. Primeiro, usando chapéus à la faroeste americano, já que esse modelo não era visto por aqui. Depois, começaram com outros adereços: fivelas do tamanho do escudo do Capitão América, pulseiras e anéis de ouro mais pesados que o Coisa ou o Hulk, botas exclusivíssimas feitas com a "pele do saco de camelo albino da Islândia", alguma coisa por aí.

A mania de ostentar riqueza atingiu seu paroxismo com os funkeiros, com suas correntes de ouro que podem provocar desvio na coluna, de tão pesadas. Bonés cujas letras e símbolos dourados são tão grandes que parecem saídas de um outdoor. Os tênis que usam (ostentam) são quase tão caros quanto uma propina do Petrolão e os carros importados são de deixar o Roberto Carlos humilhado, etc. Porque o negócio é exibir e se exibir, mostrar que a grana está sobrando.

O curioso dessa história é que o desejo dos artistas de ostentar riqueza dessa forma só impressiona as pessoas de seu próprio extrato sócio-cultural. Para as demais, é apenas uma atitude de mau gosto, jeca, brega, cafona, baranga ou over (pode escolher a gíria de acordo com sua idade).

Pensando nisso tudo, fiquei imaginando outros lugares onde a ostentação poderia se manifestar. E surgiu o desenho que encerrará este assunto. Mas esse, só amanhã.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

OSTENTAÇÃO PARTE I - BLECAUTE

Como sabem algumas pessoas, estudei engenharia, mas psicologia era uma das minhas opções quando estava perto do vestibular. Talvez por isso, estou sempre tentando me entender, me analisar. Hoje, por exemplo, fiquei pensando porque tento postar alguma coisa todo dia ou quase isso, apesar de já ter dito que novos textos só seriam divulgados uma vez por semana, às sextas-feiras. E a conclusão é sempre a mesma a que já cheguei em outras ocasiões: eu tenho uma carência afetiva quase congênita.

Por isso, mesmo que eu saiba ou pressinta que as pessoas em geral gostam de mim, parece que eu sempre preciso mais. Mais atenção, mais elogios, mais reconhecimento, como se isso fosse uma droga e eu um viciado. 

E o Blogson acaba sendo um instrumento para que eu possa me exibir, para ostentar meus dotes intelectuais, meu humor, minha inteligência, minha ironia. E aí cheguei onde queria: insegurança, carência afetiva podem levar a algum tipo de ação compensatória, à ostentação. Por isso, resolvi me divertir um pouco com essa ideia - que é o tema de hoje. 

Como não sou bobo (pelo menos, não tanto quanto aparento ser), resolvi apresentar este tema em três posts distintos. Não só pelo estilo diferente de cada um, mas para enganar a mim mesmo e postar em três dias sequenciais. E o primeiro é um resgate de lembranças de infância. Som na caixa!


BLECAUTE
Até me casar, morei em uma rua que era o acesso natural daqueles que iam e vinham da área central da cidade aos bairros mais periféricos da região. Quando eu era criança, a rua tinha mão dupla e trilhos para bondes. Era, já naquela época, uma rua bastante movimentada, por onde passava todo tipo de gente. Havia um sujeito, em especial, que me fascinava, pois tinha uma bicicleta tão cheia de acessórios, enfeites, flâmulas, buzinas, faroletes e todo tipo de tranqueira usada à guisa de decoração que era impossível ficar indiferente à sua passagem. Sem brincadeira, imagino que a bicicleta devia ter um peso extra de uns trinta quilos, no barato. O que talvez fosse um problema, já que ele descia montado, mas subia empurrando. Tinha o apelido de Blecaute, talvez por uma semelhança distante com o Blecaute original, cantor que era também conhecido pelo epíteto (pedante!) de "General da Banda". 

A bicicleta era tão chamativa que inspirou o Lé, um dos meninos das redondezas, a fazer alguma coisa parecida. Justamente o mais pobre, o mais humilhado, o mais miserável - e o mais revoltado. Que construiu um patinete de rolimã com formato de lambreta (scooter). 

Com o dinheiro que conseguia vendendo ferro velho, cobre e bronze que ia catando por onde andasse (nunca, jamais roubou nada), estofou o banco, comprou buzinas, faroletes, flâmulas, enfeites e todo tipo de maluquice, exatamente da mesma forma que a bicicleta do Blecaute. Tinha tanta coisa que poderia quebrar ou estragar que nem o dono andava nele, exceto para exibi-lo e se exibir. Tentei achar na internet alguma imagem que lembrasse a bicicleta ou o patinete, mas não encontrei nada tão kitsch, tão esquisito, tão fenomenal. Creio que esses são os exemplos mais antigos de ostentação que conheço.

terça-feira, 19 de maio de 2015

COPYRIGHT

Depois de criar este blog, cheguei a pensar que alguém poderia querer copiar alguma das minhas piadinhas e mandar para um conhecido. Não que minhas piadas sejam boas. Na verdade, são bem ruinzinhas – assim, pelo menos, dizem meus filhos, em um caso flagrante de bullying contra o próprio pai (ah, tempo estranho esse em que vivemos!).

