segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

A CAVERNA


Não faz muito tempo que eu ouvi falar pela primeira vez da "Caverna", de Platão. Não li o livro e o pouco que descobri depois foi apenas através da internet. Hoje, ao pensar em um jogo de palavras bem no estilo Jotabê, precisei fazer um resumo do que encontrei.

A fábula imaginada pelo filósofo grego fala da existência de um grupo de pessoas presas dentro de uma caverna e sempre de costas para a entrada. A única coisa que podem ver são sombras projetadas na parede à qual estão acorrentadas. Para elas, a realidade são essas sombras que veem e as conclusões que tiram disso.

Um belo dia alguém consegue se libertar, sai da caverna, espanta-se com o que encontra e resolve voltar para contar aos companheiros as novidades do mundo exterior. "As pessoas que estavam na caverna, porém, não acreditaram naquilo que o ex-prisioneiro contava e chamaram-no de louco. Para evitar que suas ideias atraíssem outras pessoas para os 'perigos da insanidade', os prisioneiros mataram o fugitivo”.

"Para Platão, a caverna simbolizava o mundo onde todos os seres humanos vivem, enquanto que as correntes significam a ignorância que prendem os povos, que pode ser representada pelas crenças, culturas e outras informações de senso comum que são absorvidas ao longo da vida.

"As pessoas ficam presas a estas ideias pré-estabelecidas e não buscam um sentido racional para determinadas coisas, evitando a 'dificuldade' do pensar e refletir, preferindo contentar-se apenas com as informações que lhe foram oferecidas por outras pessoas". (grifo meu)

Bacana a história, não? E serve para tanta coisa!... Serve para explicar o fanatismo quase religioso da Esquerda em relação ao Lula, por exemplo. Na prática, serve para explicar – e lamentar - todas as crenças quase inabaláveis nas virtudes de líderes religiosos ou políticos, “virtudes” essas que precisariam ser examinadas com a lupa do bom senso, do senso crítico e da isenção.

Estamos a um passo da troca de presidentes da república e ainda há pessoas comportando-se como se estivessem no período eleitoral. Infelizmente, refiro-me aos rancorosos seguidores do PT e vizinhança, mas, também, aos bolsonaristas, defensores inflamados do Bolsonaro. Nada contra, em princípio, mas todos, indistintamente, lembram os fiéis (fieis mesmo) de uma igreja fundamentalista, apenas com sinal trocado. E aí surge uma notícia estranha sobre o assessor de um dos filhos do presidente eleito, tão mais estranha pela esquiva desse sujeito (o assessor, lógico) em prestar depoimento às autoridades sobre uma grana violenta depositada em suas contas.

Acredito que desejar ver esclarecida de forma transparente a questão do assessor do filho do presidente eleito só fará bem ao país e ao novo governante. Atacar a famiglia ou defendê-la atacando o Lula e o PT - tal como o pessoal de esquerda e os bolsonaristas vem fazendo nas redes sociais - só faz com que a população que torce pelo sucesso do novo governo – mesmo que não tenha votado nele – fique desconfiada e insegura, pensando que nada mudou, que só a direção foi alterada. E que o defensor da honestidade e da moralidade, o "Mito da Caserna", talvez seja apenas um mito.

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