segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

A CAVERNA


Não faz muito tempo que eu ouvi falar pela primeira vez da "Caverna", de Platão. Não li o livro e o pouco que descobri depois foi apenas através da internet. Hoje, ao pensar em um jogo de palavras bem no estilo Jotabê, precisei fazer um resumo do que encontrei.

A fábula imaginada pelo filósofo grego fala da existência de um grupo de pessoas presas dentro de uma caverna e sempre de costas para a entrada. A única coisa que podem ver são sombras projetadas na parede à qual estão acorrentadas. Para elas, a realidade são essas sombras que veem e as conclusões que tiram disso.

Um belo dia alguém consegue se libertar, sai da caverna, espanta-se com o que encontra e resolve voltar para contar aos companheiros as novidades do mundo exterior. "As pessoas que estavam na caverna, porém, não acreditaram naquilo que o ex-prisioneiro contava e chamaram-no de louco. Para evitar que suas ideias atraíssem outras pessoas para os 'perigos da insanidade', os prisioneiros mataram o fugitivo”.

"Para Platão, a caverna simbolizava o mundo onde todos os seres humanos vivem, enquanto que as correntes significam a ignorância que prendem os povos, que pode ser representada pelas crenças, culturas e outras informações de senso comum que são absorvidas ao longo da vida.

"As pessoas ficam presas a estas ideias pré-estabelecidas e não buscam um sentido racional para determinadas coisas, evitando a 'dificuldade' do pensar e refletir, preferindo contentar-se apenas com as informações que lhe foram oferecidas por outras pessoas". (grifo meu)

Bacana a história, não? E serve para tanta coisa!... Serve para explicar o fanatismo quase religioso da Esquerda em relação ao Lula, por exemplo. Na prática, serve para explicar – e lamentar - todas as crenças quase inabaláveis nas virtudes de líderes religiosos ou políticos, “virtudes” essas que precisariam ser examinadas com a lupa do bom senso, do senso crítico e da isenção.

Estamos a um passo da troca de presidentes da república e ainda há pessoas comportando-se como se estivessem no período eleitoral. Infelizmente, refiro-me aos rancorosos seguidores do PT e vizinhança, mas, também, aos bolsonaristas, defensores inflamados do Bolsonaro. Nada contra, em princípio, mas todos, indistintamente, lembram os fiéis (fieis mesmo) de uma igreja fundamentalista, apenas com sinal trocado. E aí surge uma notícia estranha sobre o assessor de um dos filhos do presidente eleito, tão mais estranha pela esquiva desse sujeito (o assessor, lógico) em prestar depoimento às autoridades sobre uma grana violenta depositada em suas contas.

Acredito que desejar ver esclarecida de forma transparente a questão do assessor do filho do presidente eleito só fará bem ao país e ao novo governante. Atacar a famiglia ou defendê-la atacando o Lula e o PT - tal como o pessoal de esquerda e os bolsonaristas vem fazendo nas redes sociais - só faz com que a população que torce pelo sucesso do novo governo – mesmo que não tenha votado nele – fique desconfiada e insegura, pensando que nada mudou, que só a direção foi alterada. E que o defensor da honestidade e da moralidade, o "Mito da Caserna", talvez seja apenas um mito.

sábado, 29 de dezembro de 2018

ELE CRIOU TUDO


Tenho a suspeita (pessoal, diga-se) que a maioria dos petistas é criacionista. E o motivo é o fato de atribuírem ao deus deles tudo o que foi feito (ou criado) de bom nos últimos vinte anos. É como se o “reinado petista” fosse uma reprodução do Gênesis: antes deles “a terra estava sem forma” e “as trevas cobriam o abismo”. Aí o deus dos petistas chegou e disse “Fiat Lux!”, ou melhor, “Fiat Lula!” E tudo começou a acontecer. O único problema nessa história é que o mundo real é darwinista. Só algumas pessoas ingênuas acreditam no criacionismo – seja ele bíblico ou petista.

RETROSPECTIVA 2018


É batata! (ainda existe esta expressão?) Basta aproximar-se o fim de ano para que os programas populares de TV sejam infestados por videntes, tarólogos, cartomantes, astrólogos, magos e jogadores de búzios, todos eles fazendo suas previsões para o ano vindouro. Aparentemente sabem falar mais de artistas e personalidades midiáticas que da cotação do dólar em agosto, mas tudo bem.

São tantos que quase lembram as revoadas de aleluias saindo dos telhados, móveis e armários de madeira onde estiveram hibernando. Se bem que alguns desses profissionais já saíram do armário há mais tempo, mas isso não vem ao caso. Como tenho um mínimo (muito mínimo!) de vergonha na cara, prefiro não fazer também minhas previsões, apesar do baralho de cartomente que veio junto com uma revista feminina (comprada para minha mulher!).