Não tenho nada contra alguém copiar o que escrevo, até porque não ganho merda nenhuma com isso. O que me deixa meio grilado (gíria antiga) é que hoje há um grande número de analfabetos funcionais, gente que não consegue nem mesmo copiar sem erro alguma coisa. Assim, o meu problema não é com o Copyright, mas com o Copywrong.


domingo, 17 de maio de 2015

VOCÊ É REACIONÁRIO?

Durante a primeira fase da minha infância, vivi em uma bolha de proteção exagerada e proibição severa. Comecei a dizer isso porque o assunto hoje é política. A letra pequena é só para deixar claro meu desconforto e constrangimento de falar desse assunto, porque eu não entendo porra nenhuma de política. Nunca entendi, nunca me interessei e sempre fugia desse assunto como o diabo foge da cruz. Fugia, porque assim como o diabo precisa da cruz para se validar, eu hoje sou obrigado a conviver diariamente com esse assunto indigesto. 

Alguém disse uma vez que se você não se interessa por política, está fadado a ser governado por quem se interessa. Aí resolvi ficar um pouco mais ligado nesse assunto. Mas continuo não entendendo nada do tema.

Talvez alguém até queira me chamar de "bolha", o que, venhamos e convenhamos, além de ser uma gíria antiga, faz com que eu me lembre da minha infância e sua cota exagerada de proteção e restrições. Captou onde eu queria chegar? Ainda não? Tá difícil, heim?

Mas não quero falar de cotas, protecionismo ou proibição, temas tão caros a alguns políticos brasileiros. O que eu quero mesmo é viajar na maionese, quero me divertir com uma palavra muito (mas muito mesmo) usada pela esquerda brasileira para identificar de forma genérica e apressada  aqueles que não pensam de forma igual. Não, não é "direita". A palavra é "reacionário".

Sem sacanagem, quando eu ouço alguém falando ou escrevendo isso, eu sinto até alergia (pronto, já comecei a me coçar!). O que me irrita é o fato de algumas correntes ideológicas apropriarem-se de certas palavras, como se fossem só deles. Reaça é uma delas (forma "afetiva" do termo).

Bom, já fiz todos os comentários Jotabê que desejei fazer. Agora vou falar um pouco mais seriamente (só um pouco). Antes disso, prefiro lembrar o ensinamento do velho e bom Millor: "livre pensar é só pensar". Então, vamos lá. Mas, como sou um ignorante em termos políticos (essa parte é real), resolvi pedir ajuda "aos universitários" da internet. E achei isso na Wikipédia (o grifo é meu): 

"O termo reacionário é associado aos indivíduos que defendem uma manutenção do 'status quo' político e social quando propostas de mudança ou tentativas de revoluções são encetadas. É utilizado para situacionistas que se opõe às mudanças societais preconizadas pelas oposições, mantendo dessa forma, sua maneira de governar.
O sentido histórico do termo reacionário refere àquele que se contrapõe a mudanças revolucionárias, sociais e políticas."

Alguém pode até discordar dessa definição (ainda mais depois da minha sublinhada), mas, mesmo sendo um ignorante, acredito que está conceitualmente correta. O curioso dessa visão (ou de qualquer outra definição que as pessoas queiram utilizar) é que ela provoca uma sensação estranha se for aplicada a dois países irmãos. No caso, a Coréia do Sul e a Coréia do Norte. Pensem bem, na verdade, são partes de um mesmo país, assim como já foram um dia as Alemanhas Ocidental e Oriental. Sem entrar no mérito das condições de vida da população de cada um, apenas as ideologias dominantes são antagônicas. E é aí que dá para surfar na maionese. Pensem bem, o que é "reacionário" para uma é "revolucionário" para a outra! E vice-versa.

Por isso, é preciso cuidado com as palavras usadas de forma displicente e, até, com má fé. Porque, mesmo que os petistas esperneiem, no Brasil de hoje, partido reacionário mesmo é o PT. Ou não?



BÔNUS

Já que falei em Coréia do Norte, devo dizer que achei muito estranho executar alguém sob a alegação de que estava dormindo durante um desfile militar. Mais estranho ainda foi usar munição antiaérea para detonar o dorminhoco. Vai ver, alguém entregou que o sujeito estava com a cabeça nas nuvens.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

B. B. KING (QUANDO EU ME CHAMAR SAUDADE)

Na escola de engenharia fiquei conhecendo um sujeito gente fina, muito abonado, que tinha zilhões de discos. Perguntei se me emprestaria alguns e ele concordou tranquilamente, o que eu jamais faria com ninguém. Fomos até sua casa e ele me deixou escolher à vontade. Eram discos incríveis, com capas fantásticas. 

De cara, fui pegando dois do Cat Stevens, dois do Jimi Hendrix, dois do Alice Cooper, um duplo do Crosby, Stills, Nash & Young e um que me atraiu pela capa, que era absurdamente bem bolada. A capa, propriamente dita, trazia uma guitarra cujo corpo era uma melancia cortada ao meio e acoplada ao braço do instrumento, com captores e tudo mais. 

