quarta-feira, 15 de novembro de 2023

A FALTA DE SONO ESTÁ ME FAZENDO DELIRAR

 
O livro “Catástrofe” que acabei de ler (que livro chato, meu Deus! 131 páginas só para indicar as fontes consultadas) faz referência a Eliezer Yudkowsky, um pesquisador americano que estuda inteligência artificial há mais de 20 anos e lidera o Machine Intelligence Research Institute (Instituto de Pesquisa de Inteligência de Maquinas). Uma de suas opiniões é de que “podemos criar involuntariamente uma IA hostil ou amoral que se volta contra nós – por exemplo, porque dizemos a ela para deter as mudanças climáticas e ela conclui que aniquilar o Homo Sapiens é a solução ideal”.
 
“Muitos pesquisadores imersos nessas questões, como eu, sabem qual será o resultado provável da criação de uma IA super-humana e superinteligente, nas circunstâncias atuais: todos na Terra irão morrer”.
 
Sinceramente, gostei dessa ideia, pois a espécie humana não merece mesmo ter chegado aonde chegou. Os problemas que surgiram causados pelas ações predatórias, descuidadas e imediatistas dos Sapiens me fazem crer na necessidade de uma Inteligência Artificial para por ordem na casa, no que restou da casa. Mesmo que isso represente uma mudança radical na organização social e econômica deste formigueiro de oito bilhões de pessoas.
 
Apesar disso fiquei um pouco preocupado com o futuro de minhas netinhas. Li não sei onde que serão necessários uns cinquenta anos para o surgimento de uma AI que se rivalize com a inteligência humana. Para mim, está de boa, pois daqui a cinquenta anos eu estarei conversando apenas com os átomos, 130 anos depois de ter nascido. Meus filhos também têm pouco com que se preocupar, pois o mais novo estará com 86 anos. O problema são as netinhas, mesmo que tenham se transformado em senhoras já idosas passado todo esse tempo.
 
Algum leitor mal humorado poderá se perguntar por que eu sou tão egoísta assim, que só me preocupo comigo mesmo e com meus familiares. Mas no fundo, no fundo, bem lá no fundo (uns 300 metros de profundidade) eu realmente me preocupo com meus semelhantes – mesmo que não encontre nenhuma semelhança entre eles e eu.
 
Por isso defendo a criação de várias AI amistosas que dominem e cuidem bem do planeta e de seus habitantes, muito melhores – por não passionais – que os idiotas que se alternam no poder. O problema que vejo é que nenhum líder político quererá entregar a rapadura assim de mão beijada. E aí chegamos ao ambiente distópico do “Grande Irmão” já descrito em vários livros e filmes de ficção. Algum cretino sempre achará que tem a solução para tudo e tentará impor sua vontade à população, como muitos já fizeram ou tentaram fazer antes dele.
 
Sinceramente, se pudesse escolher entre o mundo descrito em 1984 e aquele do filme Matrix eu ficaria com esse último, porque alienação por alienação eu prefiro uma que me faça feliz.
 
Mas o que eu gostaria mesmo de ver em ação seria uma AI anti-maldade, uma AI talvez de segundo escalão, voltada apenas para a resolução de pequenos problemas e proteção da sociedade. Seria uma AI com poderes para passar a régua nos socialmente condenáveis ou indesejados. Sua ferramenta poderia ser um chip instalado ainda na maternidade, cuja função seria identificar o portador e ser capaz de desligar seu cérebro ou coração. No futuro, pisou no tomate, click!
 
Essa IA não quereria enriquecer nem desejaria o poder, não seria afetada por crenças religiosas nem se curvaria a filigranas jurídicas. Sua ética seria apenas a do bem estar da maioria. Seria uma AI severa mas paternal, uma IAPInteligência Artificial Protetora, ou PAI – Protective Artificial Intelligence.
 
Esse PAI (custei para chegar neste trocadilho!) seria responsável por erradicar de forma definitiva (diz o ditado que "não se gasta boa vela com mau defunto") alguns males e problemas que afligem a sociedade, tais como: craqueiros ou cracudos (custo elevado de tratamento e baixa efetividade); traficantes; milicianos; pedófilos; estupradores; corruptos e corruptores, etc., etc.
 
Se você me perguntar a solução eu vou preferir ficar calado, mas creio que uma democracia talvez jamais consiga resolver problemas como esses. E eu que sou radicalmente contra governos autoritários teria de aceitar que o mundo vivesse sob uma ditadura comandada por Inteligência Artificial - fria, racional, sem emoção e implacável, mas melhor que imbecis com excesso de burrice natural. E esta gororoba que acabei de escrever descreve o que seria uma autêntica distopIA (esta piada final ficou um horror!).


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