Outra coisa infalível são as retrospectivas do ano que termina, com os principais acontecimentos jornalísticos apresentados cronologicamente. Isso é bacana! Por isso mesmo, resolvi fazer a retrospectiva dos principais assuntos do Blogson em 2018, apresentados a seguir:

Janeiro: falta de inspiração, sahara mental, depressão
Fevereiro: falta de inspiração, sahara mental, depressão
Março: falta de inspiração, sahara mental, depressão
Abril: falta de inspiração, sahara mental, depressão
Maio: falta de inspiração, sahara mental, depressão
Junho: falta de inspiração, sahara mental, depressão
Julho: falta de inspiração, sahara mental, depressão
Agosto: falta de inspiração, sahara mental, depressão
Setembro: falta de inspiração, sahara mental, depressão
Outubro: falta de inspiração, sahara mental, depressão
Novembro: falta de inspiração, sahara mental, depressão
Dezembro: falta de inspiração, sahara mental, depressão

Resumindo: vai ser pouco inspirado assim na puta que o pariu!


quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

CHOCALHO PROSTÁTICO


Sabe, Tiago, você adora exibir seu senso de humor de carroceiro, adora contar piadas chulas, muito vulgares mesmo e, principalmente, sem graça. Além disso, ama exibir seu machismo equivocado ao tentar ridicularizar seus amigos e parentes mais velhos, sempre perguntando se já levaram “dedada”.

Ora, meu caro Tiago, isso é fichinha para mim! Diria mais: exame de toque é para os fracos! Mas não quero me adiantar, pois deixarei a descrição do “horror” para o final deste e-mail. Pensando bem, não te enviarei este e-mail. Como é a descrição educativa de um acontecimento real, vou postar este texto no meu blog. Assim, ficarei à vontade para dizer o que eu quiser, da forma que melhor entender.

Apenas adianto uma informação: por exigência da empresa onde trabalhei, devo ter feito  meu primeiro exame de toque da próstata com uns quarenta e cinco anos. Como estou com quase sessenta e nove anos, já fui “tocado” pelo menos 24 vezes (pode fazer a piada com 69 ou outra que quiser).

Por você estar se aproximando da idade em que é indicado o exame de toque, resolvi te contar este caso. Para seu próprio bem você precisará fazer esse procedimento. Mas fique tranquilo, sua masculinidade não será afetada, não se apaixonará nem pedirá o telefone do uro (assim espero). O máximo que pode acontecer é evitar morrer de câncer de próstata. Por isso, desarme-se e curta esta viagem.

Sabia que a próstata vai aumentando com a idade? Pois é, eu não sabia. Ao aumentar, ela comprime o canal da uretra ou coisa parecida, fazendo com que você tenha vontade de urinar com mais frequência. À noite é o caos. Por isso é que velho levanta muito para mijar. A minha estava muito aumentada, mas, graças a Deus, era só isso.

Alguns anos atrás, incomodado com essa mijação noturna descontrolada, fui ao urologista. Não me lembro se fui "tocado" já na consulta ou se ele, diante da descrição das várias idas ao banheiro durante a noite, indicou a necessidade de um exame mais completo. O fato é que, pelos procedimentos necessários à sua realização, o tal exame foi marcado para outra data  O urologista fez uma cistoscopia (exame feito sob sedação em que se introduz pela uretra um aparelhinho com câmera ou sei lá o que) e chegou à conclusão que precisava fazer uma “raspagem” da próstata (o nome correto é ressecção). Marcou a cirurgia e lá fui eu. Foi feita sem abrir a barriga. Só três incisões (uma no umbigo, e duas um pouco abaixo dos mamilos). Creio que um dos cortes era para o aparelho de iluminação e vídeo e os outros para pinças e bisturi controlados à distância com joysticks (assim imagino).

Segundo o médico, essa é uma grande cirurgia, pois se não fosse feita com “videogame”, seria barriga aberta mesmo. Nesse mesmo dia, com outro cirurgião, extraí a vesícula (tinha uma pedra de quase um centímetro) e corrigi uma hérnia de umbigo. Anestesia geral, não senti nada. Como eu nunca tinha feito nenhuma cirurgia antes, achei estranhíssima a sensação de que se eu morresse durante as cirurgias eu nunca sequer saberia de nada, pois o branco é absoluto.

Acordei e vi que tinha uma sonda de borracha da grossura de um lápis enfiada no meu pau, ligada a uma bolsa com torneirinha (para esvaziar). Conforto absoluto, pois podia mijar à vontade (e nem sentia que isso estava acontecendo). No terceiro dia, retirada a sonda, só saí do hospital depois de urinar (urina e sangue). Aí me liberaram (depois de colocar outra sonda). O pós-operatório foi tranquilo e a sonda foi tirada alguns dias depois (dez?).

Agora é que a coisa começa a ficar emocionante. Creio que foi ainda no hospital que entregaram para minha mulher dois potinhos de plástico, um com a pedra da vesícula e o outro com CENTENAS de grãozinhos do tamanho de sementes de coentro, pouco maiores que areia grossa (o uro disse ter uns trezentos, fora o que saiu e não foi coletado). Segundo ele, à medida que cortava lâminas da próstata, apareciam outros desses grânulos, pequenos cálculos, como se fossem sementes de mamão.