A contracapa trazia a mesma ideia, só que a melancia estava comida, as cordas soltas, etc. O nome do disco era "Indianola Mississippi Seeds". E o artista chamava-se B. B. King  - de quem eu nunca tinha ouvido falar. No total, peguei uns dez discos. Ouvi todos  várias vezes, na vitrolinha lá de casa (era o som que eu tinha). Menos o da melancia. Na época, achei o som muito esquisito.

Anos depois, já casado, resolvi ouvir os ídolos dos meus ídolos. E um deles, reverenciado por vários músicos de rock, era B. B. King. Resolvi comprar o disco da melancia (era o único que eu já tinha visto), mas nunca encontrei nas lojas. Um dia, em uma banca de saldos (as minhas preferidas), encontrei o LP "L. A. Midnight". Foi ouvir uma vez para ficar fã. A partir daí comecei a comprar - e ganhar - tudo que existia dele em vinil nacional.

Um belo dia, a notícia bomba: B. B. King viria ao Brasil e uma das cidades onde se apresentaria era Beagá. Não tive dúvida, comprei logo um par de ingressos (caros pra caramba!) e fiquei esperando o grande dia. Que não chegou. Ou melhor, só chegou para minha Amada, pois tive de viajar a serviço justamente no dia da apresentação. Para não perder o ingresso que tinha preço de joia, minha cunhada foi também. 

O pitoresco dessa história é que as duas levaram um gravadorzinho Phillips a pilha e gravaram todo o show. Não bastasse isso, ao fim da apresentação, minha cunhada voou até o palco, abraçou o B. B. King e ganhou dele uma palheta, um autógrafo no programa do show e uma caneta, que ela deu para um namorado ou amigo, não sei ao certo. Só sei que ela deu para alguém (a caneta, lógico).




Alguém, lá de trás filmou o show (uma gravação muito ruim, pois deve ter sido feita às escondidas). Um dia, descobrimos esse filme na internet. E lá estava minha cunhada no palco, com o Blues Boy King. Não sei se esse vídeo ainda está disponível na web.

Pois bem, o velho e bom Riley Ben King morreu ontem, mas eu só soube disso hoje. Certamente ele foi super homenageado em vida (lembrei-me da música do Nelson Cavaquinho) e será também a partir de agora. Por isso, minha homenagem nada acrescenta às milhares, aos milhões a que tem direito. O que ele precisa mesmo é ser ouvido. E com alegria, com prazer. Por isso, escolhi uma música ("I like to live the love") que se encontra no segundo disco que comprei. Não é exatamente um daqueles blues chorosos, mas é ótima de se ouvir. Espero que gostem e se divirtam. Se alguém quiser conhecer a letra com uma tradução feita pelo Google, aí vai também.
   




My song is a serious matter
It reflects what I feel
If I say I love you, I mean it
'Cause in my song
Every line is for real

Every man or woman
Enjoys a sweet home
To a peaceful situation
To give love and receive love
Without any complications

Whether my tune is short or long
Whether my lyrics are weak or strong

I like to live the love
That I sing about in my song
I like to live the love
That I sing about in my song

Music is love
And my love is music
In perfect harmony
So when I sing
I have sung all about
The love of you and me

I never got angry with my guitar
'Cause when I strike a chord
It gives me what I wanna hear
So I'm finding out that
We are quite like my song together, my dear

Outside answers
Should always be forbidden
Problems should be solved
And never hidden

I like to live the love
That I sing about in my song
I like to live the love
That I sing about in my song
Minha música é uma coisa séria
Ela reflete o que eu sinto
Se eu digo eu te amo , eu quero dizer isso
Porque na minha canção
Cada linha é real

Todo homem ou mulher
Gosta de seu doce lar
Para uma situação pacífica
Para dar amor e receber amor
Sem quaisquer complicações

Se minha música é curta ou longa
Se minhas letras são fracas ou fortes

Eu gosto de viver o amor
Que eu canto em minha música
Eu gosto de viver o amor
Que eu canto em minha música

Música é amor
E meu amor é música
Em perfeita harmonia
Então, quando eu canto
Eu cantei tudo sobre
O amor de você e de mim

Eu nunca fiquei com raiva da minha guitarra
Porque quando eu golpeio uma corda
Ela me dá o que eu quero ouvir
Então, eu estou descobrindo que
Estamos completamente como minha música juntos, minha querida

Outras respostas
Deveriam sempre ser proibidas
Os problemas deveriam ser resolvidos
E nunca escondidos

Eu gosto de viver o amor
Que eu canto em minha música
Eu gosto de viver o amor
Que eu canto em minha música

ENCHENDO O LATÃO


quinta-feira, 14 de maio de 2015

VOCÊ, DE NOVO

Depois do casamento de nosso filho, temos nos dedicado a rearrumar e ocupar os armários anteriormente utilizados por ele. Pastas e papeis foram revisados, organizados e guardados ou simplesmente descartados. Por conta disso, descobri uma mensagem dedicada ao Dia das Mães que escrevi para minha Amada, em maio de 2002. 

Pois bem, o Dia Internacional da Mulher passou, passou também o Dia das Mães. Mas, para mim, todo dia é dia da minha Amada, dia do meu Amor. Por isso, em sua homenagem, resolvi divulgar esse texto exatamente como foi escrito há treze anos.


