Durante a primeira fase da minha infância,
vivi em uma bolha de proteção exagerada e proibição severa. Comecei a dizer
isso porque o assunto hoje é política. A letra pequena é só para
deixar claro meu desconforto e constrangimento de falar desse assunto,
porque eu não entendo porra nenhuma de política. Nunca entendi, nunca me
interessei e sempre fugia desse assunto como o diabo foge da cruz. Fugia, porque assim como o diabo precisa
da cruz para se validar, eu hoje sou obrigado a conviver diariamente com esse
assunto indigesto.
Alguém disse uma vez
que se você não se interessa por política, está fadado a ser governado por quem
se interessa. Aí resolvi ficar um pouco mais ligado nesse assunto. Mas continuo
não entendendo nada do tema.
Talvez alguém até queira me chamar de
"bolha", o que, venhamos e convenhamos, além de ser uma gíria antiga,
faz com que eu me lembre da minha infância e sua cota exagerada de proteção e
restrições. Captou onde eu queria chegar? Ainda não? Tá difícil, heim?
Mas não quero falar
de cotas, protecionismo ou proibição, temas tão caros a alguns políticos
brasileiros. O que eu quero mesmo é viajar na maionese, quero me divertir com uma
palavra muito (mas muito mesmo) usada pela esquerda brasileira para identificar de forma genérica e apressada aqueles que não pensam de forma igual. Não, não é "direita". A palavra é "reacionário".
Sem sacanagem, quando
eu ouço alguém falando ou escrevendo isso, eu sinto até alergia (pronto, já
comecei a me coçar!). O que me irrita é o fato de algumas correntes ideológicas
apropriarem-se de certas palavras, como se fossem só deles. Reaça é
uma delas (forma "afetiva" do termo).
Bom, já fiz todos os
comentários Jotabê que desejei fazer. Agora vou falar um pouco mais seriamente (só um pouco).
Antes disso, prefiro lembrar o ensinamento do velho e bom Millor: "livre
pensar é só pensar". Então, vamos lá. Mas, como sou um ignorante em
termos políticos (essa parte é real), resolvi pedir ajuda "aos
universitários" da internet. E achei isso na Wikipédia (o grifo é
meu):
"O termo reacionário é
associado aos indivíduos que defendem uma manutenção do 'status quo' político
e social quando propostas de mudança ou tentativas de revoluções são encetadas. É
utilizado para situacionistas que se opõe às mudanças societais preconizadas
pelas oposições, mantendo dessa forma, sua maneira de governar.
O sentido histórico
do termo reacionário refere àquele que se contrapõe a mudanças revolucionárias,
sociais e políticas."
Alguém pode até discordar dessa definição (ainda mais depois da minha
sublinhada), mas, mesmo sendo um ignorante, acredito que está conceitualmente
correta. O curioso dessa visão (ou de qualquer outra definição que as pessoas
queiram utilizar) é que ela provoca uma sensação estranha se for aplicada a dois países irmãos. No caso, a Coréia do Sul e a Coréia do Norte. Pensem bem, na verdade, são partes de um mesmo país, assim como já foram um dia as Alemanhas Ocidental
e Oriental. Sem entrar no mérito das condições de vida da população de cada um,
apenas as ideologias dominantes são antagônicas. E é aí que dá para surfar na
maionese. Pensem bem, o que é "reacionário" para uma é
"revolucionário" para a outra! E vice-versa.
Por isso, é preciso cuidado com as palavras usadas de forma displicente e, até, com má fé. Porque, mesmo que os petistas esperneiem, no Brasil de hoje, partido reacionário mesmo é o PT. Ou não?
Por isso, é preciso cuidado com as palavras usadas de forma displicente e, até, com má fé. Porque, mesmo que os petistas esperneiem, no Brasil de hoje, partido reacionário mesmo é o PT. Ou não?
BÔNUS
Já que falei em Coréia do Norte, devo dizer que achei muito estranho executar alguém sob a alegação de que estava dormindo durante um desfile militar. Mais estranho ainda foi usar munição antiaérea para detonar o dorminhoco. Vai ver, alguém entregou que o sujeito estava com a cabeça nas nuvens.
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