Quando você corta um mamão ao meio, você vê as sementes. Algumas vezes, depois de retiradas, você percebe que há outras, mais escondidas. Você corta mais um pouco e as retira. Com minha próstata aconteceu algo semelhante (ou foi assim que visualizei o que ouvi do médico).

Ele lavava o lugar e removia os cálculos. Tirava outra lâmina e apareciam mais grânulos. E assim sucessivamente, até sair tudo. Diante da minha surpresa ao ver o conteúdo daquele potinho, comentou que já tinha visto isso antes, mas não naquela quantidade. Guardadas dentro do potinho, transformaram-se em um verdadeiro “chocalho prostático”!

Agora bateu “aquele” sono e vou dormir. Por isso, deixo para depois o resto da história - que é puro terror.


sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

"EFEITO FACEBOOK"


Pelo que já vi e li no Facebook, imagino que as redes sociais são um terreno fertilíssimo para sociólogos, psicólogos, antropólogos, “tudólogos” e até para “ociólogos” como eu. E o motivo é a transformação que as pessoas sofrem ao entrar nessas redes. Pessoas que conhecemos há anos, amigos, colegas ou ex-colegas de serviço, vizinhos e parentes mudam ou exibem comportamentos surpreendentes, inesperados e muitas vezes deploráveis, tão grande é a agressividade dos comentários (isso serve para mim também, ok?). Eu chamo a isso de "efeito facebook", pois transforma pessoas normalmente gentis em ogros enlouquecidos, que só faltam matar a dentadas pessoas de quem discordam. Matutando sobre esse fenômeno, ocorreu-me o cartoon apresentado a seguir (deu trabalho!).





SEXTO OU CESTO?


quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

VINTAGE


- Estou me sentindo muito velho!

- Bobagem, você ainda está novo!

- Tô nada, estou me sentindo uma ruína!

- Hoje em dia não se fala mais que uma coisa é velha. Fala-se que é vintage.

- "Vintage"?

- É, vintage. Então, você não é velho, é vintage.

- Bacana, mas como eu estou me sentindo muuuito velho, acho que estou mais para sessentage ou setentage.

- Santa mãe!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

REFLEXÃO NAFTALINA II


Em um país em que uma ação pode demorar (demorou!) 123 anos para ser julgada, não é justo (mesmo que seja constitucionalmente estabelecido) que se espere o "trânsito em julgado" para manter preso alguém que já foi condenado em segunda instância.

A constituição que determina essa idiotice foi feita por gente que queria se vacinar contra os desmandos cometidos durante os governos militares pós 1964, naquela linha de que “cachorro ofendido por cobra tem medo de linguiça”. Seria um bom momento para se discutir uma nova constituição, mais enxuta e mais justa.

REFLEXÃO NAFTALINA


TÁ RUÇO!


- Já ouviu falar na Patrulha do Consumidor?

- Patrulha de quê?

- Do consumidor! É um lance criado pelo Celso Russomano para defender os direitos de pessoas que tiveram problemas com entrega de produtos que compraram ou serviços que contrataram.

- Show! Mas porque você está falando disso?

- Tô achando que vou precisar dessa ajuda, pois desconfio de que não vou receber um produto que me venderam.

- Ué, mete o ferro então!

- Calma, eu preciso esperar até janeiro para ver como é que fica, pois quem vendeu parece estar tendo problema no transporte, algum problema com motorista ou coisa assim.

- Mas, afinal, que foi que te venderam e acha que não vão entregar?

- Honestidade.

- Vixe!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

FALTOU COMBINAR COM OS RUSSOS

Eu tinha oito anos quando Brasil ganhou a Copa do Mundo em 1958. Não acompanhava nem entendia nada de futebol (sessenta anos depois, continuo não acompanhando nem entendendo nada desse esporte). Das poucas coisas que sei é que Garrincha foi um dos mais destacados responsáveis por essa conquista. Ouvi dizer também que o jogador de Pau Grande (parece que tinha mesmo) protagonizou episódios hilariantes, graças à sua absurda ingenuidade. Talvez o caso mais famoso tenha ocorrido antes do jogo com a antiga União Soviética. O técnico Vicente Feola dava as instruções antes do jogo:

- Garrincha, vai ser assim: você pega a bola e dribla o primeiro beque. Quando chegar o segundo, você dribla também. Aí vai até a linha de fundo, cruza na direção da grande área, para o Mazzola marcar o gol.
Garrincha escuta calado a estratégia traçada e pergunta:
- Tá legal, seu Feola... Mas o senhor já combinou isso com os russos?

Lembrei-me desse caso depois de ler que a Polícia Federal está à procura do terrorista Cesare Battisti, foragido desde que o Michel Temer assinou o decreto que autoriza sua extradição.

Imagino que depois do impeachment da Dilma o terrorista deve ter ficado o tempo todo cabreiro, com o cu na mão, atento a qualquer noticia sobre a eventual intenção de extraditá-lo para a Itália (para onde já deveria ter ido há muito tempo).