Não sabemos comprar blusas,
Não sabemos comprar sapatos,
Não sabemos comprar presentes.

Desconhecemos as sutilezas da moda,
Desconhecemos a complexidade da alma feminina,
Mal nos aproximamos da sensibilidade feminina.

Somos broncos por natureza, de nascença.
Mal sabemos demonstrar o quanto te amamos. Ignoramos
Como demonstrar o quanto sua existência ilumina nossas vidas.

Apenas sabemos de sua absoluta importância para nós.
E sabemos que o “ser mãe”, em toda a sua profundidade
Ficou valorizado e intensificado, graças a você.

Você criou um novo parâmetro
Uma nova dimensão nesse ato, nessa capacidade
Nessa missão e nesse dom de ser mãe.

Você, com suas infinitas qualidades, valorizou
O ato de ser mãe e, por consequência 
O dia em que se comemora essa natureza.

Gostaria de te dizer o quanto te amamos
Mas creio não ter palavras. Apenas digo
Que o nosso amor só é possível pelo amor que emana de você.

                                                                                                                                    Maio/2002 

quarta-feira, 13 de maio de 2015

ESTE BLOG É MESMO UMA ZONA!

Quando criei este blog, resolvi indexar os posts por seu estilo predominante. Com isso, por exemplo, mesmo que fosse um diálogo padrão Jotabê, mas, se o assunto fosse religião, o texto era obrigatoriamente incluído na seção Religare, e apenas lá.

Como o Blogson é hoje um dos meus passatempos prediletos, meu tamagotchi virtual, estou sempre lendo ou relendo alguma coisa já postada. Foi em uma dessas relidas que surgiu a ideia que apresento agora: os textos já divulgados poderão ser incluídos em mais de uma seção, caso seu estilo assim permita. 

Existem pessoas que abominam qualquer assunto relacionado com religião; já outros acham perda de tempo ler textos de humor. Com essa reindexação (que já estou fazendo), ficará fácil para algum desses leitores acessar apenas os posts que se enquadrem em seus próprios hábitos de leitura. 

Agora, o que não estou entendendo é o fato de as visualizações estarem subindo exponencialmente, de uma forma que acredito ser falsa, artificial. Não acredito terem surgido novos leitores só por conta dessa novidade! Alguém pode me explicar o motivo disso?

Eu sei que isso é apenas mais uma das minhas maluquices. Como dizer que só haverá um post por semana e, em seguida, publicar quase todos os dias. Pode ser. Da mesma forma, sempre imagino estar dando explicações para um leitor inexistente que nunca as pediu - mesmo sabendo que existem alguns MaLuCos que têm o puta Azarão de ler o Mixidão que é esta bagaça. Mas tenho certeza que aqueles que o leem com frequência devem se assustar tanto às vezes, que podem ficar tentados a gritar "GEEK!", como se estivessem assistindo um "filme B" de terror, em preto e branco, em um cinema vazio, à meia-noite. Quem sabe, não é mesmo?


terça-feira, 12 de maio de 2015

GUARANI F(I)M

No dia 1º de maio de 2015 a Rádio Guarani FM, de Belo Horizonte, encerrou suas transmissões. Passou de efe eme para efe i eme (muito ruim!). Pertencia ao grupo Diários Associados e sua programação era voltada "para as classes A e B". Para mim, era também voltada para gente mais velha, assim como eu. Sua frequência foi vendida ou sei lá o que para uma rede de emissoras evangélicas. Algum problema nisso? Nenhum, a não ser o fato de que era uma das minhas preferidas para escutar no rádio do carro.

A Guarani, tinha uma programação mais elitizada, com programas como “Um toque de clássico” ou “momento jazz” (esqueci o nome correto), tocava muita MPB, Beatles e sucessos internacionais mais antigos. Funk, axé, pagode e sertanejo, nem pensar. Por isso mesmo era uma das emissoras pré-programadas no rádio do nosso carro. A ironia dessa história é que os criacionistas fizeram valer a sina evolutiva, a de que só os mais fortes e mais aptos sobrevivem.

Tempos atrás, depois de uma reforma gigante em nossa casa, resolvemos plantar grama no quintal. Compramos a grama e chamamos um jardineiro para plantá-la. Depois de dois anos de muito entulho e materiais de construção, o quintal ficou uma beleza.

Pouco tempo depois, talvez de sementes trazidas pelo vento ou por passarinhos, começaram a aparecer aqui e ali algumas espécies de capim. Comecei a arrancar o que via, mas acabei desistindo da ideia. Perguntei ao jardineiro o que poderia ser feito. Disse-me que por ser mais resistente, o capim acabaria expulsando ou matando a grama toda. Disse-me ainda que sempre seria preciso arrancar as mudas indesejadas ou trocar a grama da área invadida. Olha só, as observações e estudos do Darwin sendo replicadas em nossa casa!

