Já publiquei aqui no blog muitas crônicas
do Rubem Braga, por isso, se alguém mais severo e
crítico disser que “falta de assunto é
foda!”, não terei como reclamar. Para ser sincero, é melhor transcrever textos de autores consagrados que falar das eleições na Argentina, guerra na Ucrânia ou da tragédia palestina ou escrever textos tão sem valor quanto uma telessena não premiada.
Mas a overdose de crônicas do velho Braga tem uma explicação simples. Há muito tempo minha mulher ganhou de
presente o livro “200 Crônicas
Escolhidas”. Até então eu nunca tinha lido nada desse autor, mas já nas
primeiras crônicas me tornei fã incondicional do capixaba, pois ele escrevia
bem demais, de um jeito que eu sempre sonhei conseguir escrever – mas isso nunca
foi nem será possível para um zé mané qualquer como eu, lógico.
À medida que ia lendo o livro ficava tão fascinado com algumas crônicas que o primeiro desejo foi enviá-las através de
e-mail para meus amigos e parentes do mundo real (o blog ainda não existia). O
problema era o trabalho insano e difícil de escanear cada página com OCR sem
danificar demais a encadernação, e ainda ter de corrigir ortografia, etc.
Encontrei algumas crônicas na internet e só.
Foi aí que tive a ideia de procurar na internet os textos desejados utilizando
frases inteiras na busca. Para encurtar a conversa, acabei encontrando um site
alemão (veja você!) que tinha TODO o livro escaneado e disponível para cópia.
Óbvio que copiei o arquivo e me preparei para
encaminhá-lo aos amigos. Ele tinha apenas dois defeitos: muitos erros
decorrentes do escaneamento (troca de letras e formatação igual às páginas
originais, etc.). Justamente por esses problemas desisti de mandar o arquivo
para os amigos, preferindo corrigir e reformatar apenas as crônicas que mais me
encantaram.
Corrigir uma ou duas crônicas não dá tanto
trabalho, mas fazer isso com vinte, trinta ou quarenta textos é um trabalho do
cacete. O resultado foi também abandonar essa ideia.
Não faz muito tempo, um de meus filhos me deu
de presente o mesmo livro. Não falei nada e fiquei com ele todo felizão, pois o
primeiro era de minha mulher. Quando não havia mais possibilidade de trocar o
livro contei para meu filho, que ficou muito puto. Foi uma idiotice da minha
parte, pois só ganho livros de presente de meus filhos, o que acaba se tornando
um problema pela crescente falta de espaço para guardá-los. Por isso, resolvi
dar esse livro para minha nora, casada com o filho que comprou o livro. Coisa
de gente louca ou mal agradecida? Acho que não, pois é um presente precioso.
Mas antes de me desfazer desse livro, resolvi
corrigir o arquivo baixado do site alemão. Agora que acabei de ler o chatíssimo livro "Catástrofe" voltei a reler todas as
duzentas crônicas; quando encontro uma que me faz babar de alegria novamente,
faço sua correção e reformato o texto. Estou na dúvida se publicarei algumas no Blogson, pois não queria usar outros autores para suprir a falta de assunto. Se o fizer, no entanto, imagino que será uma leitura extremamente prazerosa para as duas pessoas que ainda acessam o Blogson.
Quando acabar de fazer toda essa operação,
darei o livro para minha nora. E nem posso demorar muito, pois o Natal não tarda
a chegar e já estou com um livro que ganhei desse filho no Dia dos Pais ainda
na embalagem. Corre, Jotabê!
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