Pensem bem, um cara que está condenado à prisão perpétua na Itália (que inveja da legislação de lá!) vai dar mole para a PF, vai esperar ser preso para reclamar? Desde o primeiro momento em que cogitou-se de extraditá-lo, a Polícia Federal já deveria ter sido acionada para monitorá-lo o tempo todo. Obviamente, mais um caso em que faltou “combinar com os russos”.

sábado, 15 de dezembro de 2018

ADEUS ANO NOVO


Notícias da série “Não, não posso parar, Se paro eu penso, Se penso eu choro”.

- PF sai em busca do italiano Cesare Battisti, que está foragido. Um avião militar italiano já está no Brasil para levá-lo de volta assim que ele for preso. Ele foi condenado na Itália à prisão perpétua por quatro homicídios.

- João de Deus retirou R$ 35 milhões de suas contas bancárias durante a semana

- Ministério Público afirma que João de Deus já é considerado foragido

- Interventor de RR diz que nomear mulher é de 'praxe' e que escolheu cunhadas por critério técnico

- OPERAÇÃO “SORO POSITIVO”: PF deflagra operação contra fraude em leite em pó em BH e Contagem

- Tragédia de Mariana: sem indenização, vítimas pescam em área contaminada e já acumulam R$ 833 mil em multas

- Funcionários de Flávio Bolsonaro repassaram até 99% dos salários

- Da vendedora de açaí a personal trainer, os assessores enrolados da família Bolsonaro. Personagem central de polêmica movimentação financeira, o PM Fabrício Queiroz ainda não explicou depósitos e saques

Para alegrar os corações, vamos cantar aquela musiquinha: “Adeus Ano Novo, feliz Ano Velho”...

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

ESFINGE

Direto do pântano (na verdade, esta frase é uma resposta que dei a um comentário feito aqui no Blogson). Como estava sem assunto, resolvi postar no Facebook (o "pântano"). Aí deu vontade de trazer para o velho e desidratado Blogson.


terça-feira, 11 de dezembro de 2018

MANDRIÃO II


Por absoluta falta de inspiração e muita impaciência com as bobagens e caretices compartilhadas no Facebook por meus “amigos”, resolvi alterar a “foto da capa” do meu perfil nessa rede. Alguns colocam paisagens, outros optam por mensagens, retratos de netos, etc. A minha era uma paisagem noturna meio fantasmagórica, condizente com meu recente estado de espírito (já foi o solo de Marte).

Por conta da história do retrato do “mandrião”, resolvi usar uma pintura de Mondrian, pintor que tem me causado um saudável desconforto mental. Procurei no Google, mas a imagem escolhida trazia o aviso de que pode “ter direitos autorais.  Aí bateu a ideia de “falsificar” a imagem, só para poder utilizá-la sem grilo.

Joguei a imagem no Word e fui substituindo as cores originais. E o resultado ficou bem legal. A seguir, o original de Piet Mondrian e a falsificação de “Pior Mandrião” (lembrando que “mandrião” em português “arcaico” significa preguiçoso, indolente).

Piet Mondrian 


"Pior Mandrião"


ARTROSE

Dia desses uma amiga não conseguiu colocar o pé no chão ao tentar sair do carro, tão intensa a dor que sentiu. Foi ao ortopedista, fez exame de ressonância e constatou que tinha sofrido um derrame no joelho ou coisa parecida. Ao nos contar o que tinha sofrido, alguém perguntou se a dor tinha surgido de repente, assim do “nada”. Aí imaginei esse diálogo idiota. Mas a vontade era ter dito isso a ela.


- POTAQUIPAREU!!!

- Que foi?

- Dor violenta no joelho! Deve ser artrose...

- E começou agora?

- Não, eu me preparei a vida inteira para este momento!


QUE TUDO SE REALIZE

- Está sumido!
- Fazendo compras...
- Senta aí...
- Cara, eu detesto as festas de Natal e de passagem de ano!
- Que bicho te mordeu?
- Para ser sincero, não detesto tanto assim. A expressão correta seria “não tenho mais saco para isso”. Quando eu era criança, não havia essa paranoia natalina que existe hoje, com pessoas enlouquecidas e dispostas vender um rim para comprar a última versão de celular ou a TV com tela de 500 polegadas, etc. E tome stress e tome muvuca, filas, embrulhos, filhos perdidos no shopping e sei lá mais o quê.
- É por aí mesmo...
- Quando nossos filhos eram pequenos, era divertido ver sua alegria ao abrir os muitos presentes que ganhavam dos tios, avós e, claro, dos pais.
- Ué, achei que vocês eram os pais!
- Vá à merda! Você entendeu! Hoje percebo que os outros netos deviam sentir o mesmo que eu sempre senti ao ver meus primos ricos ganhando presentes absolutamente fantásticos.
- Gastava todo o décimo terceiro!
- Isso e mais um pouco do salário.
- Um sujeito previdente e sensato!
- Até hoje ainda acontecem esses encontros na casa de minha sogra. Mas, o brilho e a alegria verdadeira estão ficando cada vez mais escassos, pois não há como repor ausências e perdas definitivas.
- Isso realmente é foda!
- Aí chega o dia 31 de dezembro e é aquele porre. Real ou mental, tanto faz. Corrida de São Silvestre, aquela alegria alienada, contagem regressiva, todo mundo de branco ou amarelo, comendo uvas (doze) e jogando as sementes para trás...
- Comidas hipercalóricas, abraços e beijos de gente suada e pra lá de bêbada...
- Você pegou o espírito da coisa. E os votos, claro. “Feliz Ano Novo!”, promessas nunca cumpridas, foguetório, buzinaços e a cachorrada cagando de medo.
- E ainda tem a porra da musiquinha “Que tudo se realize no ano que vai nascer”. Nada mais clichê, nada mais chato, nada mais irreal.
- É, nada muda, nada melhora, só piora!
- Eu estava bem até você chegar. Agora fodeu. Nada mudará mesmo, nada ficará melhor (pelo contrário!), nada de tão maravilhoso e espetacular se realizará no ano que vai nascer.
- E toda passagem de ano é sempre a mesma coisa, os mesmos votos, as mesmas promessas, os mesmo desejos – que ninguém nunca cumpre!
- Resumindo: as festas de fim de ano lembram um segundo casamento, pois são o triunfo da esperança sobre a experiência.
- Isso!
- Vamos encher a cara, que é melhor.





sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

MANDRIÃO

Ontem eu estava com o saco cheio de tudo e de todos e resolvi agitar o Facebook. Troquei minha foto do “perfil” por uma imagem de uma noite com poucas estrelas. Ficou uma bosta, mas algumas pessoas reagiram de forma surpreendente (para mim, pelo menos). Uma amiga respondeu com o emoji de gargalhada, outra comentou “rebelde! kkkkk” e uma terceira acrescentou: “rebelde sem causa!”. Alguns curtiram sem comentar e dois postaram o emoji de espanto.

Depois disso, fiquei meio sem graça e resolvi “disfarçar”. Substituí o disco preto por outro que circunscreve um quadrado colorido, que tem inscrito outro quadrado, etc. Ficou “parecendo” uma pintura geométrica “modernista”. Aí me lembrei de um documentário que vi outro dia sobre o pintor Mondrian E o jogo de palavras horroroso surgiu na hora, na forma de um diálogo curtíssimo entre duas pessoas diante de minha “obra prima”. Olha a “coisa” aí:

- Piet Mondrian?

- Pior Mandrião, isso sim!




quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

POBRE MAS LIMPINHO

Meu cunhado mais novo tinha uns dez ou onze anos de idade quando sumiu de casa. Mesmo tendo nove filhos com quem se preocupar ou se distrair, minha sogra logo deu pela falta do caçulinha. O "logo" aí deve ter sido uma ou duas horas depois do sumiço (muitos filhos, já viu, né?). Ninguém sabia onde ele poderia estar. Procuraram, perguntaram aos trocentos moleques que entravam e saiam daquela casa de portas sempre abertas, mas nada. Antes que atitudes mais drásticas ou desesperadas tivessem sido tomadas, olha o pimpolho aparecendo. Perguntado onde tinha ido ou por qual motivo tinha sumido, respondeu que havia ficado o tempo todo em cima da laje da caixa d'água.
- Para quê, menino de Deus?
- Estava falando comigo mesmo.

Essa resposta serve perfeitamente para o velho Blogson. Desde sua criação este blog tem servido de confessionário ou divã de terapia, onde o confessor ou terapeuta sempre fui eu mesmo. Sempre falando sozinho, sempre falando comigo mesmo.

Por que estou repetindo esta lenga-lenga? Porque - não faz muito tempo -  resolvi criar novo blog. E o motivo nunca foi o excesso de assuntos, mas justamente o contrário. A ideia era criar uma espécie de blog gourmet, um autêntico “blogourmet”, que abrigasse apenas o "melhor do pior". Traduzindo: o novo blog seria alimentado com uma seleção de posts exclusivamente autorais e atemporais devidamente revisados e extraídos do velho Blogson.

Qual a vantagem disso? - perguntaria um leitor inexistente. E a resposta mais simples e óbvia é: serviria para passar o tempo e compensar a desertificação da inspiração, pois minha cabeça está um Saara (ou Sahara) de novas ideias.
Outra vantagem seria poder cortar, ampliar ou reescrever textos antigos sem que isso caracterizasse mutilação ou adulteração do blog original, que continuaria mantendo a versão inicialmente imaginada de cada texto ou desenho ali publicado.

Com essa maluquice na cabeça, resolvi consultar "as bases". Perguntei a cada um dos filhos se deveria ou não fazer isso. As respostas foram "Não!", "Para quê?, “Bobagem”!" e "Está com tempo, heim?". Fiz "em off" a mesma consulta ao meu amigo virtual Marreta, mas ele - além de se lixar para meu pedido de discrição - manifestou-se também contrário a essa ideia.