Pois bem, essa gororoba serviu apenas para fazer a seguinte imagem: a Rádio Guarani era a grama delicada que foi vencida e substituída pelo capim gospel. É óbvio que se houve um comprador, alguém queria ou precisava vendê-la. O que me incomoda é o fato de hoje a maioria das emissoras FM ser controlada por igrejas evangélicas, com suas pregações alucinadas e músicas de louvação a Deus.

Ah, ia me esquecendo; desde 1º de maio, dia do início das transmissões da nova emissora, arranquei o capim gospel do meu rádio, ou melhor, excluí a frequência da velha e boa Guarani da lista de rádios pré-programadas. O problema agora é achar alguma coisa que seja audível, porque ficar o tempo todo ouvindo alguém falar no “versículo bla bla bla” ou músicas que são um verdadeiro pé no saco, sem chance!  

Sinceramente, se é para ouvir músicas de louvação, prefiro o Gilberto Gil cantando “Louvação”, de sua autoria.

domingo, 10 de maio de 2015

MÃÃE! SÓ TEM UMA!

Já que hoje é dia das mães, resolvi fazer um post sobre isso, enquanto admirava meu Amor durante a missa. Nada em minha Amada é mediano ou mais ou menos. Tudo nela é intenso, superlativo. Por isso, além de lindíssima e inteligentíssima, só poderia ser super mãe. E é. Mas não posso dar receita de como ser uma super mãe. Só vou contar um caso (gosto muito de contar casos): um de nossos filhos, ainda apenas com dois anos, era estrábico. O oftalmologista receitou óculos e a oclusão intermitente do "olho preguiçoso", o que "entortava". Por ser tão pequeno, incapaz de qualquer discernimento, recusava-se a usá-los. 

Meu Amor não teve dúvidas: colocou-o de frente para o espelho, mostrou-lhe o olho preguiçoso e disse com o maior carinho alguma coisa assim: - "está vendo seu olho? Ele está querendo se esconder dentro da sua cabeça. Se você não usar os óculos, ele continuará virando até se esconder totalmente e você ficará só com um olho. Você quer que isso aconteça?"  Nunca mais nosso filho tirou os óculos e o estrabismo foi corrigido.

Então, minha mensagem é para as mães comuns, aquelas que todos têm ou tiveram (inclusive eu):

Não importa a sua idade, cor, crença, ideologia. Não faz diferença se você é rica ou miserável, analfabeta ou PHD. Nem se você é alcoólatra ou apenas bebe socialmente; se é drogada, se fuma ou é abstêmia ("careta"). Menos ainda se você é gorda ou magra, vegana ou carnívora, linda ou dragão

Se você pretende ser mãe, se já está grávida, se tem um ou dez filhos, o que posso desejar é que você procure apenas ser uma mãe melhor do que a sua própria.

FELIZ DIA DAS MÃES!

BIZARRO

Creio que os códigos de conduta que permitiram a vida em comunidade eram no início apenas acordos mútuos, tácitos. Com o tempo, alguns teriam passado à categoria de rituais, outros à categoria de leis, outros ainda a costumes.

Mas há uma coisa que não consigo entender direito: desde o nascimento somos progressivamente moldados (ou afetados) por esse sem-número de comportamentos balizadores (na família, na escola, na profissão, na religião, no clube, nos restaurantes, na sociedade). Esses códigos são sempre repressores, impostos na marra.

Apesar disso, existem aqueles que, não contentes com seu pacote, com seu kit básico de restrições, rituais e normas, ainda buscam outros mais, com seu quê de bizarro ou ridículo (Lions Club, Ordem Rosacruz, Maçonaria, etc.). Vendo essas escolhas, fico pensando se nossos códigos são realmente repressores ou se sua carência já faz parte do nosso DNA.



sábado, 9 de maio de 2015

GPS CHINÊS

Como sabem os 2,3 leitores deste blog, meu nome de batismo é José Botelho. José Botelho Pinto. Não ria, pois é verdade. Já fiz um post sobre isso. Para quem não conhece, o link é:

Com um nome desses, eu tinha três opções: dar um tiro na cabeça, mudar de nome ou aceitar as inevitáveis gracinhas de pessoas com nome de gente normal – e até fazer piada com isso.

Talvez por conta dessa sina, sempre imagino trocadilhos e piadas envolvendo nomes próprios. O BLogson está empapuçado com trocadilhos (sempre) idiotas. Até já fiz um post sobre isso. Para quem não leu e quiser conhecer (pensando bem, talvez seja melhor não conhecer), o link é (hoje minha função “auto-marketing” está habilitada e descontrolada):

Mas existem marcas e palavras estrangeiras que viram piada imediata se forem usadas aqui. Quando eu trabalhava, tive um colega que era colecionador compulsivo de catálogos de equipamentos de construção, inclusive daqueles que nem eram encontrados no Brasil. O primeiro xerox colorido que eu vi foi justamente um catálogo de equipamento estrangeiro. Ficamos na dúvida se era cópia ou original, pois as cópias coloridas só chegaram ao país alguns anos depois. Era cópia. Mas, voltando ao tema de hoje, dois produtos tinham excelentes nomes: Fracasso e Bosta. Já pensou? –“Esse equipamento é uma Bosta!” ou então - "esse escoramento é um Fracasso!" (ninguém ficaria tranquilo debaixo de uma laje escorada com ele)..

