segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

FALTOU COMBINAR COM OS RUSSOS

Eu tinha oito anos quando Brasil ganhou a Copa do Mundo em 1958. Não acompanhava nem entendia nada de futebol (sessenta anos depois, continuo não acompanhando nem entendendo nada desse esporte). Das poucas coisas que sei é que Garrincha foi um dos mais destacados responsáveis por essa conquista. Ouvi dizer também que o jogador de Pau Grande (parece que tinha mesmo) protagonizou episódios hilariantes, graças à sua absurda ingenuidade. Talvez o caso mais famoso tenha ocorrido antes do jogo com a antiga União Soviética. O técnico Vicente Feola dava as instruções antes do jogo:

- Garrincha, vai ser assim: você pega a bola e dribla o primeiro beque. Quando chegar o segundo, você dribla também. Aí vai até a linha de fundo, cruza na direção da grande área, para o Mazzola marcar o gol.
Garrincha escuta calado a estratégia traçada e pergunta:
- Tá legal, seu Feola... Mas o senhor já combinou isso com os russos?

Lembrei-me desse caso depois de ler que a Polícia Federal está à procura do terrorista Cesare Battisti, foragido desde que o Michel Temer assinou o decreto que autoriza sua extradição.

Imagino que depois do impeachment da Dilma o terrorista deve ter ficado o tempo todo cabreiro, com o cu na mão, atento a qualquer noticia sobre a eventual intenção de extraditá-lo para a Itália (para onde já deveria ter ido há muito tempo).

Pensem bem, um cara que está condenado à prisão perpétua na Itália (que inveja da legislação de lá!) vai dar mole para a PF, vai esperar ser preso para reclamar? Desde o primeiro momento em que cogitou-se de extraditá-lo, a Polícia Federal já deveria ter sido acionada para monitorá-lo o tempo todo. Obviamente, mais um caso em que faltou “combinar com os russos”.

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