Fiquei meio decepcionado com as negativas a tão "fantástica" ideia e sosseguei (só um pouco). Mas ontem, particularmente agitado e angustiado, resolvi mandar o cabo corneteiro tocar o toque de "foda-se". Em outras palavras, resolvi mesmo criar um novo blog. A primeira providência foi escrever um texto de apresentação, parcialmente transcrito a seguir:

Este blog está sendo criado e alimentado a partir de posts puramente autorais divulgados no velho e bom Blogson Crusoe, o “blog da solidão ampliada”. O que significa que o novo blog é uma espécie de blog gourmet – ou, se quiserem – um blogourmet, que trará só o “melhor do pior”.

Dizendo de forma mais clara, minha intenção atual é que este seja um blog 100% autoral, atemporal na medida do possível, com textos revisados ao nível molecular e desenhos talvez reproduzidos em mesa digitalizadora (se eu aprender a mexer com essa merda). Nessa hipótese, algumas seções continuariam a pertencer apenas ao Blogson. As que ficarem poderão ter novos títulos (eu tenho achado os títulos atuais um lixo, mas não pretendo alterá-los no blog original). Além disso, cada post ficará indexado a apenas uma “seção”.
(...)
Para abrigar os mais de mil e quatrocentos textos e imagens postados desde sua criação, o Blogson chegou a ter quinze "seções". Dessas, uma foi extinta e removida e três estão definitivamente inativas. A que foi removida servia para republicar posts com baixíssima visualização (estamos falando do padrão Blogson, certo?). “Baixíssima”, no caso, seria algo até cinco visualizações. Por ser apenas picaretagem, foi removida (imagino que além de mim, ninguém mais se interesse por este tipo de informação. Sinal que há gente normal "na linha").

Sabe o que um novo blog significaria para mim? Diversão, passatempo, vaidade e desejo de deixar uma "obra" (já viu que eu estou de olho na posteridade, né?) mais bem acabada (porque eu gosto da maioria das coisas que produzi!).

Sem querer menosprezar o blog original, eu poderia dizer que deixaria o velho Blogson como rascunho, carpintaria ou cozinha, enquanto o novo blog adquire o status de edição final (sugestivo!), loja de móveis ou salão de restaurante. Só não mudariam as piadas sem graça, a falta de noção e o estilo tosco e coloquial. Ou seja, seria "mais do mesmo", mas de banho tomado.

Parece maluquice? Claro que parece – e realmente é, pois eu não tenho mesmo mais nada a dizer nem para fazer. Fico até imaginando algumas frases-tema: "o blog da presunção exacerbada" ou, pensando na qualidade "literária", "nós é pobre mas é limpinho" (por não ser minha, esta frase - mesmo que perfeita -, não será utilizada).

Com o cérebro devidamente intoxicado com essa ideia, pensei no nome do novo blog. Mas a inspiração estava mortalmente desidratada. Por isso, resolvi adotar "Blogson Crusoé", com acento agudo no "e" (falta do que fazer é foda!). E terminava o texto de apresentação com esse mimo:

Resumindo:
- Blog original: Blogson Crusoe, “o blog da solidão ampliada”;
- Novo blog: Blogson Crusoé (com acento): “o melhor do pior”.

Apesar de estar agora quase ruborizado de vergonha, preciso descer mais fundo, mergulhar de vez no abismo. Passei a revisar o primeiro post do "blog da solidão ampliada" (Certidão de Nascimento), mas fiquei inquieto com as mutilações e alterações que estava fazendo. Dei um tempo para pensar melhor no assunto e resolvi entrar no Blogger para efetivamente criar "a joia da coroa" (melhor seria dizer "a joia do coroa", mas deixa pra lá).

Foi aí que eu descobri – muito espantado! - que já tinha criado em 2017 um blog com esse nome. Melhor dizendo, não apenas um, mas dois! Como isso aconteceu, não faço a menor ideia. Talvez estivesse bêbado de sono quando fiz isso, alucinado por uma overdose de leite com Toddy, sei lá. O fato é que dentro do Blogger estavam (estão lá) os dois, mesmo que não apareçam em pesquisa. Um deles tinha o post “Certidão de Nascimento” no modo “rascunho” e uma frase-tema ("Mais falso que nota de R$3,00"). Já o outro não tem nada!

Depois disso, resolvi definitivamente abandonar essa ideia idiota, esse comportamento infantil, essa ânsia congênita de ser amado e aprovado por todo mundo. Ou seja, resolvi voltar a nadar na água rasa da minha mediocridade. Melhor do pior? É a puta que o pariu! Ou não...







segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

A VAIDADE NA FOGUEIRA

Em um post antigo (A praxe dos imbecis) falei da forma carinhosa com que nosso pai tratava a mim e a meu irmão quando éramos crianças. Aliás, sempre nos tratou assim. Bem no início da minha infância, nosso pai sempre dizia que éramos os “meninos mais bonitos do mundo”. E, tal como o personagem Alvarenga, do Jô Soares, eu acreditei!

Pior é que nunca consegui me libertar completamente dessa crença, apesar de não pegar nem resfriado na fase da adolescência. Por isso, é absolutamente espantoso ter conseguido namorar e casar com uma menina lindíssima (real!), digna de fazer parte do cast de modelos das agências Ford ou Elite.