Pois bem, descobri ontem que os chineses desenvolveram um sistema similar ao GPS e o nome é BeiDou (é sério, pode procurar no Google!). Aí não deu outra, imaginei um diálogo bem escatológico, bem no estilo Jotabê:

- Pô, esse caminho que você pegou está errado, cacete!

-Também estou achando...

- Você BeiDou?

-Ãhn? Desculpe, foi mal. Acho que é aquele pato laqueado que comi ontem.


sexta-feira, 8 de maio de 2015

GPS PARA TODOS

 Nunca tive muita paciência para ler o primeiro caderno dos jornais. Para mim, o primeiro caderno sempre foi o segundo, que traz(ia) notícias sobre música, literatura, e outros assuntos classificados genericamente como "culturais". Hoje, nem jornal mais eu leio. Em política e economia tudo é tão repetitivo que acabo ficando com azia. O governo do momento culpa o anterior por tudo de ruim que está acontecendo. Se vacilar, até a extinção dos dinossauros e o fim da série Bonanza entram no pacote. Se o governo anterior for do mesmo partido do atual, joga-se tudo para o anterior do anterior (esta expressão não ficou muito boa!).

Pior ainda é o erro de interpretação, ou melhor, os erros. Não estou nem falando de erros de gestão, porque aí não tem nem graça. Estou falando mesmo é de interpretação de informações. Por exemplo, a moçada do PT ama chamar quem está à sua direita - mesmo se for de centro - de "direita". Isso me deixa perplexo! É como usar o GPS no carro e a vozinha dizer pra você seguir em frente. Aí, você faz aquela cara de "já entendi!" e vira na primeira rua à direita ou à esquerda. 

Sei não, com a grana que o PT tem, e já que talvez não exista um “GPPS(Global Political Positioning System), devia pelo menos comprar um GPS para todo mundo.

IDENTIDADE CULTURAL

Um dia, estávamos conversando fiado – como sempre – quando eu disse a meu amigo "Digão" (não era esse seu apelido real) alguma coisa como "a gente precisa..." (não sei como é em outros lugares, mas em BH, pelo menos, é comum usar-se a expressão "a gente" como sinônimo de "nós"). Com uma falsa impaciência, meu amigo retrucou:
- A gente, não. Você precisa! Fui claro, James?
Diante do comentário, perguntei o que significava o "James" na história. E ele explicou:
- É como aquela história do nobre inglês e seu mordomo. Um dia, pela manhã, o mordomo entra no quarto do patrão, abre as cortinas e diz: - "Parece que teremos um belo dia hoje, milord". Ao que o nobre responde - "Errado, James. Eu terei o meu belo dia e você terá o seu belo dia!".

Talvez os politicamente corretos abominem e condenem o elitismo contido nessa piada -  que eu acho ótima. E falei dela para tratar de um assunto que me incomoda: sempre tem alguém falando em "identidade latino-americana" como se isso fosse real. Recentemente, no canal a cabo GLOBOSAT eu vi um trecho de um documentário chamado "Nosotros", onde um brasileiro fala coisas como "um tour pela identidade do nosso povo". E aí surge a pergunta: qual povo?

Embora às vezes me considere um pouco elitista, não me considero xenófobo em hipótese nenhuma. Isso não significa que me identifique com os traços culturais dos países da América hispânica. E o motivo é simples: o Brasil foi colonizado por Portugal, não pela Espanha; a língua falada é o português, não o espanhol. A cultura brasileira é uma salada feita com ingredientes de várias outras culturas (italiana, japonesa, alemã, etc.), mas, até onde enxergo, não tem quase nenhuma influência latino-americana. Por isso, com que identificar-me? Só porque estamos no mesmo continente?

Independente da política praticada e da ideologia adotada em cada país, tenho o maior respeito e admiração pela maioria deles. Apesar disso,  não consigo me identificar culturalmente com esses países nem com seus habitantes - embora lamente os equívocos cometidos na Venezuela, Bolívia, Equador, Argentina e Cuba e me solidarize com a população de cada um.

Também não me identifico com os países não hispânicos das Américas Latina e Central - Haiti, Suriname, etc. Ampliando um pouco mais o raciocínio, acredito e sinto que meus valores, minha cultura e visão de mundo têm origem no Ocidente. Por isso, mesmo que respeite e os admire muito, não consigo me identificar com a cultura e valores praticados nos países asiáticos ou africanos.

Para finalizar, conto outro caso que explica muito bem meu sentimento em relação a essa "identidade latino-americana":

Na mesma empresa onde eu e meu amigo "Digão" trabalhávamos, trabalhavam dois engenheiros brasileiros naturalizados, de origem russa, que eram pai e filho. Ou Pawel e Victor. O Victor – também conhecido como "Vitão" – era super gente fina e, por ter chegado ao Brasil ainda criança, falava português sem nenhum sotaque. O pai, extremamente formal e respeitoso, era conhecido por todos como “Dr. Pawel” e era também super gente boa.  Só uma coisa o aborrecia no comportamento do filho: ele dirigia-se ao Victor em russo e recebia a resposta em português. Segundo o Vitão, o pai ficava puto com isso. Perguntei o porquê da resposta em português e a explicação é que ele, Victor, era brasileiro e não tinha motivo nenhum para falar russo. Sabia falar, compreendia tudo o que o pai falava, mas recusava-se a usar a língua paterna. A identificação dele era com o Brasil, não com a Rússia.

