Já vou avisando que o título do post não é
mais um jogo de palavras estilo Jotabê. Estava ouvindo rádio no carro e resolvi
procurar uma estação que estivesse tocando alguma música legal. Quando
sintonizei uma das minhas prediletas, especializada em rock, estava rolando um
papo de gente desconhecida. Já ia procurar outra frequência quando ouvi falar
em Son Salvador, cartunista de BH. Para quem não sabe (eu não sabia), Son
Salvador nasceu em Sabará, cidade histórica que pertence à região da Grande BH.
Como um dos meus assuntos prediletos são
desenhos de humor, fiquei escutando, para descobrir que o entrevistado não era
o cartunista, mas o criador de uma biblioteca em Sabará. Gostei tanto da
história que resolvi postá-la no blog. A seguir, para poupar meu punho com
tendinite, transcrevo algumas coisas que descobri na internet sobre essa
biblioteca.
Marcos
teve a ideia de utilizar parte do pequeno espaço da borracharia do pai “para
dividir o gosto pela literatura, servir a comunidade e fazer mais leitores”,
como ele mesmo conta. (...)
Perguntado
sobre a razão do sucesso da sua iniciativa, Marcos Damascena acredita que a
Borrachalioteca deu tão certo por fugir do modelo das bibliotecas comuns,
ambientes rígidos e silenciosos. “O ambiente daqui é muito mais familiar e
livre do que o de uma biblioteca normal”.
Marcos
cuida sozinho dos livros e os concilia ao trabalho com os pneus e ao curso de
Letras na Faculdade de Sabará, no qual cursa o 3º período graças a uma bolsa
conseguida por seu trabalho com a Borrachalioteca. Além da bolsa na faculdade,
a Borrachalioteca também rendeu outros frutos a Marcos, como convites para
palestras em universidades e empresas.
Enquanto
conversava com Marcos para fazer esta matéria três pessoas foram à
Borrachalioteca fazer empréstimos e outras duas vieram utilizar os serviços da
borracharia. Os livros acabam por ser também uma ótima forma de propaganda para
o negócio.
O único
problema enfrentado nos últimos tempos vem sendo a falta de espaço. A situação
é tão dramática que atualmente ele só aceita doações em casos excepcionais,
enquanto busca uma solução para seu problema de espaço.(...) Marcelo
Santiago, 19/9/2006
Em
2006, a biblioteca foi registrada como Instituto Cultural Aníbal
Machado, em homenagem ao escritor sabarense de mesmo nome. Um ano depois,
a iniciativa ganhou o Prêmio Viva Leitura, dos Ministérios da Cultura (MinC) e
da Educação (MEC) e da Organização dos Estados Ibero americanos para Educação,
a Ciência e a Cultura (OEI). Com o tempo, a Borrachalioteca se tornou Ponto de
Cultura e ingressou no Polo Sou de Minas, Uai!, rede de bibliotecas
comunitárias do Programa Prazer em Ler, do Instituto C&A. Com o aumento do
acervo, a Borrachalioteca ganhou três novas unidades em outros locais: a nova
biblioteca da Sala Son Salvador (olha o cartunista aí) , no bairro Cabral (2008); a Casa das Artes, no centro de Sabará, que
abriga a Cordelteca Olegário Alfredo (2010) e o Espaço Libertação pela Leitura,
no Presídio de Sabará (2010).
A Borrachalioteca além
de fornecer espaços de leitura, tem tentado estimular seu público a produzir e
viver cultura também. Alguns exemplos disso são projetos como
“Grupo Arautos da Poesia”, em
que jovens entre cinco e 17 anos, têm sido estimulados a navegar pelo mundo dos
poemas, recitando e escrevendo.
"Projeto Pão e Poesia" (em parceria da Biblioteca Universitária),
que distribui em padarias de Sabará, embalagens de papel impressas com poemas.
Hoje, segundo seu criador, a
Borrachalioteca conta com 12.000 volumes exclusivamente de literatura. O
público principal é composto de crianças e idosos. Para encerrar, um caso que
ouvi no rádio. Perguntado sobre como fazia para ler quando ainda não tinha
criado esse projeto, respondeu que ia sempre à Biblioteca Pública, onde
retirava as obras que o interessavam. Um dia pegou um livro do Ferreira Gullar
que, por coincidência, estava em Minas Gerais. Não teve dúvida – levou o livro
da biblioteca para o poeta maranhense autografar.
- Como eu poderia devolver um livro autografado pelo Ferreira
Gullar? Peguei um do Sidney Sheldon e devolvi. Naquela época podia fazer isso.
Depois, mudaram o procedimento. Hoje, em caso de perda ou dano ao livro
retirado da biblioteca, o leitor deve devolver um igual”. Figuraça!
Essas iniciativas são sempre louváveis.
ResponderExcluirAproveito para lhe sugerir uma série tragicômica que aborda de forma bem legal a velhice. Se você tem acesso à Netflix, assista a The Kominsky Method, com o veterano Michael Douglas. Broxadas e distúrbios da próstata são a tônica.
Rapaz, minha nora sugeriu a mesma série!
ExcluirPois é, tá vendo, só? Todo mundo querendo fazer o velhinho rir...
ExcluirMas eu rio! (mesmo que fique igual à hiena da piada)
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