Como um sujeito esquelético e mal acabado como eu conseguiu fazer com que uma menina que todos os marmanjos queriam namorar se interessasse por ele? A resposta está nos comentários “educativos” que escutei em várias ocasiões. “Eu sempre gostei de caras feios”, dizia ela. Mas, sabe como é, eu sempre fiquei tentado a crer que não era bem isso o que ela pensava ao me ver (presunção é foda!).

Hoje, fuçando uma caixa com cartas e cartões ainda do tempo de namoro, encontrei um desenho que fiz há muito, muito tempo. Apesar do tema e da perda do anonimato, resolvi escaneá-lo para guardar na blogoteca. Em algum momento de 1970, fiquei sentado durante algumas horas (ou dias) em frente ao espelho do guarda-roupa da minha tia, tentando desenhar meu retrato. Imagino que isso tenha acontecido ainda no primeiro semestre, quando o cabelo já tinha crescido um pouco depois de ter sido raspado com “máquina 1” (máquina um) por causa do vestibular.

Quando dei o desenho para minha então namorada, ela comentou que tinha ficado bacana, apesar de apresentar músculos e alguns traços que eu não possuía (eu pesava 64 quilos, media 1,84m e nunca tive queixo). Acredito que essa autobenevolência “narcísica” poderia ser chamada de “licença quase poética”, pois, ao contrário da letra do Caetano, o “Narciso” esquizofrênico aqui deve ter achado feio o que era espelho e resolveu dar uma photoshopada na imagem. De qualquer forma, o resultado está aí, apesar do olhar e da boca levemente aviadados (que eu nunca tive!). E o motivo de uma postagem desse tipo é o de sempre: “é a memória, estúpido!

O tempo passa, o tempo voa...



sábado, 1 de dezembro de 2018

PESCA DE REDE


SABE VOCÊ?

Sabe, Arquiteto? - ao ler seu nome no Facebook, não pude resistir à tentação de escrever esta mensagem para você. Se você a recebesse, talvez pudesse sentir algum desconforto ou estranheza. Mas fique tranquilo, eu não a enviarei. E explico por quê. Você não me conhece e certamente não se lembra de mim. Eu, ao contrário, lembro-me de você e de sua família em vários momentos.

Seu pai era médico radiologista e fez “aplicação de rádio” em mim e em meu irmão para que não precisássemos operar as amígdalas. Eu devia ter uns seis anos quando isso aconteceu. E fiquei puto por não fazer a extração desse órgão, pois queria que acontecesse comigo o mesmo que vi acontecer com meus primos ricos, que se fartaram de tomar sorvete para aliviar a dor, sei lá. Graças à nossa indigência, raramente tinha oportunidade de tomar sorvete.

Falando em parentes, esses primos eram muito ricos e nós éramos muito, muito pobres. Por isso, minhas férias foram passadas na casa de campo que possuíam em uma cidade próxima a BH. Foi a primeira vez em que ouvi falar no seu nome, pois você era amigo do meu primo mais velho.

Lembro-me que você chegou exibindo uma faca com bainha de couro, o que me deixou vivamente impressionado. Mas você era (é) uns quatro anos mais velho que eu e nem notou minha admiração reverente.

Naquela época, na maior das lagoas existentes no município, vocês tinham um “trampolim” ao lado do que meus tios possuíam. Um belo dia aquela palafita abrigou uma multidão, pois, de alguma forma, sua família estava ligada a um evento de esqui aquático, com direito a rampa de salto e tudo mais. E eu, que nem nadar sabia, fiquei lá, só babando.

O próximo passo foi saber – muitos anos depois - que você era um profissional respeitado, um genro querido de um colega de serviço. Graças a ele fiquei sabendo de suas realizações, seus projetos, seu sucesso, etc. É isso. Achei divertido te contar essas lembranças. Você não sabe quem eu sou, mas eu até poderia parafrasear uma música antiga, só para perguntar e dizer:

Você é muito mais que eu sou, está bem mais rico do que eu estou, mas o que eu sei você não sabe e antes que o seu poder acabe, eu vou mostrar como e por que eu sei, eu sei mais que você”. Sabe você o que é a dor de não ter? Não sabe? Eu sei.


sexta-feira, 30 de novembro de 2018

QUE O DRUMMOND ME PERDOE

(Que o Drummond me perdoe).
Alguns anos vivi no Carlos Prates.
Principalmente nasci no Carlos Prates.
Por isso sou triste, medroso, inseguro: dúctil.

Tive esperança, tive sonhos, tive alegria.
Hoje sou um velho aposentado.
A juventude é só um amontoado de retratos.
Mas como dói!

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

AS TRÊS IDADES


Postei no Facebook há mais ou menos um ano, mas não sei se divulguei no Blogson (embora desconfie que sim). Enfim, só mais do mesmo, bem ruinzinho, nada de especial.



terça-feira, 27 de novembro de 2018

BORRACHALIOTECA

Já vou avisando que o título do post não é mais um jogo de palavras estilo Jotabê. Estava ouvindo rádio no carro e resolvi procurar uma estação que estivesse tocando alguma música legal. Quando sintonizei uma das minhas prediletas, especializada em rock, estava rolando um papo de gente desconhecida. Já ia procurar outra frequência quando ouvi falar em Son Salvador, cartunista de BH. Para quem não sabe (eu não sabia), Son Salvador nasceu em Sabará, cidade histórica que pertence à região da Grande BH.