Um dia ele contou um caso que me deixou estupefato, boquiaberto: seu pai, Dr. Pawel, tinha lutado na Segunda Guerra como soldado russo (lógico, né?). Foi ferido, aprisionado e levado a um campo de concentração (ou de prisioneiros) alemão. Em determinado momento, uma epidemia de tifo, difteria ou outra doença qualquer atingiu os prisioneiros. Não havia remédio nem enfermaria para todo mundo. A solução foi escolher aqueles que tinham chance de sobreviver e trabalhar no campo. Um médico alemão olhava superficialmente os prisioneiros enfileirados e ia escolhendo na base do – "Você, passe para o lado de cá; você aí do lado, pode ficar onde está". E essa divisão definia os que seriam salvos e os que seriam deixados para morrer por falta de tratamento.

Não precisa dizer que o Pawel, por ser grandão, forte e atarracado, foi mandado para a enfermaria, onde recuperou a saúde, atendido pelo tal médico alemão.

A guerra acabou, os prisioneiros foram libertados e, depois de algum tempo, o engenheiro russo veio parar no Brasil, mais precisamente em Belo Horizonte, mais precisamente ainda na Rua Leopoldina, localizada no bairro Santo Antonio.

O médico alemão também veio para o Brasil, mais precisamente para Belo Horizonte, mais precisamente ainda para a Rua Leopoldina, localizada no bairro Santo Antonio (a repetição foi proposital). Morando na mesma rua, acabaram se reencontrando (ou apenas se reconhecendo).  

Ao final dessa história, totalmente fascinado pela coincidência "cósmica", perguntei ao Victor se seu pai e o médico conviviam, se tinham ficado amigos - afinal, um tinha salvado a vida do outro! E a resposta do Vitão, surpreendente para mim, definiu a questão da identificação cultural:

- Lógico que não! Meu pai é russo e ele é alemão!


quarta-feira, 6 de maio de 2015

COMENTANDO AS ÚLTIMAS - 04

A declaração abaixo foi copiada do site IG, da seção "Último Segundo" (o grifo é meu):

“Eu sou um cidadão quase que aposentado. Mas o que me deixa inquieto é o medo que a elite brasileira tem de que eu volte à Presidência da República. É um medo inexplicável, porque nunca eles (empresários, banqueiros e trabalhadores) ganharam tanto dinheiro na vida como ganharam no meu governo. Eles deveriam todo dia agradecer e acender uma vela para minha passagem e a da Dilma pelo governo", disse Lula.

Fico imaginando que a Queiroz Galvão, a Constran, a UTC, a Odebrecht, a Camargo Correia, a OAS, a Mendes Jr., a Galvão e outras empreiteiras contratadas pela Petrobrás talvez endossem essa afirmação. Acho justo.


COMENTANDO AS ÚLTIMAS - 03

O PT é mesmo um partido de gente esquisita. Os caras estão até zurrando contra a terceirização. Não consigo imaginar o motivo por rejeitarem tanto essa proposta. Afinal, o que eles mais gostam de fazer é justamente terceirizar a culpa pelas burradas que cometeram na economia! Ou não?

VOVÓ MAFALDA

Às vezes digo em tom de brincadeira que penso em criar uma ONG para “resolver” nosso “problema” da falta de netos. Até já pensei em um nome, que poderia ser “Avós de Empréstimo” ou “Avós de Aluguel”.

Tudo bem que existe o Zulu. Quando vem aqui, meu filho diz para ele coisas do tipo -"vai lá com o vô, vai!" ou -"morde o vô,  morde!" (dureza!). Então, querendo ou não, ele é meu "neto". 

O problema é que, apesar de ter me puxado - já que é totalmente sem noção, um verdadeiro "toscano" - o Zulu tem rabo, o que, venhamos e convenhamos, já passa um pouco da conta!


Meu neto Zulu, flagrado em momento de intensa atividade intelectual,.quando refletia sobre os rumos da economia do país. 


Hoje, entretanto, tive um estalo que mudou tudo: não se discute que a internet é onipresente com suas redes sociais e tudo mais. Por isso, baseado no senso comum que diz que “a propaganda é a alma do negócio”, pensei na criação de um misto de blog e ONG, um “BLONG” (sei não, tive agora a sensação que uma categoria com esse nome, não pegará). 

Uma coisa eu sei: blog ou ONG, essa "coisa" colocaria avozinhos carentes de netinhos inexistentes em contato virtual com netinhos que não tem mais avós vivos.  

Pensem bem, ninguém gastaria nada, não precisaria trocar fraldas nem dar papinha. Acho que o nome ideal para esse BLONG poderia ser “INTERNETOS” (gênio!).

