Não faz muito tempo que eu ouvi falar pela
primeira vez da "Caverna",
de Platão. Não li o livro e o pouco que descobri depois foi apenas através da
internet. Hoje, ao pensar em um jogo de palavras bem no estilo Jotabê, precisei
fazer um resumo do que encontrei.
A fábula imaginada pelo filósofo grego fala
da existência de um grupo de pessoas presas dentro de uma caverna e sempre de
costas para a entrada. A única coisa que podem ver são sombras projetadas na
parede à qual estão acorrentadas. Para elas, a realidade são essas sombras que
veem e as conclusões que tiram disso.
Um belo dia alguém consegue se libertar, sai
da caverna, espanta-se com o que encontra e resolve voltar para contar aos
companheiros as novidades do mundo exterior. "As pessoas que estavam na caverna, porém, não acreditaram naquilo que o
ex-prisioneiro contava e chamaram-no de louco. Para evitar que suas ideias
atraíssem outras pessoas para os 'perigos da insanidade', os prisioneiros
mataram o fugitivo”.
"Para
Platão, a caverna simbolizava o mundo onde todos os seres humanos vivem,
enquanto que as correntes significam a ignorância que prendem os povos, que
pode ser representada pelas crenças, culturas e outras informações de senso
comum que são absorvidas ao longo da vida.
"As
pessoas ficam presas a estas ideias pré-estabelecidas e não buscam um sentido
racional para determinadas coisas, evitando a 'dificuldade' do pensar e
refletir, preferindo contentar-se apenas com as informações que lhe foram
oferecidas por outras pessoas". (grifo meu)
Bacana a história, não? E serve para tanta
coisa!... Serve para explicar o fanatismo quase religioso da Esquerda em
relação ao Lula, por exemplo. Na prática, serve para explicar – e lamentar - todas
as crenças quase inabaláveis nas virtudes de líderes religiosos ou políticos, “virtudes”
essas que precisariam ser examinadas com a lupa do bom senso, do senso crítico
e da isenção.
Estamos a um passo da troca de presidentes da
república e ainda há pessoas comportando-se como se estivessem no período
eleitoral. Infelizmente, refiro-me aos rancorosos seguidores do PT e vizinhança, mas, também, aos bolsonaristas, defensores inflamados do
Bolsonaro. Nada contra, em princípio, mas todos, indistintamente, lembram os fiéis (fieis mesmo) de uma igreja fundamentalista, apenas com sinal trocado. E aí surge uma notícia estranha sobre o assessor de um dos filhos do presidente eleito, tão mais estranha pela esquiva desse sujeito (o assessor, lógico) em prestar depoimento às autoridades sobre uma grana violenta depositada em suas contas.
Acredito que desejar ver esclarecida de
forma transparente a questão do assessor do filho do presidente eleito só fará
bem ao país e ao novo governante. Atacar a famiglia ou defendê-la atacando o Lula e o PT - tal como o pessoal de esquerda e os bolsonaristas vem fazendo nas redes sociais - só faz com que a população que torce pelo sucesso do
novo governo – mesmo que não tenha votado nele – fique desconfiada e insegura, pensando que nada mudou,
que só a direção foi alterada. E que o defensor da honestidade e da moralidade, o "Mito da Caserna", talvez seja
apenas um mito.
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