Como um dos meus assuntos prediletos são desenhos de humor, fiquei escutando, para descobrir que o entrevistado não era o cartunista, mas o criador de uma biblioteca em Sabará. Gostei tanto da história que resolvi postá-la no blog. A seguir, para poupar meu punho com tendinite, transcrevo algumas coisas que descobri na internet sobre essa biblioteca.

Desde agosto de 2002 a borracharia do “Joaquim Borracheiro”, no município de Sabará, vem perdendo cada vez mais espaços para os livros. Não que o Joaquim que dá nome ao negócio seja um leitor assíduo, mas devido à Borrachalioteca, criação do seu filho Marcos Túlio Damascena, os pneus agora têm companhia.

Marcos teve a ideia de utilizar parte do pequeno espaço da borracharia do pai “para dividir o gosto pela literatura, servir a comunidade e fazer mais leitores”, como ele mesmo conta. (...)

Perguntado sobre a razão do sucesso da sua iniciativa, Marcos Damascena acredita que a Borrachalioteca deu tão certo por fugir do modelo das bibliotecas comuns, ambientes rígidos e silenciosos. “O ambiente daqui é muito mais familiar e livre do que o de uma biblioteca normal”.

Marcos cuida sozinho dos livros e os concilia ao trabalho com os pneus e ao curso de Letras na Faculdade de Sabará, no qual cursa o 3º período graças a uma bolsa conseguida por seu trabalho com a Borrachalioteca. Além da bolsa na faculdade, a Borrachalioteca também rendeu outros frutos a Marcos, como convites para palestras em universidades e empresas.

Enquanto conversava com Marcos para fazer esta matéria três pessoas foram à Borrachalioteca fazer empréstimos e outras duas vieram utilizar os serviços da borracharia. Os livros acabam por ser também uma ótima forma de propaganda para o negócio.

O único problema enfrentado nos últimos tempos vem sendo a falta de espaço. A situação é tão dramática que atualmente ele só aceita doações em casos excepcionais, enquanto busca uma solução para seu problema de espaço.(...) Marcelo Santiago, 19/9/2006

Em 2006, a biblioteca foi registrada como Instituto Cultural Aníbal Machado, em homenagem ao escritor sabarense de mesmo nome. Um ano depois, a iniciativa ganhou o Prêmio Viva Leitura, dos Ministérios da Cultura (MinC) e da Educação (MEC) e da Organização dos Estados Ibero americanos para Educação, a Ciência e a Cultura (OEI). Com o tempo, a Borrachalioteca se tornou Ponto de Cultura e ingressou no Polo Sou de Minas, Uai!, rede de bibliotecas comunitárias do Programa Prazer em Ler, do Instituto C&A. Com o aumento do acervo, a Borrachalioteca ganhou três novas unidades em outros locais: a nova biblioteca da Sala Son Salvador (olha o cartunista aí) , no bairro Cabral (2008); a Casa das Artes, no centro de Sabará, que abriga a Cordelteca Olegário Alfredo (2010) e o Espaço Libertação pela Leitura, no Presídio de Sabará (2010).

Borrachalioteca além de fornecer espaços de leitura, tem tentado estimular seu público a produzir e viver cultura também. Alguns exemplos disso são projetos como

Grupo Arautos da Poesia, em que jovens entre cinco e 17 anos, têm sido estimulados a navegar pelo mundo dos poemas, recitando e escrevendo.

"Projeto Pão e Poesia" (em parceria da Biblioteca Universitária), que distribui em padarias de Sabará, embalagens de papel impressas com poemas.

Hoje, segundo seu criador, a Borrachalioteca conta com 12.000 volumes exclusivamente de literatura. O público principal é composto de crianças e idosos. Para encerrar, um caso que ouvi no rádio. Perguntado sobre como fazia para ler quando ainda não tinha criado esse projeto, respondeu que ia sempre à Biblioteca Pública, onde retirava as obras que o interessavam. Um dia pegou um livro do Ferreira Gullar que, por coincidência, estava em Minas Gerais. Não teve dúvida – levou o livro da biblioteca para o poeta maranhense autografar.

- Como eu poderia devolver um livro autografado pelo Ferreira Gullar? Peguei um do Sidney Sheldon e devolvi. Naquela época podia fazer isso. Depois, mudaram o procedimento. Hoje, em caso de perda ou dano ao livro retirado da biblioteca, o leitor deve devolver um igual”. Figuraça!



domingo, 25 de novembro de 2018

BLACK FRIDAY - A VERDADE

- Pô, estou te chamando há duas horas!

- Quê?

- Tá surdo? Te chamei mil vezes e você não veio!

- Ah, estou cada vez mais parecido com liquidação da Black Friday.

- Qual é a idiotice desta vez?

- É que minha audição está 30% Off.

- Caraca!!!

COMEÇA HOJE!

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