(Os estalos que Jotabê tem normalmente acontecem nas juntas).


terça-feira, 5 de maio de 2015

POEMITO, POEMEDO

Se não é pra contar, eu falo

Se não posso dizer, eu digo

Se é para omitir, escancaro

Mas, se quero falar... me calo         


segunda-feira, 4 de maio de 2015

ENTÃO QUERES SER UM ESCRITOR? - CHARLES BUKOWSKI

Antes de descobrir o blog “A Marreta do Azarão”, eu nunca tinha lido nada do Bukowski. Aliás, “Bukowski” era para mim como que um ruído, um som estranho ouvido em algum lugar, mas sem jamais chamar a atenção. Aparentemente, o Marreta (mesmo sendo ateu) idolatra e adora esse sujeito. Como o Azarão é o primeiro dos 2,3 leitores do Blogson, resolvi descobrir alguma coisa desse Bukowski. Na Wikipédia encontrei isso:

Henry Charles Bukowski Jr. (nascido Heinrich Karl Bukowski) foi um poeta, contista e romancista estadunidense nascido na Alemanha. Sua obra de caráter (inicialmente) obsceno e estilo totalmente coloquial, com descrições de trabalhos braçais, porres e relacionamentos baratos, fascinaram gerações que buscavam uma obra com a qual pudessem se identificar.

Bukowski sonhou a vida inteira em ser reconhecido pelo seu trabalho como escritor. De estilo agressivo e inconformado e, na maioria das vezes, ébrio, sentava em sua máquina de escrever e, com uma sutileza surpreendente, deixava fluir seus pensamentos sem censura alguma. Bukowski vivia em um mundo atormentado e distorcido, totalmente fora dos padrões impostos pela sociedade de sua época. O escritor nunca fez questão de esconder que seus trabalhos eram, quase sempre, autobiográficos. E sua falta de discrição era tão grande, que durante toda vida teve de lidar com a quebra de laços de amizade. Ele citava, sem qualquer preocupação, nomes e, quando muito inspirado, fazia duras críticas às pessoas que o cercavam. Repulsa, nojo, ódio, amor, paixão e melancolia. Esses são alguns dos sentimentos que mais inspiraram Charles Bukowski, que passou a vida nos becos dos Estados Unidos, na composição de toda sua obra. Cada poesia, cada romance e cada conto do escritor traz um pouco da vida do "Velho Safado", como ficou conhecido no mundo inteiro.

Continuando minha gororoba, aí está a chave para entendimento do Azarão: em muitos de seus textos o estilo é raivoso, colérico e... obsceno. Algum problema? Para mim, nenhum, já que ele escreve muito bem. A única diferença entre nós é que, embora gostemos de poesia, eu prefiro um estilo mais lírico, menos farpado, menos obsceno. O jogo elegante de palavras, a imagem genialmente sacada me atraem mais do que sentimentos visceralmente expostos. Questão de gosto, lógico.

Mas estou falando muito. Mesmo assim, preciso completar o raciocínio que me levou a este post. Os textos de mais sucesso (padrão Blogson, lógico) que divulgo no blog são justamente aqueles mais pessoais, autobiográficos, em que deixo a emoção fluir sem autocensura, de forma sincera, verdadeira. Creio que foi isso que o Bukowski disse no poema abaixo - minha reverência de hoje.

se não sai de ti a explodir
apesar de tudo,
não o faças.
a menos que saia sem perguntar do teu
coração, da tua cabeça, da tua boca
das tuas entranhas,
não o faças.
se tens que estar horas sentado
a olhar para um ecrã de computador
ou curvado sobre a tua
máquina de escrever
procurando as palavras,
não o faças.
se o fazes por dinheiro ou
fama,
não o faças.
se o fazes para teres
mulheres na tua cama,
não o faças.
se tens que te sentar e
reescrever uma e outra vez,
não o faças.
se dá trabalho só pensar em fazê-lo,
não o faças.
se tentas escrever como outros escreveram,
não o faças.

se tens que esperar para que saia de ti
a gritar,
então espera pacientemente.
se nunca sair de ti a gritar,
faz outra coisa.

se tens que o ler primeiro à tua mulher
ou namorada ou namorado
ou pais ou a quem quer que seja,
não estás preparado.

não sejas como muitos escritores,
não sejas como milhares de
pessoas que se consideram escritores,
não sejas chato nem aborrecido e
pedante, não te consumas com auto-
— devoção.
as bibliotecas de todo o mundo têm
bocejado até
adormecer
com os da tua espécie.
não sejas mais um.
não o faças.
a menos que saia da
tua alma como um míssil,
a menos que o estar parado
te leve à loucura ou
ao suicídio ou homicídio,
não o faças.
a menos que o sol dentro de ti
te queime as tripas,
não o faças.

quando chegar mesmo a altura,
e se foste escolhido,
vai acontecer
por si só e continuará a acontecer
até que tu morras ou morra em ti.

não há outra alternativa.
e nunca houve.

(Tradução: Manuel A. Domingos)

ESTRELA DE BELÉM

  Na música “Ouro de Tolo” o Raul Seixas cantou estes versos: “Ah! Mas que sujeito chato sou eu que não acha nada engraçado. Macaco, praia, ...