Eu tinha oito anos quando Brasil ganhou a
Copa do Mundo em 1958. Não acompanhava nem entendia nada de futebol (sessenta
anos depois, continuo não acompanhando nem entendendo nada desse esporte). Das
poucas coisas que sei é que Garrincha foi um dos mais destacados responsáveis
por essa conquista. Ouvi dizer também que o jogador de Pau Grande (parece que tinha
mesmo) protagonizou episódios hilariantes, graças à sua absurda ingenuidade. Talvez
o caso mais famoso tenha ocorrido antes do jogo com a antiga União Soviética. O
técnico Vicente Feola dava as instruções antes do jogo:
-
Garrincha, vai ser assim: você pega a bola e dribla o primeiro beque. Quando
chegar o segundo, você dribla também. Aí vai até a linha de fundo, cruza na
direção da grande área, para o Mazzola marcar o gol.
Garrincha escuta calado a estratégia traçada
e pergunta:
- Tá
legal, seu Feola... Mas o senhor já combinou isso com os russos?
Lembrei-me desse caso depois de ler que a
Polícia Federal está à procura do terrorista Cesare Battisti, foragido desde que
o Michel Temer assinou o decreto que autoriza sua extradição.
Imagino que depois do impeachment da Dilma o terrorista
deve ter ficado o tempo todo cabreiro, com o cu na mão, atento a qualquer
noticia sobre a eventual intenção de extraditá-lo para a Itália (para onde já
deveria ter ido há muito tempo).
Pensem bem, um cara que está condenado à
prisão perpétua na Itália (que inveja da legislação de lá!) vai dar mole para a
PF, vai esperar ser preso para reclamar? Desde o primeiro momento em que cogitou-se de extraditá-lo, a Polícia Federal já deveria ter sido acionada para monitorá-lo o tempo todo. Obviamente, mais um caso em que faltou
“combinar com os russos”.
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